quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

CÂMARA DE COMÉRCIO ACUSA ANTIGA DIREÇÃO DE GESTÃO DANOSA E DE DESVIO DE FUNDOS




O Secretário-geral da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), Saliu Bá, acusou esta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, que antiga direcção da CCIAS liderada por Mama Samba Embaló de gestão danosa e de desvio de fundos em somas avultadas.

Saliu Bá afirmou que foi feita uma auditoria interna que resultou no levantamento de atos que aconteceram que depois foi entregue ao tribunal, mas até ao momento a instituição está a aguardar resultados que sairão da judicial, enquanto entidade responsável para dirimir conflitos da gestão danosa e de desvios de fundos.

Saliu Bá, que falava aos jornalistas depois da audiência com o primeiro-ministro de Transição, Ilídio Vieira Té, disse ter abordado com o chefe do executivo a situação de pagamento dos funcionários da CCIAS, da renda atrasada e da liquidação da dívida na Câmara Consular da União Económica Monetário Oeste Africana (UEMOA), que “não permite a instituição funcionar normalmente”.

O secretário-geral da CCIAS não revelou o valor aos jornalistas, apenas citou que são milhões de francos CFA em dívida.

“Muitas pessoas já sabem disso e neste momento estão a aguardar o desenrolar do processo que está nas instâncias judiciais”, afirmou.

O responsável da CCIAS sublinhou que durante o encontro com o chefe do governo, a CCIAS informou ao executivo que a Guiné-Bissau deve adoptar um dos dois modelos que existem no setor privado, nomeadamente modelo francófono, que além de pagar quotas, o Estado atribui ao empresário vários serviços públicos para poder apoiar e mobilizar fundos para a formalização das empresas e organização das feiras de exposição e o modelo lusófono, em que apenas os patronatos pagam quotas ao Estado.

“Neste momento, não temos nenhuma empresa de pesca registada na Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau que nos permite fornecer dados ao Estado em termos de rendimento para que possa pagar as taxas e permitir ao país ter uma economia rentável para o desenvolvimento almejado, como acontece nos países francófonos. Portanto, espero que o governo vá refletir seriamente sobre o assunto para que possamos adoptar modelo francófono”, sublinhou.

Esclareceu que relativamente à reação do executivo às propostas apresentadas pela CCIAS, Saliu Bá assegurou aos jornalistas que o primeiro-ministro é “uma pessoa que conhece bem o dossiê e prometeu acionar diligências para que aquela situação seja resolvida para permitir o funcionamento daquela instituição”.

“Neste momento, a CCIAS não dispõe de nenhum património, devido à má gestão interna e dívidas que levou um dos bancos a vender um dos patrimónios para recuperar o seu dinheiro”, denunciou.

Por: Aguinaldo Ampa
odemocratagb

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