A candidatura de Domingos Simões Pereira à segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau, marcada para dia 29, lamentou hoje o que disse ser o discurso "sem nexo e qualquer fundamento" do outro candidato, Umaro Sissoco Embaló.
"Temos vindo a escutar as declarações sem nexo e qualquer fundamento. Quando alguém acusa alguém, deve apresentar provas", afirmou, em conferência de imprensa, Óscar Barbosa, porta-voz da candidatura de Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde.
Segundo Óscar Barbosa, o candidato Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), tem acusado Domingos Simões Pereira de ser "contra os balantas, contra o levantamento de sanções [aos militares guineense, impostas pelas Nações Unidas] e contra a religião muçulmana".
"Nós sentimos pena, mas muita pena, que uma sociedade como esta que já sofreu tanto, devido a ações dos seus próprios filhos, que a conduziram quase ao abismo, que hoje em dia em pleno século XXI haja candidatos que não têm a capacidade para apresentar argumentos que possam tirar a Guiné-Bissau da situação em que se encontra, mas que utilizam a divisão e armas perigosas como a religião e a etnia e outras acusações falsas para tentar tirar proveito disso", afirmou Óscar Barbosa.
Para o porta-voz da candidatura de Domingos Simões Pereira, aquela situação é "como brincar com o fogo em cima da gasolina".
"Nós aceitamos o confronto de ideias. Domingos Simões Pereira, ao longo de toda esta campanha, falou da necessidade de unidade entre o povo guineense, da necessidade de coesão interna, falou de desenvolvimento, do muito trabalho que há a fazer na tentativa de criar uma nova imagem do país junto da comunidade internacional de modo a salvar o projeto Terra Arranca e novos apoios capazes de catapultar o país a um novo patamar de desenvolvimento", salientou.
Mas, acrescentou Óscar Barbosa, enquanto o candidato do PAIGC fala de desenvolvimento, unidade e de coesão do povo da Guiné-Bissau, outros "falam em belicismo, utilizando a religião, a etnia e outros argumentos que estão fora do contexto atual que o mundo procura".
"Todo o mundo luta hoje pela paz. Vemos hoje as consequências da religião, mesmo na nossa sub-região. Vemos a situação dramática do Mali, do Níger, dos Camarões, da Nigéria, queremos também incendiar a Guiné-Bissau?", questionou.
"Se a Guiné-Bissau se incendeia pode ter a certeza que a Gâmbia, o Senegal e todos os seus parceiros vão incendiar-se, porque isto está tudo ligado. Há uma ligação histórica, cultural e de sangue entre os povos que habitam esta parte de África", explicou.
Conosaba/Lusa
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