sábado, 4 de janeiro de 2025
sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
Balanço de quadra festiva: HOSPITAL SIMÃO MENDES REGISTA DOIS ÓBITOS E MAIS DE DEZ CASOS DE ACIDENTES DE VIAÇÃO
O Diretor do Banco de Socorro do Hospital Nacional Simão Mendes, Bubacar Sisse, considera negativo o balanço da quadra festiva do final ano, por ter registado 115 casos entre quais 12 casos de agressão física, 14 casos de acidentes de viação. Entre os casos, um é de bala perdida de arma de fogo, dois óbitos e restantes casos são normais entre os quais quatro adolescentes que consumiram droga, idosos com hipertensão arterial que entraram em convulsão depois de consumirem comidas com sal e outros, apenas intoxicações alcoólicas.
Bubacar Sisse que falava aos jornalistas nas instalações do maior centro hospitalar do país para fazer balanço, disse que entre 115 pacientes que deram entrada naquele estabelecimento hospitalar, 44 pessoas foram atendidas na medicina, 35 na cirurgia e 36 foram atendidas no serviço de ortopedia no qual internaram cinco pacientes.
Sobre os dois óbitos, Bubacar Sisse informou que um foi vítima de agressão física tendo sido esfaqueado com garrafas. Segundo as testemunhas, a vítima é um paciente que estava internado no hospital, mas como morreu no dia da celebração do final do ano, foi registado como um caso da quadra festiva.
O responsável do Banco de Socorros do Hospital nacional Simão Mendes chamou atenção às autoridades nacionais no sentido de controlarem os motoristas na via pública, sobretudo na quadra festiva em que circulam muita gente, porque as pessoas que conduzem embriagados facilmente perdem o controlo das viaturas na via pública, como aconteceu durante a quadra festiva em que um motoristas atropelou quatro crianças nas imediações da Assembleia Nacional Popular.
Importa lembrar que no final do ano transacto, deram entrada naquele hospital, 181 casos e este ano 115 casos, como também foi registado dois óbitos, mesmo número com o ano terminado de maneira que considera o balanço negativo.
HOSPITAL MILITAR REGISTA MAIS DE VINTE CASOS DE AGRESSÃO FÍSICA E ACIDENTES DE VIAÇÃO
Para o Responsável de Repartição de Medicina Interna do Hospital Militar Principal, Idulino Gomes Correia, aquele centro hospitalar recebeu 24 casos durante a celebração do final do ano, entre os quais 6 casos de agressão física, 18 casos de acidentes de viação no qual dois casos são graves requerendo o internamento e restos são ambulatórios. Adiantou que neste final do ano, o Hospital Militar Principal, registou mais casos em relação ao ano passado.
Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb
ANALISTA DESPORTIVO LAMENTA FALTA DE APOIO FINANCEIRO DO EXECUTIVO ÀS MODALIDADES DESPORTIVAS
O comentador desportivo, Gorky Medina, lamentou o afastamento do executivo em subvencionar as federações desportivas (modalidades) para a execução dos respetivos planos de atividades, lembrando que o governo apenas está a olhar para a Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB),órgão que dirige o futebol nacional.
“Basicamente a situação que temos hoje nota-se um total afastamento de Estado das restantes modalidades desportivas, canalizando o apoio à Seleção Nacional de Futebol. Mas é importante lembrar que nos Jogos Olímpicos, que é a competição desportiva mais abrangente do mundo, onde quase todas as modalidades estão presentes, mas nunca o futebol conseguiu marcar a sua presença, mas conseguimos marcar a nossa presença por outras modalidades”, disse.
“Qual é a razão por trás do apoio às outras modalidades não estão a merecer mais atenção por parte do Estado, essa é que é a grande questão neste momento”, interrogou-se Gorky Medina, lembrando que agora a FFGB já tem condições financeiras para custear algumas atividades da Seleção Nacional onde tem participado”.
Gorky Medina falava esta segunda-feira, 30 de dezembro, durante uma entrevista concedida à seção desportiva do Jornal O Democrata, com o objetivo de dar um olhar sobre o desporto nacional e a estratégia para o desenvolvimento das modalidades desportivas em nível do território nacional.
Medina, que foi jogador de futebol, reconhece que o Estado tem enfrentado enormes dificuldades financeiras, mas não pode continuar somente a disponibilizar os meios financeiros para o futebol nacional, que não tem tido também grandes resultados desportivos em diferentes competições onde tem participado, representando a Guiné-Bissau.
“Embora não tenhamos dados oficiais, mas o Estado gastou muitas verbas no futebol durante este 2024 em viagens, deslocações e prémios dos jogos, mas quando vira para as restantes modalidades desportivas, nota-se que o Estado gastou zero. Isso mostra claramente que temos dois pesos e duas medidas”, acrescentou Medina.
Para mudar o paradigma, segundo explicação de Medina, é fundamental que o Estado elabore uma estratégia sobre o desenvolvimento da prática do desporto na Guiné-Bissau, que passa pela incrementação da prática do desporto nas escolas. Segundo explicações do comentador desportivo, com a introdução da prática desportiva diversificada nas escolas cada criança poderá desenvolver o seu talento em diferentes modalidades desportivas, incluindo o futebol.
“Nos Estados Unidos de América uma das coisas boas que existem é a transparência no desporto, onde todo mundo pratica desporto nas respetivas escolas. Aqui qualquer pessoa que pratica desporto é tratada de ignorante, porque para praticar o desporto enquanto não alcançar a categoria de sénior somente pode praticar na sua escola”, disse.
Igualmente docente na Faculdade de Direito de Bissau, Medina diz que chegou do Estado definir uma estratégia, levando todas as modalidades existentes na Guiné-Bissau junto das crianças, jovens e as populações, permitindo assim cada fazer a sua escolha onde tem aptidão e futuramente o país terá resultados almejados no desporto.
Durante a mesma entrevista ao Democrata, Medina enalteceu que o país dispõe agora de vários quadros no sector de desporto, com destaque para os técnicos de futebol que podem ser colocados nas diferentes escolas, permitindo assim uma maior competição entre as escolas existentes no país.
“Penso que este é o caminho que o Estado tem para definir uma estratégia para a prática de desporto e apoiando todas as modalidades. Embora sabemos que não existe nenhum país que consegue apoiar todas as modalidades da mesma maneira, porque existe sempre o desporto predominante e aceitamos que o futebol é predominante no país, mas não pode continuar a ser único setor a receber apoio de Estado”, finalizou Medina.
Várias federações desportivas do país têm criticado os sucessivos executivos devido à falta de apoios financeiros para desenvolverem as suas atividades, mas têm apoiado a FFGB. As entidades desportivas alegam que o governo apenas se preocupa com as atividades da instituição desportiva.
Na sequência desta critica, um grupo de federações desportivas nacionais, agrupadas num fórum, tem ameaçado avançar com o boicote das atividades desportivas da presente época no país, devido à falta da disponibilização de meios financeiros pelo executivo, para a execução dos respetivos planos de atividades.
O Fórum que agrupa mais de 20 federações desportivas nacionais e funciona há mais de sete anos, é um espaço criado com o propósito de os organismos consertarem ideias relativamente à várias situações que não foram atendidas pelo executivo relativamente ao seu plano de atividades e orçamento.
No mês de março de 2024, o secretário-geral do Fórum, Quecuta Indjai, acusou esta quarta-feira o Governo de apenas estar a olhar para o futebol deixando de lado as outras modalidades.
A Luta Livre, uma das modalidades desportivas com maiores proezas nas competições internacionais, lamentou a falta de apoio financeiro das autoridades governativas e queixa-se de ter sido abandonado pelo executivo.
Por: Alison Cabral
Conosaba/odemocratagb.
LGDH ELEGE 2025 COMO ANO DE “RESGATE” DAS LIBERDADES “ILEGALMENTE SUSPENSAS”
A Liga Guineense Dos Direitos Humanos (LGDH) elege 2025 como ano de “resgate” das liberdades “ilegalmente suspensas”, a justiça, a democracia e o estado de direito e a coesão nacional.
Numa publicação na sua página oficial no Facebook, a organização defensora dos direitos humanos lembrou que o ano 2024 foi “extremamente duro e desafiante”, sublinhando que, não obstante as dificuldades estruturais com que a organização se depara, a LGDH cumpriu a sua missão num contexto marcado pela implementação de uma agenda “destruidora que tem desmantelado os princípios estruturantes da nossa democracia e Estado de direito”.
“As liberdades fundamentais tais como a de reunião e de manifestação foram suspensas em 2024. O sequestro da justiça consolidou-se com a sua rendição à manipulação e instrumentalização. A liberdade de imprensa foi atacada e ferida” descreveu, afirmando que os serviços sociais básicos, saúde, educação, energia elétrica, água potável, entre outros, continuam muito longe de satisfazer as necessidades do povo guineense.
A organização fala ainda da extrema pobreza agravada pelo alto índice de inflação, que matou silenciosamente muitos gguineenses. A harmonia entre a corrupção, a impunidade e criminalidade organizada atingiu o grau de perfeição.
Para a LGDH, as detenções arbitrárias e torturas criminosas foram normalizadas e que a coesão nacional foi abalada com os discursos segregacionistas e de propagação de ódios.
Para inverter este quadro sombrio, 2025, para a LGDH, é um ano de “Resgate”.
“Resgatar as liberdades ilegalmente suspensas, a justiça, a democracia e estado de direito e a coesão nacional serão prioridades absolutas da LGDH.
Todos pela Guiné-Bissau de paz, de tolerância, de respeito pelas normas democráticas, de respeito pela dignidade da pessoa humana, de oportunidades iguais entre homens e mulheres, enfim, um país que orgulha os seus cidadãos e cidadãs” concluiu a organização defensora de Direitos humanos.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb
Cooperação/ Mauritânia e Senegal iniciam exploração conjunta de gás
A produção de petróleo e gás no Senegal será destinada à exportação e ao consumo interno© Bernd von Jutrczenka/dpa/picture alliance
O Senegal e a Mauritânia anunciaram um avanço na exploração do gás comum com "a abertura do primeiro poço da sua jazida marinha", um "passo importante para a comercialização".
"Os ministérios responsáveis pela Energia na Mauritânia e no Senegal, através da Petrosen e da Société Mauritanienne des Hydrocarbures (duas empresas públicas senegalesas e mauritanas) anunciam hoje "o orgulho" com a abertura oficial do primeiro poço do depósito GTA", adiantam.
Segundo a nota conjunta, citada pela agência noticiosa francesa AFP, "a concretização deste importante evento marca um passo importante na conclusão do projeto GTA e consolida a parceria exemplar existente entre a Mauritânia e o Senegal, agora destinada a desempenhar um papel fundamental na indústria energética regional".
O projecto Grand Tourtoise/Ahmeyim (GTA), executado na fronteira com a Mauritânia, está a ser desenvolvido pela petrolífera britânica BP e pela norte-americana Kosmos Energy, a Société Mauritanienne des Hydrocarbures (SMH) e a Petrosen, refere o anúncio.
De acordo com o comunicado, espera-se que esta jazida produza cerca de 2,5 milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano.
O início da produção inicialmente anunciado para o final de 2024 foi adiado para 2025, sem especificação da data, adianta o comunicado, acrescentando que a abertura deste primeiro poço "abre caminho para o início da comercialização de gás prevista para muito em breve".
Desde junho, o Senegal entrou no círculo dos países produtores de hidrocarbonetos com o início da extração de petróleo do campo de Sangomar, pela empresa australiana Woodside.
Este campo de águas profundas, localizado a cerca de 100 km a sul de Dacar, contém petróleo e gás, sendo que o desenvolvimento foi lançado em 2020 e exigiu um investimento de cerca de cinco bilhões de dólares (perto de 4,9 mil milhões de euros), segundo a empresa, que estima como meta produzir 100 mil barris por dia.
A produção de petróleo e gás no Senegal será destinada à exportação e ao consumo interno.
Estará longe de atingir os níveis de gigantes globais e africanos como a Nigéria, mas são esperadas receitas na ordem dos milhares de milhões de dólares, bem como uma transformação acelerada da economia.
Conosaba/Lusa
quinta-feira, 2 de janeiro de 2025
Novo Presidente de Moçambique toma posse em 15 de janeiro
O Conselho Constitucional de Moçambique fixou oficialmente a tomada de posse de Daniel Chapo para 15 de janeiro, num período marcado pela maior contestação aos resultados eleitorais desde 1994.
O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique fixou esta quinta-feira, oficialmente, o dia 15 de janeiro para a tomada de posse do novo Presidente da República, que sucede a Filipe Nyusi, indica uma deliberação distribuída esta quinta-feira por aquele órgão.
Em 23 de dezembro, o CC, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de outubro.
Daniel Chapo, apontado pela Frelimo como uma “proposta jovem” e que vai ser o primeiro chefe de Estado nascido após a independência, assumirá a Presidência moçambicana no ano em que o país assinala 50 anos de independência, um período marcado, entretanto, pela maior contestação aos resultados eleitorais desde as primeiras eleições, em 1994.
A sua eleição é, contudo, contestada nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane — candidato que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos mas que reclama vitória — em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.
Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
Além de Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido Podemos, no percurso até à Ponta Vermelha (Residencial oficial do Presidente da República), Chapo enfrentou nas eleições de 09 de outubro Ossufo Momade (que obteve 6,62%), líder e apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal força de oposição, e Lutero Simango (que teve 4,02%), suportado e presidente do Movimento Democrático de Moçambique.
Mondlane, que lidera a contestação a partir do estrangeiro, afirmou, num dos seus diretos na sua rede social Facebook, que vai tomar posse no dia 15 de janeiro e, ainda hoje, vai anunciar, com detalhes, a próxima fase das manifestações, designada “Ponta de Lança”.
Conosaba com a Lusa
Aladje Sete Camara, o homem Guineense com a personalidade de homem Alemão!
"Homem de uma cara só", com uma personalidade consistente e particularmente confiável!
Sete Camara, nasceu em Geba, irmão mais novo do Braima Camara "Bá do Povo" muito cedo, jovem emigrou-se para a Alemanha, o país onde viveu mais de duas (2) décadas, fez-se homem de "barba rixa" aprendeu tudo, esta é uma das razões pelo qual se possa considerar o Sete Camara; "o homem Guineense com a personalidade de homem Alemão", porque na Alemanha, tudo é organizado. Os prazos são estabelecidos e então eles são cumpridos. Tanto profissionalmente quanto na vida privada.
Os homens alemães são conhecidos por sua seriedade e pontualidade. Eles são extremamente organizados e valorizam a eficiência em todas as áreas das suas vidas. Além disso, são bastante reservados e podem parecer um pouco distantes no início, mas uma vez que você ganha a sua confiança, eles se tornam amigos e leais.
Sete Camara, com a dupla nacionalidade (Guineense e Alemão) era muito bem-visto e amado pela comunidade guineense na altura, em Hamburgo, na década de 80. Era bem-visto pelos outros, porque dedicava a vida a ajudar o próximo, muito solidário, também, ele ajudava e orientava os colegas para ingressarem no mercado de trabalho de forma eficiente e estratégica.
Aladje Sete Camara foi o primeiro guineense a casar-se com uma Alemã de 19 anos, muito bonita, na Embaixada da República da Guiné-Bissau em Lisboa, Portugal, em 1990, sendo o Hugo Borges, na altura, o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República da Guiné-Bissau na República Portuguesa. Ensa Camara, o antigo ponta de lança do Sporting Clube de Bafatá e o Seco Bá Cassama, atualmente um dos membros do Comité Central do PAIGC, eram os padrinhos do casamento.
Ele é um homem altamente religioso, já fez a peregrinação a Meca, um dos cinco principais atos exigidos do Islamismo. Também, ele é conhecido por sua aparência distinta, personalidade séria e com os valores culturais fortes. Ele é contra injustiça, falsidade/manipulação, contra a mentira e a maldade!
Ka-bêFó
Conosaba do Porto
Países africanos decidem romper parcial ou definitivamente relações militares com a França
Mahamat Idriss Déby, Presidente do Chade. © Ludovic Marin / AFP
Os chefes de Estados africanos durante as mensagens de fim de ano às respectivas nações decidiram pôr, parcial ou definitivamente, um termo à colaboração militar com a França.
O ano de 2025 começou sob a tonalidade do fim de certas colaborações militares entre países africanos e a França.
No Chade, o Presidente Mahamat Idriss Déby falou à nação na televisão estatal. Uma alocução após o país ter saído de três anos e meio de transição após a morte do pai, o então Presidente Idriss Déby.
O Chade tem uma nova Constituição e vai ter, em breve, uma nova Assembleia Nacional quando os resultados das eleições do passado domingo forem anunciados.
Foi o momento escolhido para o actual Presidente eleito Mahamat Idriss Déby abordar o futuro que passa pelo fim da colaboração militar com a França:
«No domínio da diplomacia, colocamos em primeiro lugar os interesses do Chade, mantendo-nos apegados à soberania do nosso país. Foi nesta perspectiva que decidi, após uma análise atenta da situação, romper definitivamente os acordos militares com a França. Esta decisão soberana vai trazer grandes desafios que teremos de enfrentar. Sei que seremos combatidos. Tenho plena consciência das consequências securitárias, económicas, diplomáticas e mediáticas que podem resultar desta decisão histórica», frisou o Presidente do Chade.
Recorde-se que após a transição, Mahamat Idriss Déby acabou por ser eleito Presidente do país a 23 de Maio de 2024.
Na Costa do Marfim, o Presidente Alassane Ouattara anunciou, no seu discurso à nação, que a base militar francesa de Abidjan ia ser devolvida aos marfinenses.
Num plano mais geral, o Presidente da Costa do Marfim admitiu que vai haver uma saída das forças francesas do território marfinense.
A base militar de Port-Bouët será agora renomeada de base Général Ouattara Thomas d'Aquin, o nome do primeiro Chefe do Estado-Maior das forças marfinenses.
De referir que, no entanto, a Costa do Marfim não vai romper as ligações que tem com a França, contrariamente aos três países do Sahel, Mali, Burkina Faso e Níger.
Cerca de 1 000 soldados chegaram a estar presentes na base militar de Abidjan, na capital da Costa do Marfim, para ajudar na luta contra o jihadismo na Região do Sahel.
No Senegal, o Presidente Bassirou Diomaye Faye afirmou que em 2025 será o “fim de todas as presenças militares estrangeiras” no território senegalês.
A 28 de Novembro, o Presidente do Senegal tinha anunciado que todas as bases militares francesas tinham de fechar em território nacional.
Desta vez, a 31 de Dezembro de 2024, Bassirou Diomaye Faye assegurou que essa transição será efectuada já em 2025.
O Presidente senegalês admitiu, no entanto, que “todos os amigos do Senegal serão tratados como parceiros estratégicos, enquadrados numa cooperação aberta, diversificada e descomplexada”, acrescentou o chefe de Estado.
Recorde-se que Bassirou Diomaye Faye foi eleito em Abril de 2024 com a promessa de dar novamente ao Senegal a sua soberania e acabar com a dependência aos países estrangeiros.
Bassirou Diomaye Faye, Presidente do Senegal. © REUTERS - Abdou Karim Ndoye
Por: Marco Martins
Conosaba/rfi.fr/pt
Presidente guineense diz que país “está em marcha e não vai parar”
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló defendeu no discurso de final do ano que o país "está em marcha" que "não vai parar", através de várias realizações destacando-se "uma aposta forte" nas infraestruturas em Bissau e no interior.
Sissoco Embaló exortou os cidadãos guineenses a terem "em atenção" a importância de "fatores chave" para consolidação dos "ganhos de 2024", nomeadamente a estabilidade política e o reforço da coesão social.
O Presidente guineense apontou para obras de reabilitação e construção de estradas em Bissau e em várias regiões do interior, indicou ainda outras infraestruturas cujas obras, disse, irão iniciar-se em 2025, para justificar a sua convicção de avanços no país.
"Consolidámos e aprofundámos relações antigas. Fizemos novos amigos da Guiné-Bissau. Contando com todos eles, assumimos uma ambição de progresso, que já está a dar os seus frutos. Guineenses, a Guiné-Bissau está em marcha", disse.
O chefe de Estado guineense referiu estar em curso uma política de valorização do território "que não vai parar" por constituir "uma aposta forte nas infraestruturas". A meta, assinalou, é dar mobilidade terrestre aos cidadãos.
O Presidente guineense destacou ainda "o grande salto" que o país deu na eletrificação com a chegada da corrente produzida pela barragem de Kaleta, na Guiné-Conacri, no quadro da OMVG (Organização para a Valorização do Rio Gâmbia).
"Tem uma grande relevância estratégica e, por isso mesmo, ela é claramente estruturante", notou Sissoco Embaló.
A Guiné-Bissau "teve um avanço significativo" na mobilidade marítima em 2024 com a entrada em funcionamento de um navio, oferecido ao país por Portugal, e que foi batizado com o nome "Centenário de Amílcar Cabral", para fazer a ligação entre Bissau e as ilhas dos Bijagós, disse.
O chefe de Estado guineense, defendeu, no entanto, ser fundamental que se garanta a segurança do Estado e dos cidadãos, que haja eficiência da justiça, coesão, estabilidade para preservar os ganhos e consolidar o Estado de direito democrático.
Para 2025, Sissoco Embaló considerou ser preciso "fazer uma verdadeira aposta estratégica" na agricultura para, entre outros, promover a transformação estrutural da economia e combater a pobreza.
"Com as nossas condições agroclimáticas, não deveríamos continuar a importar a inflação com a importação de certos bens alimentares que temos a obrigação de produzir, e de fazer chegar" ao país, sublinhou Embaló.
O Presidente guineense notou que todos os projetos anunciados ou em curso só terão sustentabilidade se contarem com a participação da juventude do país a qual, disse, deve ser dado "um novo rumo" através da educação, formação, ciência e tecnologia.
Sissoco Embaló defendeu que 2024 "foi um ano intenso" em que se empenhou pessoalmente "na identificação de novas oportunidades" para fazer progredir o país face à situação internacional, sem deixar de projetá-lo no seio da comunidade internacional.
Embaló afirmou que a Guiné-Bissau "ganhou respeito e consideração" dos seus parceiros bilaterais e multilaterais.
Lusa
quarta-feira, 1 de janeiro de 2025
Braima Camara; Irmãs e irmãos guineenses
O mundo de uma forma geral está a enfrentar vários conflitos, no nosso continente foram vários golpes de Estado que se perpetuam ainda na nossa sub região, que resultou na saída dos 4 países da Cedeao. É o início de uma caminhada para uma nova língua, moeda , uma nova história. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia que já dura cerca de 3 anos, acumula um avultado número de mortos e, um custo de vida cada vez mais alto, não só para os europeus, mas para o mundo inteiro. Ainda o conflito na Síria, Gaza e Líbia , enfim.
A humanidade é chamada a ter lugar nos nossos pensamentos e orações .
A nossa Guiné como sabem, não vive os melhores tempos de democracia, clamamos por ela de todas as formas . Para além da justiça que deixou de ser cega, as eleições são nos negadas.
Neste dia de reflexão, deixo aqui o ensejo para todos nós; aos políticos e dirigentes que olhem para a Guiné Bissau como uma nação a quem se deve servir e, não ser servido; aos religiosos que intercedam mais e de forma independente pelo nosso povo; à Justiça que se mantenha cega e que julgue todos por igual; aos professores que não cessem de ensinar; pois está é a arma mais poderosa para o desenvolvimento de um país; à diáspora a distância hoje não é um problema para estar presente na construção da Guiné; às mulheres que sejam para sempre mamés di dus mama pa nós; ao povo que seja mais participativo e vigilante.
Nenhum guineense é mais importante do que outro, somos todos parte desta nação.
Desejo profundamente que 2025 traga paz, entendimento, união e desenvolvimento igualitário e equitativo para todos.
Que bons ventos nos visitem.
Feliz Ano Novo a todos os irmãos guineenses !
Opinião: APÓS 27 ANOS POR QUE NÃO REFLETIMOS SOBRE A CONTINUIDADE OU NÃO DA GUINÉ-BISSAU À UEMOA?
A expectativa sobre adesão da Guiné-Bissau a UEMOA era tão grande que na época os estudos, as projeções e as vantagens que eram anunciadas nas medias apontavam para um crescimento econômico, estabilidade nas contas públicas (devido as regras de convergências macroeconômicas) e o controle de inflação que era o maior desafio do governo em 1996. Hoje ficou claro que os estudos da época esqueceram de incluir uma das variáveis não menos importantes como indicadores da projeção de adesão do país à UEMOA. A INSTABILIDADE POLITICA.
A Guiné-Bissau aderiu à União Econômica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) em 1997, marcando um momento significativo para a integração econômica do país no contexto regional. A UEMOA, composta por oito países da África Ocidental, utiliza o franco CFA como moeda comum e busca promover a estabilidade econômica, a convergência das políticas fiscais e monetárias, além de facilitar o comércio intrarregional. No entanto, desde adesão da Guiné-Bissau ao bloco econômico, além de ter defrontada com uma guerra civil que ceifou muitas vidas dos guineenses (perdendo somente com a guerra de libertação nacional), instalou-se no país uma instabilidade política crônica, prolongada, que vem ameaçando cada vez mais a coesão social e a nossa existência como uma sociedade civilizada, com a introdução de novas práticas e culturas que anteriormente não evidenciavam fazer partes do nosso dia a dia.
As projeções realizadas não eram irrealistas ou fora da realidade, a Guiné-Bissau reunia e reúne todas as condições naturais de ser um dos países que mais beneficiariam com adesão ao bloco. Pois, a situação geográfica do país, áreas costeiras do oceano atlântico e banhado por vários rios proporcionam a Guiné-Bissau condições adequadas para criar infraestruturas marítimas e aeroportuárias. Essas infraestruturas poderiam constituir vantagens comparativas, pois possibilitariam aos países que não possuem fronteiras marítimas, por suas situações geográficas, escoarem (importações e exportações) seus produtos. Também podemos considerar as condições climáticas favoráveis para todos os tipos de cultivos, mas isso por si só não significa nada como vem demonstrando, cabe a nós criar os mecanismos e condições adequadas para fazer proveito daquilo que a natureza nos proporcionou. Isto significa que precisamos desenvolver infraestruturas adequadas para os nossos produtores, agricultores e empresários pudessem competir de qual condição aos parceiros do bloco e beneficiar das condições financeiras (créditos) proporcionadas pela União.
As vantagens acima citadas foram apontadas nos estudos da época e se soubéssemos aproveitar e tivéssemos a maturidade política e emocional de lidar com o fator da “democracia”, hoje a condição socioeconômica do nosso povo e a pauta do nosso dia a dia seriam outras e não sobre a constante instabilidade política. No entanto, as perguntas que todos os guineenses devem fazer são: valeu apena adesão à UEMOA?
Vale apena continuar como membro do bloco? Antes iniciar os meus comentários, gostaria de deixar claro de que não estou afirmando que a integração do país ao bloco é o motivo principal da nossa instabilidade, mas é um ponto que devemos levantar e refletir sobre a sua importância para nossa estabilidade econômica e política.
Sendo assim, vou apontar algumas hipotéticas vantagens da adesão:
a) estabilidade monetária – em 1996 a inflação anual da Guiné-Bissau era em torno de 51%, segundo os dados do FMI, em 2023 segundo os dados da mesma instituição, a inflação fechou em 4,5%. O resultado da estabilidade monetária (controle de inflação) foi observado logo no ano seguinte após adesão do país ao bloco. O uso do franco CFA, vinculado ao euro e garantido pelo Tesouro francês, proporciona estabilidade monetária. Para a Guiné-Bissau, que enfrentava uma inflação elevada e instabilidade econômica, essa ancoragem ajudou a conter a inflação e estabilizar os preços, criando um ambiente mais previsível para negócios e investimentos;
b) acesso ao mercado regional mais amplo – com a “eliminação” de barreiras alfandegárias possibilitaria um país como nosso que possui vantagem comparativa no setor agrícolas ampliar sua estrutura produtiva para exportação, mas também permitiria importações de produtos manufaturados com custos unitários mais baratos e;
c) a credibilidade de investidores externos ao nosso mercado e apoio de instituições supranacionais como Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e de instituições regionais como o Banco de Desenvolvimento da África Ocidental (BOAD) que passaram a promover não só apoio técnico e financeiro ao nosso país, mas“ promoveram as políticas creditícias” para os produtores agrícolas, para pequenas e médias empresas.
Enquanto as desvantagens podemos apontar as seguintes:
a) perda de autonomia de praticar política monetária e cambial que são instrumentos de políticas macroeconômicas importantes. A política cambial é um dos instrumentos políticos que o país usa quando tem moeda própria – é um valor da moeda de um país em relação aos outros em caso de déficit na balança de transações correntes o país pode estimular as exportações através da desvalorização da sua moeda, assim aumentando a competividade de produtos produzidos internamente nos outros países. No caso da política monetária ficou à responsabilidade do BCEAO de garantir a estabilidade do sistema monetário e financeiro da união, independentemente da peculiaridade e especificidade de cada país.
b) um país como nosso, devido sua condição econômica precária e instabilidade política estrutural, frequentemente é penalizado com esse tipo de política uniforme que, em alguns casos, não condizem com a realidade econômica e social do nosso país e;
c) a última desvantagem, trata-se da assimetria entre os países integrantes do bloco, principalmente, a presença do Senegal e Costa do Marfim no bloco, prejudica o desenvolvimento local de países menos desenvolvidos, que não possuem infraestruturas e estrutura produtiva para competir de igual.
A consequência é que, a Guiné-Bissau não consegue competir de igual a maioria dos países da UEMOA, quase tudo é importado de Senegal ou de outro país vizinho, desde os produtos de necessidades básicas até os mais supérfluos. Consequentemente, tornou-se mais vantajoso para os nossos produtores e empresários comprarem de Senegal ou países vizinhos do que produzirem internamente e quando é assim as consequências são perdas de empregos, renda, arrecadação e aumento da pobreza e instabilidade política.
Por fim, algumas considerações:
1) a adesão da Guiné-Bissau ao UEMOA inicialmente representava uma estratégia importante considerando o descontrole que se encontrava inflação e a integração ao bloco servia para garantir a estabilidade monetário e controle de inflação. Contudo, os desafios associados à instabilidade política que teve início no ano subsequente à adesão (guerra civil), a dependência exagerada aos mercados externos fragiliza abastecimento do mercado doméstico (essencialmente os produtos básicos), à perda de competividade de nossos empresários e produtores agrícolas, à perda de autonomia e à dificuldade de convergência macroeconômica não podem ser ignorados;
2) dizem que é na crise que aparecem as oportunidades e este é exatamente o momento de estudarmos as alternativas. É viável e factível criarmos uma moeda própria ancorada a moeda forte como Euro ou Yuan (Renminbi) chinês ou Franco CFA;
3) fortalecer as instituições, diversificar a economia e investir em infraestrutura devem ser prioridade de qualquer governo porque só assim que podemos almejar um desenvolvimento sustentável e a inclusão social para que Guiné-Bissau volte a ser Guiné-Bissau e;
4) por último, é extremamente importante começarmos pensar em criar condições e mecanismos para elevar à arrecadação e aumentar as receitas correntes (provenientes de fontes internas) do Estado e uma das formas é através de uma taxa crescimento econômico mais robusta, A modernização de administração pública e o combate à corrupção (maior rigor na fiscalização das receitas do Estado oriundas de tributos), devem ser pilares indispensáveis para otimização estratégicas das receitas do governo e alocação das mesmas para setores essências e estratégicos.
Desconheço uma história de desenvolvimento mundial em que um país tenha desenvolvido dependendo de ajudas e doações externas, principalmente quando é para cumprir com as suas obrigações (despesas correntes obrigatórias). Em suma, a criação de um projeto de cadeias produtivas articuladas que possa gerar empregos, renda para população é a forma mais sustentável para o desenvolvimento.
Por: Rafael João Dias
Doutorando em desenvolvimento econômico – IE/UNICAMP – Brasil
Especialista em Finanças e Banking
Conosaba/odemocratagb
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