quarta-feira, 10 de março de 2021

PAIGC condena ato “cobarde e bárbaro” contra bloguer guineense Aly Silva

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) condenou hoje o ato "cobarde e bárbaro" contra o bloguer Aly Silva, sequestrado e espancando ao início da tarde, em Bissau.

"O PAIGC repudia e condena, veementemente, mais um ato cobarde e bárbaro, perpetrado pelos atuais detentores do poder na Guiné-Bissau, que, disfarçados em esquadrões de rapto e espancamentos, têm estado a incitar o uso da violência contra cidadãos indefesos, atos que podemos classificar de autêntico terrorismo de Estado", referiu, em comunicado, a comissão permanente do PAIGC.

O partido considerou "inqualificável e intolerável" que num Estado de direito democrático "persistam atos de perseguição aos cidadãos que somente têm exercido uma das liberdades fundamentais, consagradas na Constituição e nas leis da República, nomeadamente liberdade de expressão".

"O PAIGC expressa a sua solidariedade para com o bloguista Aly Silva, vítima deste ato cobarde, estendendo-a a todos os jornalistas e ativistas que, assistidos pelos ditames da lei e da Constituição da República, têm lutado, com determinação e firmeza, para impedir a implementação da ditadura na Guiné-Bissau", salientou o partido.

O PAIGC foi vencedor das eleições legislativas de 2019, mas o seu Governo foi demitido pelo atual Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló.

O partido exige também a abertura de um inquérito para apurar os autores morais e materiais daquele "crime hediondo".

O jornalista e bloguer guineense Aly Silva foi sequestrado e espancado, acabando por ser largado em Bolola, zona industrial de Bissau.

A Lusa recebeu também informação de que o jornalista terá sido sequestrado ao início da tarde de hoje na zona entre o Centro Cultural Francês e a Empresa de Águas e Eletricidade da Guiné-Bissau, no centro da cidade.

Várias organizações da sociedade civil têm denunciado diversas violações dos direitos humanos contra ativistas, políticos, deputados e jornalistas e órgãos de comunicação social.

Um dos casos mais recentes foi o de dois ativistas políticos do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), segunda força política do país e que integra a coligação no Governo, que denunciaram publicamente terem sido espancados alegadamente por guardas da Presidência guineense, dentro do Palácio Presidencial, um caso a que o Ministério Público guineense ainda não deu seguimento, de acordo com a Liga dos Direitos Humanos.

Conosaba/Lusa



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