O ministro do Interior, Botche Candé, acusou esta terça-feira, 14 de julho de 2020, o anterior governo liderado por Aristides Gomes de ter feito entrar cinco mil agentes (auxiliares) para as corporações da Polícia de Ordem Pública e da Guarda Nacional.
O governante fez esta acusação na sua explicação aos deputados que, hoje, interpelaram-no sobre a situação da segurança no país, sobretudo a questão das cobranças arbitrárias dos agentes policiais e espancamento de cidadãos.
Candé, na sua resposta aos representantes do povo, garantiu que o seu ministério está a “trabalhar duro” neste momento, no sentido de resolver a situação dos cinco mil auxiliares que terão sido incorporados naquela instituição pública pelo anterior governo.
Sobre as cobranças ilícitas praticadas pelos agentes da polícia, o ministro lembrou que a Policia da Ordem Pública dispõe de leis que servem de base ao trabalho na estrada, sem terem de pedir ou cobrar dinheiro ilicitamente aos cidadãos. Assegurou que o ministério está a trabalhar seriamente para combater todos os atos ilegais praticados por agentes da Policia de Trânsito nas estradas bem como por agentes da Guarda Nacional, porque “o país deve funcionar na base das leis”.
“Quem quer que seja o agente flagrado a praticar cobranças ilegais ser-lhe-á instaurado um processo disciplinar e demitido”, contou para de seguida assegurar que, de acordo com a lei, a Polícia Trânsito tem a sua área de jurisdição que é trabalhar a nível da capital Bissau e os agentes da Guarda Nacional ocupam-se de controlar os transportes interurbanos e as fronteiras, mas “há uma confusão sobre as suas áreas de intervenção”, reconheceu.
“Não é normal que os agentes da Policia de Trânsito multem motoristas que cometam infrações dentro da capital Bissau e passem-lhes recibos e que os agentes da Guarda Nacional recusem reconhecê-los, punindo o mesmo motorista por falta de documentos e obrigarem-no a pagar uma soma em dinheiro. Isso não é aceitável, vamos acabar com essa situação”, afirmou.
Os deputados da nação iniciaram desde manhã a interpelação aos membros do governo liderado por Nuno Gomes Nabian, designadamente, o ministro do Interior, Botche Candé, o Ministro das Obras Públicas, Fidélis Forbes, dos Recursos Naturais e da Energia, Jorge Malú e da Saúde Pública, António Deuna.
A bancada dos libertadores (PAIGC) abandonou o debate justificando que não reconhece o executivo, porque “é ilegal e que a sua formação não obedeceu às regras democráticas ou à Constituiçãoda República”. Apesar de o líder da bancada do PAIGC ter dado orientações aos seus deputados para abandonarem a sessão, os cinco que votaram o programa de Nabiandecidiram ficar no hemiciclo e participar na sessão, bem como um do Partido da Nova Democracia.
Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb
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