O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, assegurou hoje que as forças de defesa e segurança vão garantir a estabilidade no país e disse que qualquer perturbação da "ordem vigente" é da responsabilidade do governo.
"Num momento em que alguns personagens da cena política parecem ter perdido a força da razão e das ideias e se preparam para agir de forma menos democrática, o chefe de Estado assegura aos guineenses que as Forças Armadas e de Segurança saberão estar à altura da situação e assegurarão a estabilidade, a paz e a tranquilidade dos guineenses que conquistámos nos últimos cinco anos", refere José Mário Vaz, num comunicado hoje divulgado à imprensa.
Na nota, o chefe de Estado reitera o seu compromisso em "defender a Constituição e as leis, a independência e a unidade nacionais, cumprindo com total fidelidade os deveres" da função para que foi eleito.
"Perante o avolumar de casos e situações que contribuem perigosamente para a rutura da paz social, o governo deve assumir a responsabilidade plena pelos seus atos e pela forma fraturante como vem conduzindo matérias tão sensíveis e determinantes para o futuro do nosso país", salientou José Mário Vaz.
O presidente referia-se à questão das correções dos cadernos eleitorais, que tem sido fortemente criticada pela oposição, mesmo depois de o primeiro-ministro já ter explicado que só serão incluídas se a plenária da Comissão Nacional de Eleições, na qual estão representados os candidatos às eleições presidenciais, concordar.
O assunto também já foi abordado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise na Guiné-Bissau, e por uma missão conjunta internacional, que recomendou a utilização nas eleições presidenciais dos cadernos eleitorais utilizados nas legislativas de março passado, salvo consenso político de todos os intervenientes e por escrito.
"Qualquer perturbação da ordem vigente será, por isso, da exclusiva responsabilidade do Governo. Não é hora de se tocar tambores com facas", sublinhou o Presidente guineense.
Ainda sobre a atualização dos cadernos eleitorais e relembrando as recomendações da CEDEAO, o Presidente guineense insistiu que é "fundamental o respeito daquele princípio para que o processo eleitoral seja transparente e para o bem de todos os guineenses".
"Também a forma como se procedeu ao sorteio do posicionamento dos candidatos no boletim de voto não contribui para a desejada transparência do processo eleitoral", sublinhou.
No sábado, a Comissão Nacional de Eleições procedeu ao sorteio da posição do boletim de voto dos candidatos sem a presença das candidaturas de José Mário Vaz, Umaro Sissoco Embaló, Nuno Nabian e Carlos Gomes Júnior.
As eleições presidenciais na Guiné-Bissau realizam-se a 24 de novembro, estando a segunda volta, caso seja necessária, marcada para 29 de dezembro.
A campanha eleitoral, na qual vão participar os 12 candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça, vai decorrer entre 1 e 22 de novembro.
Aristides Gomes denunciou segunda-feira à noite, numa publicação na sua página do Facebook, uma tentativa de golpe de Estado para procurar impedir a realização de eleições presidenciais.
Na publicação, o primeiro-ministro revela também que o autor daqueles atos "está devidamente identificado de forma inequívoca e chama-se Umaro Sissoco Embaló".
Umaro Sissoco Embaló, antigo primeiro-ministro guineense e dirigente do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), e candidato às eleições presidenciais, já disse que as acusações do primeiro-ministro são "mentira e calúnia".
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