Pa nha fidjus purdan, ma nka pudi cala pabia es dur garandi dimas. Nmisti tchora ma larma nega sai pabia i pesado, nmisti grita ma fala Keia. Bo tempacensa bo bin djudan tchora es dur, pabia es dja i dimas!
Será que e com esta Guine que tinham sonhado aqueles Guineenses, mulheres e homens, que tudo deixaram atrás para se entregaram, de corpo e alma, a heroica luta de libertação nacional para nos devolver a dignidade confiscada pelo mais retrógrado dos regimes coloniais, o de Portugal?
Como de costume, antes de ir para a cama costumo informar-me através da leitura, sobre tudo o que se passa ou passou no mundo e no país.
Fiquei triste e profundamente chocado quando li a notícia sobre aquele que foi um dos internacionais mais destacados no futebol, ao nível de clubes e da selecção nacional, o enorme Cota Beto AlgoVaz, que está hoje num total abandono.
Não sei qual é o pecado que cometemos para que tudo isso aconteça, é recorrentemente. Armando Manhiça (que a sua alma descanse em paz!), o temido ponta de lança de Canchungo e do Benfica, nos anos 70, o grande tio Lella (Panan), e agora o Beto AlgoVaz, atletas de alta competição que deram alegria a este povo, mas que hoje não vêem chegar o apoio de que tanto precisam para tratarem da saúde, por forma a que pelo menos se sentam reconhecidos pelos servicos prestados a pátria, na frente da luta desportiva!
Chegar-se ao ponto da irmã do Beto lançar um apelo nas redes sociais para que o irmão, que neste momento se encontra em Espanha, fosse socorrido para se submeter ao urgente tratamento médico, e no mínimo incompreensível!
Duvido que o Beto não tenha feito diligências para que pudesse ser tratado logo que começou a sentir-se mal. Se calhar, depois de frustrados os esforços, beneficiou do apoio da irmã e seguiu para Espanha, na esperança de conseguir o tratamento num centro especializado.
A grande questão que se coloca é a seguinte: qual o motivo da falta de reconhecimento do mérito na Guiné?
Quer dizer que neste país ninguim ika ninguin? Qual é a sociedade que pode aspirar ao desenvolvimento, por outras palavras, AVANÇAR, sem a cultura do reconhecimento do mérito? Incrível
Podia ficar indiferente, mas se o fizesse trairia a minha honestidade intelectual.
Por isso, venho através desta breve nota lembrar aos Guineenses de que aquilo
que fazia de nós o melhor povo, a amizade, o amor ao próximo, devem voltar ao nosso convívio de cada dia, para reforçar a nossa unidade e coesão.
Não é admissível que um grande futebolista que representou as cores nacionais, e de que maneira, funcionário de uma instituição tão importante como as Alfândegas, chegue até esse ponto, não podendo contar nem com o apoio do Governo e nem tão pouco com a instituição onde quadro dirigente, onde prestava serviço ou prestou serviço durante muitos anos.
O que é que os poderes públicos pretendem com os Guineenses? Acabar com todos nós e ficar com aqueles cidadãos sem escrúpulo, os ayant droit, que estão a delapidar impunemente os recursos do país, em detrimento de projectos inovadores que poderiam resolver os problemas da nossa juventude, votada ao abandono, por motivos difíceis de compreender?
E mesmo assim, sem cara de vergonha queria-se que o Midana trouxesse uma medalha de ouro nos jogos olímpicos do Japão! O Midana que esteve doente e ficou muito tempo sem beneficiar da atenção do Governo para que tratasse da saúde e voltar às atividades desportivas para melhor representar o país!
Este governo, independentemente de colo surgiu, deve preocupar-se com o Guineense, que é o objectivo da sua existência. O governo não é governo para os seres inanimados, governo para o povo, servindo-se, através dos recursos disponíveis para promover o desenvolvimento e o bem estar das populações.
Il faut savoir gouverner autrement, isto e, fazendo diferente, mas resolvendo os problemas do povo, servir o povo e não servir-se.
NHA MANTENHAS DI GUIDENDADI!
Por: Yanick Aerton
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