domingo, 13 de maio de 2018

“ETICAMENTE, PRESIDENTE JOMAV DEVIA-ME AVISAR DA DEMISSÃO”

Júlio Mamadu Baldé, Secretário-Geral cessante da Agência de Gestão e Partilha da “Zona de Exploração Comum” entre o Senegal e a Guiné-Bissau, disse compreender a decisão do Chefe de Estado guineense de exonerá-lo das suas funções, contudo, lamenta o facto deste não lhe informar previamente da sua decisão.

“Estou aqui a servir o meu país. Acho que, eticamente, o Presidente da República devia-me avisar da demissão. Fui nomeado pela confiança de dois Chefes de Estado e servi a agência há mais de 17 anos. Não estou a questionar a decisão do Presidente, mas tendo em conta as normas do funcionamento, ele [José Mário Vaz], pelo menos, devia-me avisar. As normas recomendam um pré-aviso de 90 dias para um funcionário internacional”, assegurou o Secretário-Geral cessante da agência, durante uma entrevista exclusiva ao Jornal O Democrata por via telefônica, reagindo assim a sua demissão.

Baldé lembrou na entrevista que esteve em Bissau no mês de abril último, onde manteve uma audiência com o Presidente José Mário Vaz e na qual fez-lhe o ponto da situação da agência.
“Presidente recebeu-me e abordamos vários assuntos relacionados com a agência. E informei-lhe sobre os recursos disponíveis da agência que a Guiné-Bissau podia aproveitar para grandes projetos do desenvolvimento do país. Pelo menos durante a audiência que me explicasse que queria me substituir, mas não o fez”, lamentou.

Informou neste particular que o Secretário-geral da agência e o seu adjunto são nomeados pelos dois Presidentes na Cimeira da Alta Autoridade. Acrescentou ainda que de momento estão a trabalhar na preparação da Cimeira da Alta Autoridade, onde os dois Chefes de Estados irão definir vários aspetos, sobretudo no concernente às questões da revisão reclamada pelas autoridades guineenses.

De acordo com O Democrata, Baldé disse que oficialmente o seu mandato vai terminar no próximo ano, ou seja, em fevereiro de 2019, contudo, diz compreender a decisão do Chefe de Estado, que segundo ele, baseia-se nos “compromissos políticos”.

Recorde-se que em Outubro de 2017, o governo de Umaro Sissoco Embaló, homenageou Julio Mamadu Baldé, com diploma da Ordem Nacional de Mérito Profissional, em reconhecimento dos esforços e serviços prestados ao país ao longo de quase duas décadas a frente da Agência de Gestão e Cooperação entre Senegal e Guiné-Bissau. Baldé foi igualmente distinguido pelo Presidente Macky Sall, com Ordem Nacional de “Lion” do Senegal, grau Oficial, em Setembro de ano 2015.

Conosaba/Notabanca




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