O Candidato à liderança da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC), Akssumi Luís Có, denunciou a “interferência de alguns dirigentes” do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) no processo eleitoral em curso naquela estrutura juvenil do partido. Pediu aos dirigentes que deixem a juventude do partido fazer a festa da democracia, permitindo que o congresso seja livre de interferências, baseado na liberdade, transparência, na democracia, na inclusão da juventude, para que nenhum dos pretendentes se sinta hostilizado.
Em entrevista ao jornal O Democrata para falar do seu projeto político para a liderança da Juventude Africana Amílcar Cabral, uma estrutura juvenil do PAIGC, reconheceu que qualquer dirigente do partido pode apoiar um determinado candidato, desde que esse apoio não ponha em causa outras pretensões, sublinhando que há medo de disputa democrática interna na JAAC.
AKSSUMI DEFENDE COLOCAÇÃO DE VINTE POR CENTO DE JOVENS NOS ÓRGÃOS DE DECISÃO DO PAIGC
“Quem estiver preparado para ganhar não deve ter medo de perder. Eu estou preparado para ganhar. Por isso, não tenho medo de perder. Então, que façam o mesmo. A nossa candidatura é uma contribuição para fortificar a democracia interna na JAAC”, assegurou.
O líder do “Projeto Firkidja” nega que tenha um dispositivo estatuário que aponta para a Lista Única e Solidária para a eleição do secretário geral da JAAC, admitindo a possibilidade de fundir com outras candidaturas, se a dinâmica do congresso apontar para esse caminho, apelando que o debate seja direcionado para a apresentação de ideias e projetos para fazer da JAAC um instrumento de mobilização de massas e não uma tentativa de impedir que haja diferentes listas concorrentes no congresso.
Em caso de vitória, Akssumi Luís Có pretende transformar a JAAC num verdadeiro instrumento de mobilização de massas para fazer o PAIGC voltar ao poder, apontando como meta, para os próximos 4 anos, a mobilização de dez mil jovens, assim como a integração das mulheres nas estruturas da JAAC.
Para além da reestruturação e dinamização das estruturas da JAAC, tornando-as mais dinâmicas, alargando as suas bases para outros países como Luxemburgo, Alemanha e Guiné-Conacri, o também responsável de Relações Publicas Cessante da JAAC pretende criar estruturas centrais, regionais e setoriais dos “Pioneiro Abel Djassi”.
Disse também que vai propor à direção do PAIGC a chamada “Campanha 20%”, ou seja, que cerca de 20% dos jovens, nomeadamente membros do secretariado, secretários regionais e setoriais da JAAC, estejam nos órgãos de decisão do partido, nomeadamente, Bureau Político e Comité Central, assim como a institucionalização da Escola Nacional de Formação Política e Ideológica, com periodicidade semanal e/ ou quinzenal para preparar os jovens sobre a ideologia, aplicação do programa, princípios e a questão de fidelidade ao PAIGC, através de conferências, seminários e intercâmbios e a atribuição de Medalha “Avante Camarada”, com periocidade anual, aos militantes destacados nos respectivos círculos e zonas e fazer intercâmbios com as juventudes partidárias dos países da CPLP, dos PALOP e do mundo em geral.
“Vamos levar ao congresso a proposta de revisão dos estatutos da JAAC. O processo de votação deve ser mudado. Para nós, a votação deve ser secreta e não a mão levantada. Isso não é democracia. O secretário geral deve ter competência própria e achamos que ele deve ser a cabeça de lista nos círculos eleitorais cujos membros presidiu, e onde o secretário nacional, não concorra” defendeu, sublinhando a necessidade de a JAAC estabelecer uma relação com as estruturas juvenis, para não só definir uma agenda comum da juventude, mas também propor a essas organizações a introdução nas Escolas de voluntariado as oficinas de Política e Partidos Políticos.
“Se for eleito Secretário geral, a JAAC vai ser uma estrutura proativa, dinâmica, com dimensão juvenil partidária além fronteiras. A JAAC estará à altura de corresponder com os anseios e desafios que lhe serão colocados a cada momento pelo partido.
A JAAC será capaz de trazer resultados concretos, traçar novas visões e caminhos para alcançar os resultados pretendidos” garantiu Akssumi Luís Có.
Questionado se o apoio a uma eventual recandidatura de Domingos Simões Pereira, a um terceiro mandato, à liderança do PAIGC, Akssumi Luís Có respondeu que a JAAC não pode ser usada para apoiar um dirigente em detrimento de outro, nas disputas internas, para evitar futuras crises de relacionamento estre a estrutura e o presidente que venha a ser eleito, afirmando que “se analisarmos o que foi o partido e aquilo que se pretende atingir nos próximos anos, acho que vamos estar à altura de, cada um, fazer o exercício pleno de liberdade de escolher alguém que seja capaz de fortificar o partido”.
Sobre a situação política do país, Akssumi Luís Có afirmou que é lastimável, apontando as intermináveis greves na função pública, com impactos negativos na saúde e educação, acusando o governo de estar constantemente a amordaçar a liberdade dos cidadãos, a sequestrar, a espancar e a proibir manifestações, sobre os aumentos de impostos, com reflexos negativos na vida da população guineense.
Por: Tiago Seide
Foto: T.S
Conosaba/odemocratagb
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