Yanick Aerton
A minha leitura em
relação ao regresso do líder do PAIGC ao país
As tão esperadas reuniões
dos órgãos do partido vão acontecer, e a liderança do DSP sairá reforçada
dessas reuniões;
Aqueles que queriam
aventurar-se para desafiá-lo não vão ter a coragem de o fazer, por medo da
reacção da juventude e dos noviços que foram trazidos ao partido, através do
seu último congresso, e que defendem mais o DSP do que o próprio PAIGC;
O DSP continuará a ser o
candidato que irá, de novo, enfrentar o USE nas próximas presidenciais para um
remake, caso este conseguir sobreviver as pressões até lá e decidir
recandidatar-se;
O DSP vai continuar a
fazer-se de vítima para atrair o maior número de Guineenses, que nessas
circunstâncias sempre se posicionam ao lado da vítima;
HUMMM POVO GUINENSI TA APOIOAVITIMA
Contrariamente aos
céticos, o PAIGC irá reconquistar alguns dos espaços que perdeu a favor do seu
principal rival, o MADEM G15, partido cuja projeção dificilmente será travada,
caso continue nessa dinâmica e eleja como o seu cavalo de batalha a CORRUPÇÃO;
Este é o previsível
cenário nos próximos tempos, salvo a ocorrência de uma situação que venha a
afetar profundamente o ambiente político, e que se caracterize pela
persistência de práticas pouco abonatórias à democracia que se quer reforçada,
num Estado que se quer também de direito democrático.
O regresso do DSP vai
contribuir para agitar um pouco mais o ambiente politico, pois vai ser como uma
espécie de sombra ameaçadora porque observadora, atrás do poder politico, para
obrigá-lo a melhorar a sua performance, sob pena de frustrar aqueles que vinham
sonhando com uma mudança radical do “modus faciendi”, portador de esperanças
por uma Guiné-Bissau, livre daqueles males que contribuem para o surgimento de
reivindicações que acabam por deitar por terra todos os esforços, a semelhança
do que tem acontecido no pais vizinho.
O governo de coligação
liderado pelo Eng. Nuno Gomes Nabiam, que não tinha quase uma oposição até
agora, vai passar a ser agora constantemente fustigado, porque com a presença
do DSP no pais, o PAIGC vai aparecer sempre perante os Guineenses, como aquele
partido que independentemente de tudo, tinha a legitimidade de governar, por
ser aquele partido que os Guineenses deu o maior número de deputados no dia 10
de Marco de 2019.
Em relação aquilo de que
é acusado o líder do PAIGC, é chegado o momento de se esclarecer a situação,
porque como diz o Francês “force reste à
la loi”.
Caso existam, os
Guineenses têm o direito de saber e isso passa necessariamente pela produção de
provas substanciais incriminatórias que mostrem claramente que o líder do PAIGC
teria praticado isto ou aquilo. Isso afastaria quaisquer equívocos, e, em caso
evidências, credibilizaria o regime. Caso contrário, estar-se-á a cometer um
crime que este povo não vai perdoar, como aconteceu no passado recente quando
se acusou ao DSP de tudo (Homi de 25) e que nunca ficou
provado, vindo-se a concluir tratar-se de mera perseguição política.
Façamos as coisas como
mandam as regras, e digo isso com toda a equidistância. Não podemos ir por
métodos ortodoxos e pouco consentâneos com a democracia, com o único objectivo
de eliminar um adversário, como um PR de um país vizinho tentou e que o tiro
lhe veio sair pela culatra.
A luta política deve ser
de ideias, projectos e é isso que os Guineenses esperam dos dois lados, regime
e oposição.
Se for pedido para
escolher, no que tange a governação, entre a teoria e a prática, não hesitaria
em nenhum momento de escolher a prática. Da mesma forma, se for entre o
populismo e o pragmatismo, escolheria o pragmatismo. O que se quer é que a
imagem do país mude e que os atores políticos, cada um, procure fazer melhor,
que se promova o desenvolvimento através da criação de riqueza, infra-estruturação
do pais, melhoria de condições de vida dos Guineenses, acesso à saúde e à
educação de qualidade para todo, entre outros.
O principal desafio deste
governo é de combater a corrupção e de todas as outras práticas que têm
prejudicado o país. À oposição, e de denunciar tudo, mas tudo que está sendo
feito mal, e que não vá ao encontro dos interesses dos Guineenses, luta essa
que, de certeza, terá o apoio de todos os cidadãos deste país, para a
libertação do qual os seus melhores filhos deram as suas vidas.
Estamos perante muitas
incertezas, apesar de faltarem dois anos para o fim da legislatura.
Everything out switch from one moment to another.
Não há adversários
permanentes, na política, e muito menos aliados permanentes, significando que,
caso esta coligação não conseguir consolidar-se, poderemos ter outro figurino.
Se para a nomeação dos
governadores regionais e administradores de sector, os aliados não conseguiram
entender-se, quem é que pode garantir que isto vai continuar, apesar do terreno
ser muito fértil para cada parte ir tirando, na absoluta impunidade, o maior
proveito, como vem acontecendo.
A retumbante rentrée
política do Marechal manu Baciro Dja, líder da FREPASNA, através das suas duras
críticas ao regime, e a energia, disponibilidade e a determinação, com que veio
das terras lusas, o líder do PAIGC, não serão sinais do início de uma nova fase
de TOLERANCIA ZERO, ao status quo?
E o principal ator, o
General Presidente? O PRS perante um PM que só dispõe de um deputado na ANP? O
MADEM G15, que devia chefiar o Governo, depois do PAIGC ter sido afastado, e
que devido aos arranjos, o líder da APU foi recompensado com o cargo de PM?
Let’s wait and see!
Deus abençoe a
Guiné-Bissau!
Bom fim de semana a
todos!
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