quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

ALUNOS GUINEENSES ANUNCIAM PROTESTO HOJE, QUARTA-FEIRA CONTRA GREVE DOS PROFESSORES

Um porta-voz do coletivo de alunos das escolas públicas e privadas (CAEP) da Guiné-Bissau, Bacar Mané, anunciou hoje que vão sair às ruas de Bissau na quarta-feira para manifestações de desagrado com a greve dos professores nas escolas públicas.

"Vamos sair às ruas na quarta-feira, avisamos a polícia desde já que não temos medo", afirmou Mané, que questiona a presença das forças de seguranças hoje em várias artérias de Bissau.

Bacar Mané considerou que não faz sentido "tanta polícia armada nas ruas" se o país não se encontra em estado de sítio, disse.

O dirigente estudantil afirmou também que a sua organização pede a demissão do comissário nacional da Polícia de Ordem Pública, general Celso de Carvalho, a quem acusa de não permitir que os alunos se manifestem de forma pacifica, conforme a Constituição da Guiné-Bissau, observou.

O porta-voz do CAEP exortou os alunos das escolas privadas de Bissau para se solidarizem com os do ensino público, aderindo às manifestações de quarta-feira.

Bacar Mané defendeu que "é da responsabilidade da polícia zelar pela tranquilidade da manifestação", perante os "possíveis infiltrados".

No passado dia 08, os alunos das escolas públicas guineenses manifestaram-se pelas ruas de Bissau, protestos que culminaram em distúrbios, que por sua vez provocaram vários feridos.

A polícia deteve na altura 20 jovens.

Os organizadores daquela que era apresentada como manifestação pacífica admitiram ter perdido o controlo da ação e que algumas pessoas se aproveitaram para criar confusão na cidade.

Mané exigiu também que os 12 jovens do outro grupo de alunos, do grupo Carta 21, detidos pela polícia, fossem postos em liberdade, de forma incondicional.

Aqueles alunos foram detidos na noite de segunda-feira, num bairro de Bissau, quando preparavam a realização, hoje, de uma manifestação contra a greve dos professores.

Entretanto, fonte do Governo indicou que os 12 jovens foram libertados na sequência da intervenção do Presidente guineense, José Mário Vaz, que reuniu com os jovens e lhes pediu para não realizarem manifestações de rua.

O chefe do Estado "fez ver aos jovens" que o país se prepara para realizar eleições no dia 10 de março, disse a fonte.

Os alunos do coletivo Carta 21 prometeram não sair às ruas, mas admitem novas formas de protestos no sentido de exigir que haja entendimento entre o Governo e os sindicatos dos professores.

Em declarações aos jornalistas, o porta-voz da Carta 21, Franique da Silva, disse ter apresentado ao Presidente guineense duas propostas, nomeadamente anulação do ano letivo ou a criação de condições para que as escolas possam funcionar durante a época das chuvas, que no país decorre entre maio e outubro.

O ano letivo guineense termina, normalmente, em junho.

Conosaba/Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário