O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que a exigência de reforma do Estado é "consensual entre as forças políticas nacionais" e que a economia está "cristalizada" na monocultura da castanha de caju.
"A exigência de uma agenda de reforma do Estado tornou-se consensual entre as forças políticas nacionais. É uma necessidade que também os nossos parceiros da comunidade internacional reconhecem e até se disponibilizaram a cooperar connosco na conceção e implementação dessa agenda de reformas estruturantes", disse o chefe de Estado.
O Presidente guineense discursava na cerimónia de comemoração de mais um aniversário das Forças Armadas guineense e de celebração do dia da independência, que se assinalou em 24 de setembro, mas que decidiu adiar por se encontrar em Nova Iorque, a participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
"De crise política em crise política, a estrutura da nossa economia nacional cristalizou-se num modelo de crescimento assente numa quase monocultura da castanha de caju. Com uma diversificação pouco significativa e transformação local quase nula, o modelo vigente parece claramente esgotado", salientou o chefe de Estado, que é general e se fardou para participar na cerimónia.
O Presidente defendeu que o atual modelo económico "dificilmente poderá viabilizar a construção de um estado social", referindo-se às possibilidades de financiamento para desenvolver setores como a educação e a saúde, proteger a população mais desfavorecida e combater a pobreza.
"Aqui reside -- na estrutura económica do nosso país - as causas mais profundas, objetivas, da instabilidade que abala particularmente os setores do Estado socialmente mais significativos", afirmou o chefe de Estado guineense.
Lembrando alguns progressos alcançados desde 2020, nomeadamente regularização do pagamento de salários a funcionários públicos, melhoramento de algumas infraestruturas e de alguns serviços de saúde e no fornecimento de água e luz, o Presidente considerou, contudo, que ainda falta um longo caminho a percorrer.
"Mas, temos plena consciência de que, face aos graves e persistentes problemas económicos e sociais acumulados, há ainda um longo caminho a percorrer. É um caminho que só pode resultar em benefício geral se formos capazes de preservar a paz social por via do diálogo e da concertação entre todas as partes interessadas", salientou.
Participam na cerimónia, que está a decorrer no estádio nacional 24 de Setembro, os presidentes do Senegal, Macky Sall, e da Libéria, George Weah, e representantes governamentais de vários países da sub-região.
Presentes estão também o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, e o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas de Portugal, almirante Silva Ribeiro, que paralelamente estão a realizar visitas oficiais ao país.
Conosaba/Lusa
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