O trabalho infantil e juvenil afeta 39 por cento das crianças da Guiné-Bissau com idade entre os cinco e 17 anos, anunciou hoje o diretor-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE) da Guiné-Bissau, Suandé Camará.
"Constatámos que 39% das crianças que conseguimos registar neste inquérito junto das famílias trabalham", referiu num encontro com diversas entidades para apresentação dos resultados de um levantamento promovido pelo Ministério do Trabalho e INE da Guiné-Bissau.
O inquérito abrangeu 433 mil crianças, repartidas de forma quase idêntica entre zonas urbanas e rurais, mas 52,2% das que desenvolvem algum tipo de atividade económica estão fora das cidades.
A situação na região de Cacheu (no Norte do país) é a "mais preocupante", referiu Suandé Camará, seguindo-se Quinara (Sul), Oio (Centro) e Gabu (Leste).
No inquérito revela-se também que o trabalho infantil e juvenil é sobretudo masculino (40,4%).
Num apelo dirigido ao Governo guineense, o diretor do INE refere que "é altura de tomar medidas concretas", face aos dados revelados.
Presente na cerimónia de hoje, o diretor-geral do Trabalho, Fernando Dias, prometeu ações concretas.
"Uma criança que tenha passado a infância a trabalhar é um adulto no desemprego", referiu.
Sem escolaridade, trata-se de "uma pessoa que não pode estar à altura de aproveitar todas as suas potencialidades, para sua utilidade e da sociedade a que pertence", acrescentou.
Os resultados do inquérito foram hoje anunciados e Fernando Dias refere que, numa segunda fase, vão ser concebidos "planos precisos que vão até à retirada de crianças que se encontram a trabalhar", concluiu.
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