O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, foi reeleito para um quarto mandato, de acordo com resultados provisórios anunciados esta quinta-feira, 18 de Julho, prolongando assim por mais cinco anos o seu reinado à frente do país que dirige há 30 anos.
Depois de em 2017 ter arrecadado 98,79% dos votos, este ano Paul Kagame conseguiu aumentar o número de votos ao obter 99,18% da votação.
Paul Kagame é a figura dominante do Ruanda desde que derrubou, em Julho de 1994, com a rebelião da Frente Patriótica Ruandesa (FPR), o governo extremista hutu, responsável pelo genocídio que causou, segundo a ONU, mais de 800.000 mortes, principalmente entre a minoria tutsi.
Primeiro foi vice-presidente e ministro da Defesa, embora sempre considerado o líder de facto do país, Kagame tornou-se presidente em 2000, eleito pelo Parlamento após a demissão de Pasteur Bizimungu, e depois, eleito quatro vezes por sufrágio universal.
Paul Kagame é um dos chefes de Estado mais controversos do continente africano. Aplaudido pelo desenvolvimento económico do Ruanda após o genocídio, é também fortemente criticado pela falta de abertura democrática no país.
Várias vozes anti-Kagame não puderam apresentar-se às presidenciais, incluindo Victoire Ingabire, que considerou que "ganhar continuamente a eleição presidencial com quase 100% dos votos não é um sinal de popularidade, mas de falta de concorrência".
Apenas dois candidatos foram autorizados a participar nas presidências: Frank Habineza, líder do único partido de oposição autorizado (Partido Democrático Verde, DGPR), e o independente Philippe Mpayimana, que obtiveram respectivamente 0,50% e 0,32%.
As legislativas, que ocorreram simultaneamente, confirmaram a hegemonia do partido presidencial (FPR), que arrecadou 68,83% dos votos.
Os resultados definitivos devem ser proclamados até 27 de Julho.
Após ter atingido o limite de dois mandatos de sete anos, Kagame procedeu a uma controversa revisão constitucional em 2015. Alteração que lhe permitiu de voltar à estaca zero a nível de mandatos além de o autorizar a candidatar-se a um mandato transitório de sete anos, de 2017 a 2024.
Esta reforma permite-lhe em caso de reeleição de permanecer no poder até 2034.
Por: Cristiana Soares com AFP
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