Por: yanick Aerton
Segundo o candidato
derrotado nas últimas eleições presidenciais, Engª. Domingos Simões Pereira,
líder do grande partido histórico, o PAIGC:
“OS FULAS QUEREM CONSTRUIR UM
IMPERIO FULA”.
1. De início, quando
escutei a entrevista na Rádio Vaticano, não dei muita importância ao conteúdo,
mas passado algum tempo e depois de reflectir um pouco sobre os efeitos
negativos que essa entrevista pode causar na mente de muita gente, sobretudo os
menos atentos, entendi que devia pronunciar algumas palavras. Não para
desmentir ou falar mal do Engª. Domingos Simões Pereira, que
considero um homem de bem, com ambições políticas próprias de um político que
aspira ascender ao poder político, mas sim alertar sobre os perigos que
entrevistas desta natureza podem trazer na nossa sociedade, onde os fenómenos
invocados pelo DSP nunca existiram e jamais existirão, enquanto vivermos na
pátria de um dos maiores líderes do Séc. XX, Amílcar Lopes Cabral.
2. Se há um candidato que
beneficiou nestas eleições da simpatia dos Fulas é o Engª. Domingos Simões Pereira,
que tanto na primeira quanto na segunda somou mais de 40 mil votos na região
leste do pais, habitada maioritariamente pelos Fulas.
3. O candidato derrotado,
Engª. Domingos Simões Pereira, beneficiou do apoio dos líderes de
etnias Fulas mais do que qualquer outro candidato, incluindo o
General Presidente, cuja mãe não é Fula, mas sim uma Malinke
ou
Mandinga, etnia cujos impérios no passado foram dos mais brilhantes na
história do continente negro, Kankan Mansa Moussa, Soundiata
Keita, etc. etc.. O candidato derrotado foi apoiado por alguns líderes
políticos Fulas, Mamadu Iaia Djalo, Idriça Djalo, Ibraima Sori Djalo, Umaru Djau
e tantos outros, com menos expressão política.
4. Os Fulas
que apoiaram o General Presidente, nestas eleições, os mais destacados foram
apenas dois, o Ibraima Djalo (Obama), na segunda volta, e o jovem Mustafá
Bari, desde a primeira volta. E quem mais? Não sei se haverá outro nome
que me tenha escapado.
5. Os Fulas nunca foram e
jamais serão tribalistas, por uma razão muito simples, para quem conhece a
história deste grande povo. Se o fossem teriam construído o tal império de
que fala o Engª. Domingos, porque tinham os factores que poderiam ter concorrido
para que isso acontecesse, os factores económicos, intelectuais e democráticos.
Qual é o intelectual ou estudioso que não se lembra de eminentes sábios e imperadores,
reis ou Almamys, como Dan Fodio, Cheick Omar Futiyou Tall, Mussa
Molo, Alfa Iaia, Muhammadu Bamba, mais conhecido por Serigne
Touba, El Hadj Malick Sy, etc. etc., as grandes famílias de Dalen,
Cula, Djalo, no Futa Djalon, etc.,
etc.
6. Será que não é tempo
de travarmos o nosso bem querido irmão Engª. Domingos Simões Pereira,
que não se considera pertencer a nenhuma comunidade étnico-tribal, que se
considera mais Creolo do que os próprios Creolos ou Acreolados, como os que
temos em Bissauzinho, uns aculturados que se julgam eternos eleitos para
a assunção de altos cargos no Estado, para a existência do qual
todos, independentemente das pertenças religiosas, geográficas, étnicas e da
cor de pele, na unidade, construíram, a custo do seu suor, sangue e lagrimas?
7. Será que só pelo facto
de perder estas eleições, que não são últimas na história deste povo, o nosso
irmão, Engª. Domingos Simões Pereia vai cair na frustração? Onde estão os
nossos psicólogos? Bo tempacensa, bo lanta antes de bin sedu tarde
pabia nona curi risco di odja no ermon frustra cu problemas mentais, icana
tarda, Cusa cu nin pa no indimigo noca disdja, cu fadi parel. Pa Deus libral!
8. No meio religioso e
tradicional Fula, o Engª. Domingos Simões Pereira foi aquele
que mais apoios obteve do que os restantes candidatos, e sei do que falo,
porque estou bem situado para falar disso. Âmi i fidju nan, âmi i neto, alem disso
npercorri tudo país na és campanha, ncontacta homis garandes, Nhá papes, Nhá
donas, Nhá ermons garandes.
9. O PAIGC, para além da
indignação para a qual o Engª. Domingos Simões Pereira convidou os
dirigentes, militantes e simpatizantes, deve concentrar-se na reorganização da
suas bases com vista aos próximos embates, e convencer o seu líder para parar
essas infrutíferas investidas com o único propósito de denigrir a imagem do país
que o viu nascer. O Engª. Domingos Simões Pereira, que até por
sinal ainda não deu nenhuma prova concreta do que é capaz, além de retóricas, é
um quadro que pode ser útil a Guiné-Bissau.
Por isso, com toda a
sinceridade, o apelo que aqui lanço, é no sentido de lhe dizer para regressar e
preparar um congresso onde irá fazer o balanço da sua liderança falhada e
devolver o partido aos seus donos, porque felizmente ainda temos uns heróis
vivos, como é o caso Camarada lúcio soares, Carlos coreia,
Manecas santos, Mário Cabral, um exemplo
de integridade.
Abaixo a política da dividir para
melhor reinar!
Viva a Guinendadi!
Deus abençoe a Guiné-Bissau!
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