O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pediu hoje a unidade dos guineenses para concretizar o "desígnio nacional" de estabilidade e desenvolvimento do país.
"Juntos, vamos fortalecer o Estado de Direito Democrático, estabilizar as nossas instituições políticas e desenvolver economicamente o nosso país, base sobre a qual o progresso social se constrói e se sustenta", afirmou o chefe de Estado.
O Presidente guineense discursava na cerimónia de comemoração de mais um aniversário das Forças Armadas guineenses e de celebração do dia da independência, que se assinalou em 24 de setembro, mas que decidiu adiar por se encontrar em Nova Iorque, a participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
"Para a concretização desse verdadeiro desígnio nacional, todos os guineenses - os residentes e os que vivem e trabalham no estrangeiro -, todos eles, sem exceção, são chamados a participar. Como Presidente de todos os guineenses contem comigo, e eu conto com cada um de vós", afirmou Sissoco Embaló, que vestiu a farda para a ocasião.
O chefe de Estado lembrou também a juventude guineense "sacrificada" a quem enviou um abraço de "solidariedade" de "cumplicidade", salientando que o seu futuro tem de ser melhor do que foi nas "quase cinco décadas" da independência nacional.
"Muitas das promessas da independência, que acompanharam a minha geração, ficaram por concretizar. Limitadas oportunidades de formação, desemprego persistente, a dura experiência de frustração, de pobreza marcaram muito a minha geração", afirmou o Presidente.
Segundo chefe de Estado, a Guiné-Bissau perdeu quase metade dos anos de independência mergulhada em "crises políticas" que provocaram "impactos negativos nas instituições políticas e na vida económica" do país com "reflexos sociais graves".
"Foi um período longo e difícil que, só ficou encerrado pouco depois da realização das eleições presidenciais e da minha tomada de posse, no início de 2020. Desde então, a Guiné-Bissau soube recuperar plenamente as suas responsabilidades soberanas no concerto das nações", sublinhou Umaro Sissoco Embaló.
Segundo o Presidente guineense, desde que tomou posse, muitas "figuras ilustres" visitaram a Guiné-Bissau e a política externa ganhou um "dinamismo" que contribuiu para "elevar a autoestima nacional e abrir postas à cooperação internacional".
"Os resultados nem sempre têm de ser imediatos, mas eles, de certeza, virão para o bem do nosso país", disse.
Participam na cerimónia, que está a decorrer no estádio nacional 24 de Setembro, os presidentes do Senegal, Macky Sall, e da Libéria, George Weah, e representantes governamentais de vários países da sub-região.
Presentes estão também o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, e o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas de Portugal, almirante Silva Ribeiro, que paralelamente estão a realizar visitas oficiais ao país.
"Tal como em 1973, hoje, esta Guiné-Bissau de 2021, também é uma promessa de paz, de concórdia nacional e de progresso social. Aprendemos com as lições do passado. E contamos, hoje, como ontem, com a solidariedade dos países irmãos e de toda a comunidade internacional para consolidarmos este ciclo político novo, de esperança renovada num futuro melhor", disse o chefe de Estado, que prestou também homenagem aos antigos combatentes.
Conosaba/Lusa
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