terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

IGREJA EVANGÉLICA GUINEENSE PROMOVE FILTRO DE ÁGUA ARTESANAL

A Igreja Evangélica Guineense está em fase de testes finais de uma linha de filtros para eliminar bactérias na água de consumo, disse à Lusa o diretor da fábrica onde as peças estão a ser fabricadas.

Júlio Gomes, que comanda uma equipa de quatro jovens guineenses na fábrica montada na localidade de Nsalma, a 25 quilómetros de Bissau, contou à Lusa que ainda este ano os filtros deverão chegar às casas das pessoas para "ajudarem a combater as bactérias na água do consumo que são as principais causadoras de doenças diarreicas no país", disse.

Os filtros são recipientes de dez litros de água, feitos com argila e apara de madeira misturada e secada num forno.

De seguida, os filtros são colocados num balde onde é armazenada a água a filtrar que sai dos poros. Dez litros de água demoram cerca de uma hora para serem considerados limpos de bactéria.

Júlio Gomes explicou à Lusa que os filtros, possuem "pequenos orifícios invisíveis, 500 vezes menores que um fio de cabelo", que conseguem eliminar em 99% as bactérias.

Um engenheiro químico americano, Richard Kagel, amigo da igreja evangélica guineense confirmou, através de testes laboratoriais, que os filtros de Nsalma, batizados Água de Vida, eliminam mesmo as bactérias, referiu Júlio Gomes.

Segundo Gomes, Richard Kagel, impulsionador do projeto, "ficou escandalizado" ao constatar, num outro teste laboratorial, que um copo de água apanhada de uma torneira em Bissau continha cerca de sete mil bactérias.

Ao pensar na melhor maneira de ajudar a melhorar a qualidade de água na Guiné-Bissau, Kagel propôs a criação de filtros de Nsalma, a partir de experiências de outros países, precisou Júlio Gomes.

O projeto, que já vai no terceiro ano, está pronto, faltando apenas encontrar um fornecedor de baldes para alojar os filtros e um parceiro que comparticipe na produção e desta forma fazer baixar os custos de cada filtro, na ordem dos 17.500 francos CFA (cerca de 27 euros).

Atualmente, a fábrica tem na fase de testes finais 268 filtros, mas 65 peças já se encontram nas casas de funcionários e pessoas ligadas ao projeto.

O objetivo de Júlio Gomes é levar os filtros de água para "todas as casas e escolas" do país e ajudar a reduzir o nível de doenças diarreicas, disse.

Conosaba/Lusa

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