segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Caso camiões de peixes: MINISTRO DAS PESCAS DISPONÍVEL PARA COLABORAR COM O MINISTÉRIO PÚBLICO E A POLÍCIA JUDICIÁRIA



O ministro das Pescas e Economia Marítima, Dionísio Pereira, disse estar disponível para colaborar com o Ministério Público e a Polícia Judiciária no sentido de esclarecer as especulações postas a circular nas redes sociais em como terão sido apreendidos oito camiões de pescado pelas autoridades e que ele (ministro) teria vendido o pescado no valor de um bilião de Francos CFA e desviou o dinheiro.

“Estamos abertos para colaborar com o Ministério Público e a Polícia Judiciária para esclarecer qualquer denúncia ou indício, para esclarecer tudo, porque ação de governação é um casamento em que não se pode esconder nada, de maneira que nada pode ficar escuro com qualquer governante. Esta campanha de denigrir a imagem da instituição que dirijo está a acontecer, porque estamos a fazer uma luta contra a corrupção dentro do ministério das pescas e as pessoas ficaram desapontadas e produziram esse barulho”, assegurou o governante na sua declaração aos jornalistas à margem da visita às instalações da nova fábrica de conservação do pescado construída por uma empresa chinesa no porto de Alto Bandim, em Bissau.

O ministro denunciou, na sua declaração, que tentaram aliciar-lhe, mas não conseguiram, porque “compreenderam qual é a nossa missão e como não conseguiram, criaram essa campanha de denegrir a minha imagem e a dos técnicos que estão à minha volta”.

Esclareceu que o pescado nunca saiu de camião e disse que a informação da apreensão dos camiões nas fronteiras é falsa, porque “nunca houve um ato de corrupção naquele processo, tanto pelo ministro como pelos técnicos”, razão pela qual decidiu realizar a visita às instalações da fábrica de conservação para os jornalistas constatarem que a operação está decorrer normalmente.

O governante em gestão informou que o pescado em causa são espécies que não se consomem no mercado nacional, por isso os técnicos resolveram tentar enviá-las para outros países, sendo uma tendência que estão a trabalhar para que sejam os guineenses a escolherem que tipo pescado pode ser enviado para fora do país e escolher a melhor qualidade para o consumo nacional, contrariando a tendência encontrada no ministério “em que somos obrigados a ir ao estrangeiro procurar o nosso pescado”.

Dionísio Pereira defendeu que não é normal um país como Guiné-Bissau, rico em recursos pesqueiros, o pescado sair daqui para os países vizinhos e depois os guineenses vão comprá-lo a num preço mais elevado para revenderem no mercado nacional.

“Por isso decidimos realizar a visita para informar a opinião pública nacional e internacional que nunca houve nada de corrupção. Neste processo, o Ministério Público chegou à mesma conclusão”, insistiu.

Dionísio Pereira revelou que após ter assumido a pasta do ministério das Pescas recebeu uma informação de que cerca de três milhões de euros disponibilizados pela União Europeia terão sido retirados da conta por algumas pessoas.

“A União Europeia deveria desbloquear outro dinheiro no valor de seis milhões de euros, mas condicionou que o valor desviado fosse devolvido.

“Trabalhamos duramente e conseguimos devolver esse valor e esse valor e salvar a imagem do país”.

Disse que foi disponibilizado um montante de 38 milhões de francos CFA para a construção de arcas térmica para as vendedeiras do pescado do Porto de Alto Bandim, mas “ nada foi construído, é vergonhoso”.

“A União Europeia faz descarga do pescado no país no âmbito social, nomeadamente para o Hospital Nacional Simão Mendes e as cantinas escolares, mas ninguém consegue saber do paradeiro destas descargas, razão pela qual decidimos implementar esse rigor e lutar contra corrupção dentro ministério para acabar com esta situação que não abona a boa imagem do país”, denunciou.

Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb

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