Sumo Pontífice admitiu que está comprometido em acabar com este tipo de abuso sexual, assim como o abuso sexual de menores
O Papa Francisco, que nos últimos anos tem lutado contra o abuso de menores, admitiu que está comprometido em acabar com o abuso de freiras por padres e bispos, que usaram estas mulheres como escravas sexuais.
No voo de regresso da visita histórica que fez aos Emirados Árabes Unidos, o Sumo Pontífice comentou o editorial da revista feminina do L’Osservatore Romano, o jornal oficial da Santa Sé que lê todas as manhãs, e que abordava o tema dos abusos a freiras e onde são mesmo denunciados casos de algumas freiras que foram forçadas a abortar depois de terem tido relações sexuais com padres. .
“Não é algo que todos façam, mas há sacerdotes e bispos que o fizeram e ainda o fazem. Eu acho que ainda continua a acontecer porque algo não pára simplesmente porque nos tornámos conscientes disso”, admitiu, acrescentando ainda que "os maus tratos às mulheres são um problema. Diria que a humanidade ainda não há amadureceu. A mulher é considerada de segunda classe".
Nos últimos meses vários casos de abusos foram tornados públicos, tendo mesmo um funcionário da Congregação para a Doutrina da Fé apresentado demissão depois de ser acusado de ter tentado beijar uma ex-freira durante uma confissão.
"É algo em que estamos a trabalhar há bastante tempo. Alguns sacerdotes foram afastados por isso e não sei se o processo está finalizado. Eu não posso dizer que isso "não acontece na minha casa". É verdade. Ainda temos de fazer mais? Sim. Temos vontade? Sim. Mas é um caminho que estamos a percorrer há bastante tempo".
O Papa Francisco justificou ainda o longo "caminho" com a lentidão do trabalho - que deu frutos - feito por Bento XVI.
“O Papa Bento XVI teve a coragem de dissolver uma ordem religiosa feminina que se encontrava já num certo nível, porque a escravidão de mulheres se tinha tornado parte... Escravidão até mesmo ao ponto de escravidão sexual, por parte de clérigos e do seu fundador, que tiraram a liberdade das mulheres. Foi um homem que teve a coragem de fazer muito sobre este tema", elogiou Francisco.
Em novembro passado, a organização mundial de freiras católicas condenou a “cultura de silêncio e segredo” em torno do abuso sexual na Igreja Católica.
No seguimento das várias denúncias e condenações por abuso sexual no seio da Igreja Católica, o Papa Francisco convocou os presidentes das Conferências Episcopais da Igreja Católica para uma cimeira, a realizar de 21 a 24 de fevereiro próximo, sobre o tema "proteção de crianças".
Conosaba-/tvi24.iol.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário