Por muito tempo carreguei a doxa de que sem o PAIGC não haveria luz para a GUINÉ-BISSAU.
Por muito tempo descobre que o processo da independência e a abertura política aos dias atuais o PAIGC continua confundindo sua façanha da luta armada como sendo proprietário legítimo da GUINÉ-BISSAU.
Fomos
feitos reféns da Medusa ao longo dos quase 47 anos da independência. Por todo
esse tempo, não conseguimos encarrar a Medusa sem que viremos pedra, em nossa
própria nação. A não constatação de que o PAIGC é algo de podre na nossa
sociedade é reflexo do câncer, do mal estar da nossa educação, da nossa cultura,
da nossa democracia, da nossa política e do nosso nível crítico e reflexivo em que
nos encontramos. Essa doença que contagia a nossa sociedade tirando aos jovens
o acesso à cultura, tirando aos jovens acesso à oportunidade de vida, tirando
aos jovens os sonhos mais elementares da vida, como demais jovens das outras
partes do Mundo, é sinal de que não devemos confiar de novo no cavalo de Tróia
por mais um ciclo de quatro anos.
Por
quase 47 anos da independência do qual a síndrome de Frankenstein nos persegue,
nos consome e nos deixa com futuro assombroso e passado cruel, onde o espaço da
visibilidade e oportunidade é negado aos jovens e pobres. Porque confiar de
novo?
Quando
ouço dos jovens colegas meus dizendo que sem o PAIGC, a Guiné não pode avançar,
me faz lembrar Paulo Freire, “quando educação não é libertador, torna se
opressor”. Acredito eu, que a Guiné depõe de bons filhos que não só está no
PAIGC, como está em demais partidos e entidades políticas do país e a mundo
fora.
Cresce
ouvir promessas do PAIGC, me tornei jovem ouvindo as mesmas promessas, bosque
expurgar essa intoxicação criada a minha volta e da minha sociedade através do
não mais PAIGC como sendo piloto do nosso barco. No elogio da loucura do Erasmo
de Rotterdam, é preciso ser louco para dizer o obvio de Leandro Karnal. O obvio
é não o PAIGC. Ao pedir não voto ao PAIGC, estou me tornando louco nessa nossa sociedade
sadia que quatro em quatro anos vota em desgraça de novo. A história permite
entender as gêneses dos processos, ele tem sido fiel. Por sucessivos anos de confiança
dado a eles, foi sucessivo anos de corrupção e nepotismo e conflito em repartir
o que nos pertences. Das reflexões e buscas por possíveis verdades, ouvindo dos
mais velhos e novos, redarguindo como um bom menino preocupado com a saúde da
mãe, o raio já caio várias vezes no mesmo lugar, em mesmas circunstâncias.
Porque voltar a repetir os mesmos erros de vários anos? Já basta o ciclo
vicioso
Muitos países da américa Latina e não só,
lutam por uma reforma agrária. No caso do meu amado Guiné, precisamos de uma
reforma política, social e cultural. A política é monopólio de alguns grupos de
pessoas, fazendo dos governos uma carreira enriquecedora, do qual os cargos
públicos a linha é hereditária, porque a educação pública é convertida em campo
dos excluídos. Assim o desabrochar do Mundo novo torna-se uma miragem, porque
como já narrava Saramago no Ensaio sobre a Cegueira, precisamos extirpar esse
mal que se espalha pela nossa sociedade desde 1973.
A
indústria do mal social chamado PAIGC, que não consegue conviver com o contraditório
mas se abriu a democracia sem democracia, tornando nos reféns de constates
problemas da sua casa, levando assim, pobres e excluídos a constantes
desassossego da vida por muitos anos da escuridão.
Como
disse William Shakespeare na peça de Hamlet, a consciência nos torna covarde
diante das escolhas. É essa a consciência que nos diz que a liberdade é a
eterna vigilância e o PAIGC é o eterno erro das nossas confianças. Dizia um
grande pensador: políticos são como as fraldas, toda hora precisam ser trocadas
e o PAIGC já passou dessa fase, precisa ser lembrado na História. Não basta
mudar a roupa para que a Medusa deixe de ser o que é, sempre apresentará a sua
natureza, porque o mal está na sua essência.
Profetizando
caso viemos a dar de novo mais uma chance ao filho pródigo. Será mais quatro
anos de constante usurpação, nepotismo, conflitos internos e certamente
extrapolará de novo para a sociedade, vendas das nossas riquezas sem que o
dinheiro seja revestido para uma melhoria da sociedade. Precisamos de longos
passos da desalienação partidária e política.
Não
ao PAIGC meus caros irmãos.
O
furioso dos furioso guineenses FIDJU DE DJINTI DA SILVA.
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