As comunidades dos setores de Quebo, Xitóle e de Gabu denunciaram que a exploração dos recursos inertes, nomeadamente a extração de pedras para o asfaltamento de estradas, está a acontecer de forma “abusiva” e descontrolada, para cujo rendimento, as populações locais afirmam que não reflete nas suas vidas e nem no processo de desenvolvimento das suas zonas.
No âmbito do acompanhamento do projeto “Gestão Transparente dos Recursos Sustentáveis II”, da ONG Tiniguena, que também tem a vocação de seguir a exploração dos recursos naturais, uma equipa de reportagem do jornal “Nô Pintcha” esteve em três pedreiras situadas nas aldeias de Sintchã Aliu (Setor de Quebo), de Can-Sissé (Setor de Gabu) e na vila de Xitóle para saber junto das comunidades locais e autoridades regionais das vantagens e desvantagens da exploração em curso. A resposta mais ouvida foi sempre: “exploração sem benefícios”.
O administrador do Setor de Quebo, Mama Saliu Djaló, disse que o país pode estar a ganhar muito com a exploração da empresa Arezki, na pedreira de Sintchã Aliu, mas deixou claro que o setor só recebe 750 mil francos CFA por ano, proveniente da cobrança da ocupação do terreno.
“O valor de 750 mil francos que referi atrás corresponde a 50 por cento dos 1.500.000 francos CFA disponibilizados anualmente à Região de Tombali, ou seja, o governo regional partilha o montante global com o setor onde se faz a exploração”, esclareceu.
O administrador reconheceu que, de facto as empresas têm pago ao Estado as suas obrigações, mas o grande problema está na gestão desses fundos provenientes da cobrança das taxas e contribuições.
“Se os benefícios da exploração dos recursos naturais tivessem sido geridos conforme o estipulado nos acordos, hoje, o desenvolvimento dos setores seria visível, mas na realidade acontece que gerimos valores insignificantes perante os inúmeros problemas sociais, aliás, grandes dificuldades a resolver encontram-se aqui nas regiões”, afirmou
Os fortes arrebentamentos de dinamites a escassos metros da tabanca de Sintchã Aliu têm causado abortos indesejáveis às mulheres grávidas, têm provocado fendas nas paredes, o desmoronamento de poços de água, entre outros.
Quanto a comunidade da aldeia de Can-Sissé, no sector de Gabu, os populares apontam o desrespeito dos compromissos assumidos pela empresa chinesa que tem vindo a abrir muitas e enormes valas, visando a prospeção de pedras, e quando não encontra o desejado, simplesmente abandona essas covas.
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A profundidade das mesmas varia de três a sete metros e nessa época chuvosa elas constituem um grande perigo. Causam acidentes mortais aos animais que, por escorregadelas lá caem. Também provocam a erosão do solo. Os responsáveis da empresa recusaram dar alguma informação ao Nô Pintcha.
Reportagem completa a acompanhar na edição em papel
Por: Aliu Baldé
Conosaba/jornalnopintcha
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