Presidente da República guineense José Mário Vaz, apresentou esta quarta-feira (12 de Dezembro) três novas propostas aos partidos políticos com e sem assento parlamentar com vista a saída do imbróglio que o processo de recenseamento eleitoral em curso enfrenta.
A primeira proposta passa pela continuidade do actual processo, a segunda anulação do actual processo e a terceira troca de actual cartões de eleitores e consequente a emissão de um novo cartão apresentado pelo PNUD.
Na saída da reunião que durou um pouco mas de duas horas, os partidos políticos representados no encontro divergiram quanto as propostas apresentadas pelo chefe de Estado.
Para Idrissa Djalo líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), uma formação politica sem a expressão parlamentar, o chefe de Estado está a complicar o actual processo com os cenários ora apresentado.
“O presidente da República está a complicar perfeitamente este processo chamando a Ele, a prerrogativas que a Constituição não lhe dá, então para nós saímos desta reunião absolutamente preocupado. José Mário Vaz está paulatinamente, metodicamente utilizando contraverdade, a precipitar o país nos problemas grave, o que é indigno de um chefe de Estado”, considerou.
Já Baciro Dja, presidente da Frente Patriótica de Salvação Nacional (FREPASNA), também outra formação politica sem o assento parlamentar, apesar de reconhecer dificuldades no processo, discorda com as propostas apresentadas pelo Presidente da República, sobretudo no que tange a anulação do actual registo de eleitores.
“O recenseamento todos nós dizemos que tem dificuldade temos que melhorar, mas anular todos os processo significa pôr em causa todo o recenseamento e todo o exercício e sacrifício financeira e físico de Guiné-Bissau e dos outros estados que deram as suas contribuições através de contribuições de outros povos. Isto é inaceitável, e nós pensamos que não podemos tratar de criar uma dinâmica para fazer as eleições simultânea na Guiné. Entretanto, a FREPASNA discórdia completamente com esta posição do presidente da República de fazer análise técnica das eleições não lhe compete”
Novidade no encontro, é a presença do Partido Africana da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, que ultimamente se tem recusado atender as convocatórias do presidente da República, mas desta, participou e se fez representar pelo seu Secretário nacional e o líder da bancada parlamentar.
A saída do encontro, Califa Seide, líder da bancada parlamentar dos libertadores, assegurou que o seu partido irá apenas pronunciar-se no fórum próprio sobre as propostas apresentada pelo chefe do Estado e explicou o motivo que levou o PAIGC a participar no encontro desta quarta-feira.
“O PAIGC fez representar aqui porque compete ao presidente da República do ponto da vista constitucional, fixar a data das eleições, ouvido o governo, os partidos políticos e a CNE para a marcação da data. Relativamente ao recenseamento eleitoral, os cenários apresentado pelo Presidente da República, dissemos claramente que nós temos um fórum próprio, legal onde vamos apresentar a nossa opinião relativamente ao recenseamento eleitoral”, explica Seidi.
Para o Partido da Renovação Socia (PRS), a segunda maior força politica, representado no encontro pelo Sola Nquilim Na Bitchita aponta o terceiro cenário como o mais plausível tendo em conta os protestos registados contra o actual processo.
“Nós entendemos que a proposta mais racional é exactamente aquele que nos conduz a fazer correcção de todos os erros que tem passado no processo de recenseamento, nomeadamente a troca deste cartão que hoje temos, como sabem são cartões com três características. Há cartões com três caras, cartões sem a impressão digital e há cartões de facto com a impressão digital para o mesmo recenseamento e para a mesma eleição”, denuncia o dirigente dos renovadores.
Outra opinião registada é do Movimento de Alternância Democrática (MADEM G15) que na voz do seu dirigente Luís Oliveira Sanca, sublinhou que é preciso clarificar todas as dúvidas levantadas a volta do processo para depois ir as eleições.
“Achamos que devemos ir para o caminho de tirar todas as dúvidas sobre o processo e marcar uma data para as eleições legislativas, quer dizer, vamos corrigir o processo ou reunir para tirar as dúvidas sobre o processo. se isso acontecer, não haverá nenhum obstáculo e de lá podemos ir para as eleições legislativas”, aconselhou.
Já o representante de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Batista Té, mostrou-se satisfeito com as propostas apresentadas pelo Presidente da República justificando que o actual processo carece da credibilidade, isto é, “o que o APU, já antecipadamente tinha dito, este cartão que temos, não dá credibilidade para aquilo que a Guiné-Bissau já tem feito. O problema não está naquela barra que eles estão a dizer, é da credibilidade mesmo da organização do processo, que devia ser mais inclusivo, transparente e evitar a tendência partidária”, justificou Batista Té.
As eleições legislativas deviam ter lugar no passado dia 18 de Novembro mas divido as dificuldades técnicas e financeira comprometeu a data e até então o presidente da República não anunciou uma nova data para o escrutínio.
O primeiro magistrado guineense teria afirmado que anunciará uma nova data só depois de ter informações de que todos os guineenses com a idade de 18 anos já se recensearem.
Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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