Bissau – A Guiné-Bissau, como muitos outros países em África, caso do vizinho Cabo Verde, assinalava a Terça-feira gorda, o dia de encerramento dos festejos de Carnaval. A capital guineense tem no Carnaval o seu principal cartaz turístico, momento em que a diversidade étnica e cultural do país desfila pelas ruas de Bissau. As autoridades começaram, mesmo, a preparação de uma candidatura do Carnaval a património imaterial da humanidade junto da UNESCO.
Embora sem concurso o certame de 2025 conseguiu muita adesão popular e de turistas, com a participação de 25 grupos.
Cynthia Cassamá é a presidente da comissão organizadora do Carnaval de Bissau de 2025, ela congratula-se com o sucesso popular, e já a pensar numa candidatura do Carnaval de Bissau a património da humanidade, junto da UNESCO.
Realmente esta edição do Carnaval 2025 não teve concurso. Nestes dois últimos anos não tivemos concurso, tivemos simplesmente desfiles de demonstração, mas este ano em particular tivemos os bairros que sempre estiveram nos concursos.
Então, para nós isso já é muito bom, porque mesmo sem concurso, os bairros voltaram a mostrar a vontade que têm em continuar a demonstrar aquilo que é a nossa identidade, a nossa diversidade cultural.
Mas relativamente aos concursos, esperemos que para o próximo ano a próxima comissão organizadora possa realmente, em conjunto com o Governo, para que possamos voltar a ter o concurso por concurso, da mesma forma que motiva as regiões, os bairros, para que possa trazer a diversidade cultural.
E, portanto, fala-se muito da hipótese de, sendo um momento tão importante para o país e o principal cartaz turístico, tentarem que o Carnaval acabe por ser classificado junto da UNESCO e há já uma ideia de uma candidatura ?
Sim, sim, temos essa ideia porque se nós fomos ver a nível da UNESCO a Guiné-Bissau, infelizmente, ainda não tem nenhum património classificado enquanto património da Humanidade. Mas nós achamos que existe toda uma necessidade que o carnaval seja apresentado.
Então já começámos alguns, como nós sabemos, para se fazer a candidatura de algum elemento ou algum bem ao nível da UNESCO... É todo um caminho que se deve preparar e nós já começámos este ano a fazer toda essa preparação para que possamos ter um dossier a nível daquilo que é o carnaval.
O carnaval não tem só danças, tem música, tem ritmos, tem aquilo que é uma cultura de um povo. Nós vimos todas as etnias manifestarem aquilo que é tradição.
Precisamente em relação a esta edição de 2025. Como é que é: Há muita gente, já muitos turistas que vieram de fora ? O que é que nos pode dizer acerca da adesão?
Sim, sim, bastante. Tivemos. Ontem [segunda-feira] foi o último dia de desfile, porque normalmente têm dois dias de desfile, o segundo e terceiro dia do Carnaval. O carnaval termina hoje, [terça-feira de Carnaval] mas ontem tivemos muita, mas muita adesão dos turistas. Tivemos muita procura dos turistas, tínhamos espaço suficiente também para isso. Não estávamos à espera, mas tivemos uma adesão não só dos turistas, mas da própria população, que saiu para ver o desfile em que tivemos, num total de 25 grupos, contando com regiões e os próprios grupos aqui de Bissau. Para nós isso é algo muito bom, porque há anos que já não assistíamos a uma aderência da parte dos grupos.
Por: Miguel Martins
Conosaba/rfi.fr/pt
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