domingo, 4 de maio de 2014

RAMOS HORTA: CARTA ABERTA AOS IRMÃOS GUINEENSES


Mindjeris, Homis Garandis ku mininus, civis ku militares, generais ku soldados…

III. Os Homis Garandis de Amura e as Forças Armadas: modernização 

Tenho conversado muito com os Homis Garandis que trabalham e vivem no Forte de Amura. Ouvi as suas queixas, as razões do seu descontentamento, desconfianças e expetativas. E quero tranquilizar a todos – os irmãos militares vão respeitar o resultado eleitoral.

As circunstâncias de 2011-2012 que criaram condições para o acontecimento de 12 de Abril de 2012 não existem hoje. E a Guiné-Bissau sofreu muito com esse ato. O povo inocente e pobre, os mininos, as bideras sofreram. Os jovens perderam anos de estudos. Não pode haver mais "golpes” e não pode haver mais razões para "golpes".

Garanti aos irmãos de Amura que os irmãos políticos, sem exceção, incluindo os do partido histórico fundado por Amílcar Cabral, querem dialogar com eles para, juntos, trabalharem na modernização das Forças Armadas da República, uma força nova que será prestigiada e respeitada.

O que se pretende, afinal: Forcas Armadas modernas, reduzidas no número de efetivos mas altamente treinadas, muito bem equipadas e bem pagas, disciplinadas, com uma administração e gestão modernas, com uma base de logística e manutenção de primeira classe.

Uma remodelação da chefia das Forcas Armadas será um ato tão normal, quanto necessário. Uma remodelação não poderá ser percecionada como a expulsão de alguém, ou uma reforma compulsiva. Uma remodelação deverá ser fruto de diálogo e parte de um pacote de incentivos como o respeito pelos direitos adquiridos, pensão digna e segurança.

Na Guiné-Bissau terá que haver reformas, em todos os setores. Falamos na necessidade de reformas das Forças de Defesa, mas as reformas terão de ser também implementadas em todas as instituições do Estado, incluindo o sistema político bastante fragmentado e o poder judicial.

http://www.publico.pt/mundo/noticia/carta-aberta-aos-irmaos-guineenses-1634492?page=2

1 comentário:

  1. O novo governo que sera eleito depois de 18 de maio nao tera possibilidades de fazer estas reformas das forças armadas guineenses sem a ajuda da uniao europeia e sobretudo dos Estados Unidos de America ou ainda da CEDEAO. Alias a CEDEAO talvez podera convencer o Ditador A.Indjai de demeter-se de suas funçoes. Espero tambem que o governo eleito tera coragem de fazer o apelo ao regresso do senhor ZAMORA N'DUTA que venha meter a ordem em casa para acabar com o roubo dos nossos recursos.

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