Bissau, 27 nov 2021 (Lusa) – O secretário-geral da Agência de Gestão e Cooperação (AGC) entre a Guiné-Bissau e o Senegal, Inussa Baldé, afirmou hoje que o Presidente guineense quer aumentar a chave de partilha do petróleo na zona comum de 15% para 30%.
Segundo o guineense Inussa Baldé, Umaro Sissoco Embaló “vai conseguir, tendo em conta as boas relações” com o seu homólogo senegalês, Macky Sall.
Inussa Baldé disse ainda que em caso de descoberta de petróleo os dois países voltarão a sentar-se à mesa para analisar a possibilidade de um novo aumento que vá além dos 30%.
A Guiné-Bissau e o Senegal possuem uma Zona de Exploração Conjunta (ZEC), que se estende por 60 mil quilómetros marítimos, onde se acredita existirem importantes recursos haliêuticos e hidrocarbonetos.
A Guiné-Bissau dispensou 46% do seu território marítimo para a constituição da ZEC, em 1993, e o Senegal 54%, e na altura ficou acordado que em caso de descoberta do petróleo os guineenses ficariam com 15% e os senegaleses com 85%.
Em relação aos recursos haliêuticos, a partilha entre os dois países determina 50% para cada lado.
Nos últimos tempos, vários setores guineenses têm contestado a chave de partilha do petróleo, que consideram injusta.
O secretário-geral da Agência de Gestão e Cooperação, que gere a ZEC, falava em conferência de imprensa em Bissau.
“O Presidente quer aumentar a fasquia de 15% para 30% para a Guiné-Bissau em caso de descoberta de petróleo na zona. O Presidente, considerando as suas boas relações com o seu homólogo do Senegal, está a bater-se para que não fiquemos em 15%. Nas discussões com o seu homólogo falou-se em dar à Guiné-Bissau 20%, ele disse que não”, afirmou Inussa Baldé.
O responsável adiantou que Sissoco Embaló só admite um novo acordo se o país atingir pelo menos 30% e que o próprio fará o anúncio do facto, que, disse, será “uma boa coisa para a Guiné-Bissau”.
“Os chefes de Estado só vão assinar um novo acordo [de partilha] se a Guiné-Bissau estiver em condição de vantagem, no mínimo 30%, e ele alcança isso”, afirmou Baldé.
O secretário-geral da AGC da ZEC aproveitou para anunciar que para 2022 estão previstos os trabalhos de perfuração de pelo menos dois dos seis blocos na zona, “com boas perspetivas”.
“Neste momento não existe nenhum acordo novo sobre a partilha do petróleo, estamos na fase de procura do petróleo”, observou.
Conosaba/Lusa
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