Completou, esta quinta-feira (03), noventa dias após a investidura do Governo liderado por Aristides Gomes e até então não conseguiu apresentar o seu Programa de Governação aos parlamentares para o efeito da discussão e eventual aprovação
Facto deve-se ao contesto político actual vivido na Guiné-Bissau, n o entanto, o parlamento já foi aberto mas a sessão acabou por ser cancelada cuja retoma está marcada para o próximo dia 15 corrente.
Ouvidos esta manhã (03), pela Rádio Sol Mansi (RSM) as opiniões diverge sobre os noventa dias da governação do executivo liderado por Aristides Gomes. Alguns defendem o governo justificando o facto com o contexto político actual enquanto outros defendem que as espectativas, depois das eleições, desfradaram-se com o cenário de incerteza que se vive actualmente.
“Em análise geral para mim é positivo, porque saímos de uma situação difícil apesar de estarmos a ser governados sem instrumento legal da governação”, disse uma das vozes entrevistadas.
“Apesar de termos um governo legal o actual executivo até então não consegue ultrapassar algumas dificuldades que os sucessivos governos deixaram, entre eles está o pagamento do salário atempado e a incerteza sobre as aulas nas escolas pública”, sustenta a outra entrevistada.
“Depois das eleições, temos o novo governo e continua ainda a estabilidade e o país está bloqueado, porque o governo não conseguiu aprovar o seu instrumento da governação devido ao que se passa no parlamento, então, este nos mostra que a ilusão que tínhamos depois das eleições é falsa e isso nos deixa triste”, lamenta um outro cidadão guineense.
Pairam dúvidas quanto a discussão e posterior aprovação do programa do governo, devido a posição da classe política que tenta bloquear, novamente, o funcionamento normal das instituições com o clima de tenção e que agravou ainda mais com a troca de acusações entre os partidos da oposição e governo.
O que para o politólogo guineense e comentador dos assuntos político da RSM, Rui Jorge Semedo, é um dos motivos que originou o adiamento do debate do programa do governo no hemiciclo guineense.
Na opinião deste analista político, este clima de tenção tem a ver com o aproximar das eleições presidências, com o novo acordo do APU-PDGB (Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau), que faz parte do governo com o PRS (Partido da Renovação Social), a segunda força da oposição, e com apreensão de cerca de duas toneladas de droga pela Polícia Judiciária.
“O importante neste momento é que o executivo tem que criar uma estrutura para enfrentar este embate para evitar a futura instabilidade politica”, sustenta.
O país realizou as eleições legislativas em Março e o governo foi empossado três meses depois com a intervenção dos parceiros internacionais, neste momento pairam as incertezas em relação à discussão e aprovação do Programa do Governo e do Orçamento Geral do Estado.
Há dias o Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou que o país tem problemas “profundamente enraizados” de fraca governação e corrupção e que é preciso desenvolver uma estratégia nacional anticorrupção e de combate à lavagem de dinheiro. Segundo a organização com a tentativa do novo imbróglio político a situação pode complicar ainda mais.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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