António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas. © Manon Cruz / Reuters
O secretário-geral da ONU reiterou a importância de reconhecer o Estado da Palestina, numa altura em que prosseguem as anexações na Cisjordânia e o mundo assiste à destruição sistemática de Gaza. Todavia, António Guterres recusou-se a dar conselhos a Portugal nessa matéria, lembrando que o chefe da diplomacia portuguesa “não vê nenhum obstáculo a esse reconhecimento”.
Em declarações à imprensa, o secretário-geral da ONU alertou para a importância de reconhecer o Estado da Palestina, numa altura em que prosseguem as anexações na Cisjordânia e se assiste à destruição sistemática de Gaza.
“Creio que esta reunião é da maior importância, quando se fala de possíveis anexações, nomeadamente na Cisjordânia, e em que assistimos à destruição sistemática em Gaza".
António Guterres disse ser fundamental reafirmar o direito do povo palestiniano à autodeterminação, reiterando que a solução de dois Estados será a base para a paz e segurança na região: “É essencial reafirmar o seu direito a ter um Estado e que a solução dos dois Estados seja a base da paz e da segurança para os dois povos".
Relativamente à reunião de 22 de Setembro, o secretário-geral da ONU defendeu que “é uma reunião de extrema importância. Sabendo que o Estado palestiniano foi reconhecido pelas Nações Unidas e é observador nas Nações Unidas, é do interesse das Nações Unidas que o maior número possível de Estados reconheça o Estado da Palestina”.
Todavia, António Guterres recusou-se a dar conselhos a Portugal nessa matéria, lembrando que o chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel, “não vê nenhum obstáculo a esse reconhecimento”.
No próximo dia 22 de Setembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas acolhe uma reunião de alto-nível, organizada por Paris e Riade, onde cerca de uma dezena de Estados, nomeadamente a França e Portugal, devem reconhecer o Estado da Palestina.
Esta reunião acontece uma semana depois da Assembleia Geral da ONU ter aprovado a Declaração de Nova Iorque, por 142 votos a favor, 10 contra (entre eles Israel e os Estados Unidos) e 12 abstenções, que visa implementar a solução de dois Estados, reconhecendo a Palestina como Estado soberano e independente, sem o Hamas.
Nesta terça-feira, 16 de Setembro, uma comissão de inquérito das Nações Unidas declarou que Israel está a cometer genocídio em Gaza. Os mais altos responsáveis do Estado israelita, incluindo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, foram acusados de incitar esses actos. Israel rejeitou de imediato as acusações.
Em declarações à RFI, a antiga eurodeputada portuguesa Ana Gomes afirmou que não há lugar para dúvidas:
“O ponto de não retorno está em Gaza e na Palestina. Está em Israel, num governo de facínoras, fascistas, que quer impedir a existência de um Estado palestiniano, que recorre à limpeza étnica e ao genocídio".
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