Um contentor de antirretrovirais oferecidos à Guiné-Bissau pelo Brasil chegou ao país, disse hoje o coordenador multissetorial de luta contra SIDA, tuberculose e paludismo, Saliu Bá, admitindo que existiram algumas mortes causadas pela falta de assistência.
Principal fornecedor de antirretrovirais aos seropositivos guineenses, o Brasil ofereceu, no ano passado, aqueles medicamentos à Guiné-Bissau, mas com a condição de ser o país africano a pagar o transporte dos mesmos até Bissau.
Na ocasião, as autoridades e organizações de defesa de portadores do vírus do HIV admitiam a rotura do stock dos antirretrovirais no país.
Maria Machado, presidente da Renap (rede nacional das associações de pessoas com VIH) na Guiné-Bissau denunciou, no mês de novembro, a falta de assistência dos doentes do SIDA, prometeu mobilizar os associados para uma manifestação de rua e ainda ameaçou que aqueles não iriam votar se a situação se mantiver.
O contentor de medicamentos oferecido pelo Governo brasileiro teve que aguardar quatro meses no Brasil até que os cônsules honorários da Guiné-Bissau naquele país da América do Sul, (na sua maioria cidadãos brasileiros) decidiram pagar o seu transporte, precisou Saliu Bá.
"É triste o que se passou, neste, entretanto, porque muita gente morreu por falta de medicamentos", afirmou o coordenador multissetorial de luta contra SIDA, tuberculose e paludismo na Guiné-Bissau.
Devido à falta de pagamento de "uma ninharia de dinheiro", para o transporte dos medicamentos oferecidos pelo Brasil, alguns doentes guineenses tiveram que ir ao Senegal revelar o seu estado serológico para aí serem atendidos, acrescentou Saliu Bá que lamenta a situação.
"O país tem que pensar nessa situação dos medicamentos antirretrovirais", observou Bá, apontando que antes da rotura do stock eram atendidos, de forma gratuita 12 mil pessoas, mas que agora o número subiu para cerca de 13 mil doentes.
O Brasil oferece os antirretrovirais, mas é o Fundo Mundial que tem suportado "quase a totalidade" dos projetos de combate ao HIV/SIDA na Guiné-Bissau através de várias ações.
Saliu Bá precisou que recentemente a instituição mundial decidiu aumentar em cerca de 1,6 milhões de euros a sua doação ao programa do combate ao HIV/SIDA, paludismo e tuberculose na Guiné-Bissau, além de custear as obras de recuperação de vários edifícios públicos ligados ao Ministério da Saúde guineense.
Dados das Nações Unidas indicam que 40 mil pessoas vivem com HIV na Guiné-Bissau e que a SIDA é a terceira causa de mortalidade e incapacidade no país.
Conosaba/Lusa
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