O general Tiani durante a alocução televisiva a 19 de Agosto de 2023. © Proche de la rencontre entre la Cédéao et Mohamed Bazoum
Liderada pelo antigo Presidente nigeriano Abdulsalami Abubakar, a delegação da CEDEAO aterrou pelas 13h locais em Niamey e foi acolhida pelo Primeiro Ministro nomeado pela junta, Mahamane Lamine Zeine. Até agora, os oficiais golpistas recusaram todos os encontros e propostas de mediação da CEDEAO.
Foi ainda na presença de Mahamane Zeine e de outro membro da junta militar que a delegação da organização sub re-gional se encontrou com o ex-Presidente Mohamed Bazoum.
A visita foi breve, durou cerca de 10 minutos. Os emissários da organização vinham constatar as condições em que Bazoum está detido e, de acordo com fontes próximas da delegação, o ex-presidente mostra "estar em forma" apesar de viver no escuro e sem electricidade.
O porta-voz da presidência da Nigéria Abdulaziz Abdulaziz publicou uma fotografia da delegação juntamente com Mohamed Bazoum mas não avançou qualquer informação sobre as discussões.
Pouco antes, a delegação reuniu-se com o general Tiani e outros membros militares, com o objectivo de alcançar um regresso à ordem constitucional por via pacífica.
Nenhum comentário filtrou sobre o teor das discussões. No fim do dia, numa alocução televisiva, o general Tiani afirmou que nem os chefes da junta, nem "o povo nigerino querem a guerra, e mantêm-se abertos ao diálogo".
Tiani alertou, no entanto, para o facto de o Níger estar preparado para se defender, se necessário.
Ainda na mesma alocução televisiva, Abdurahamane Tiani anunciou a criação de um "diálogo nacional inclusivo" num prazo de 30 dias com o objectivo de formular propostas concretas para estabelecer uma nova via constitucional.
Tiani garantiu não querer "confiscar o poder" e prometeu uma transição de "três anos" no máximo.
Vários milhares de pessoas manifestaram no domingo 20 de Agosto, de manhã, no centro da cidade de Niamey, em apoio aos militares que tomaram o poder em 26 de julho.
Vários slogans hostis à França e à CEDEAO foram afixados em cartazes, como constataram jornalistas da agência France Presse.
A CEDEAO ameaçou usar a força se o presidente deposto, Mohamed Bazoum, não for reinstalado nas suas funções. Na sexta-feira 18 de Agosto à noite, depois de uma reunião dos chefes de estado-maior em Acra, a organização regional anunciou que o "dia da intervenção foi fixado".
Texto por:Eva Massy
Conosaba/rfi.fr/pt/
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