Um grupo de cidadãos guineenses lançou uma iniciativa para angariar alimentos para distribuir à população mais carenciada de quatro bairros de Bissau, disse hoje à Lusa, uma das coordenadoras do projeto, Melissiana Rodrigues.
Segundo Melissiana Rodrigues, a iniciativa, lançada por 20 pessoas, mas que tem sido abraçada todos os dias, visa ajudar a que a população mais carenciada "não passe fome, durante os dias em que é obrigada a ter que ficar em casa".
Para evitar a propagação do novo coronavírus, que já infetou nove pessoas na Guiné-Bissau, as autoridades no poder decretaram o estado de emergência, ordenando, entre outras medidas, que a população fique em casa.
"Uma pessoa que não tem o que comer, de certeza, que não poderá ficar em casa, vai ter de sair à procura do que comer", observou Melissiana Rodrigues, salientando que a situação se torna mais difícil para aquelas pessoas "mais carenciadas".
A responsável pela "Campanha de Angariação de Bens Alimentícios - Tadja Fomi" (Evitemos a fome) assinalou que as medidas anunciadas pelas autoridades para evitar a propagação da covid-19 na Guiné-Bissau, devem ser respeitadas, mas notou que grande parte da população só consegue o sustento na atividade diária.
Melissiana Rodrigues pede às pessoas que doem arroz (base da dieta alimentar no país), massa, óleo, enlatados e quem quiser pode entregar dinheiro que será revertido em bens alimentares, disse.
Na diáspora, há um responsável em Portugal que vai receber as doações.
Em três dias de recolha de bens alimentares, Melissiana Rodrigues até ficou surpreendida pela resposta, dada a quantidade de produtos que a comissão já recebeu e que agora vão ser distribuídos para os "mais carenciados de quatro bairros de Bissau".
A comissão conta com um trabalho de mapeamento dos "mais carenciados" já feito pelas ONG que atuam nos bairros de Bissau, para proceder à distribuição das ajudas, mas assim que tiver mais apoios alargará a entregas a outros locais da capital guineense e se possível ao interior do país.
O número de mortes em África subiu para mais de 240 num universo de mais de 6.400 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença naquele continente.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 190.000 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Conosaba/Lusa
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