O Ministério da Educação Nacional da Guiné-Bissau revela que 23 por cento das crianças guineenses não conseguem entrar na escola e 18 por cento das que entraram abandonam a escola antes do 6º ano, portanto, o país está ainda longe de atingir o objectivo de escolarização primária universal.
Os dados foram apresentados, esta terça-feira (05 de Outubro), pelo Inspector-Geral da educação durante uma acção de formação sobre elaboração de propostas para implementação do projecto “lançando as crianças fora da escola afectadas pelas mudanças climáticas” a ser implementado nas regiões de Bafatá e Gabú (leste), Oio Tombali, Quinara e Bijagós (sul), Cacheu (norte) e Sector Autónomo de Bissau.
O referido projecto é apoiado pelo PLAN no quadro de acordo de parceria com o Ministério da Educação Nacional.
De acordo com o inquérito, entre 2000 a 2010, registou-se um progresso substancial em matéria de escolarização e de 2010 para frente registou-se uma estagnação no processo de escolarização das crianças processo.
Para Mamadu Banjai, Inspector-Geral do Ministério da Educação, o estudo aponta que, para mudar os resultados, primeiro deve haver a organização das escolas tendo em conta que a maioria delas não oferece todos os níveis do ciclo e as oportunidades de prosseguir os estudos são muito reduzidas e apenas 25 por cento das escolas oferecem esta oportunidade.
“As restantes 75 por cento não oferecem os 6 níveis da escolarização. A impossibilidade de fazer o ensino primário completo na mesma escola afecta cerca de metade dos alunos (47 por cento) ”, disse o inspector que falou ainda que as consequências são impactantes.
O seminário de dois dias é organizado pelo PLAN que juntou diferentes organizações com objectivo de alcançar todas crianças fora da escola afectadas pelas mudanças climáticas nas diferentes regiões do país.
Já a margem da abertura da formação, em entrevista à Rádio Sol Mansi (RSM), o inspector da educação admite que a paragem continua das aulas nas escolas públicas “mexe muito” com a aprendizagem dos alunos, sendo que, devido a situação das greves, as escolas públicas ficaram mais de 6 meses sem leccionar e “isso obrigou o ministério da educação a repensar no seu calendário”.
“Estamos a tentar ajustar esta situação e fizemos um estudo para, efectivamente, saber quais as escolas estão realmente à altura de retomar ou não para se proceder a abertura do novo ano lectivo”, explica.
Mamadu Banjai disse que ainda pairam dúvidas em relação a continuação do cumprimento do ano escolar em relação às escolas que estão desde o mês de Janeiro do corrente ano sem leccionar.
Portanto, ele explica que uma equipa já está no terreno para avaliar o cumprimento do programa educacional.
As aulas nas escolas públicas foram retomadas recentemente e fica ainda por decidir da continuidade ao não de muito delas. Enquanto isso, as opiniões divergem sobre a pertinência da nulidade ou não do presente ano caracterizado por greves dos professores que exigem melhoria de condições laborais e ainda o pagamento dos salários em atraso.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Amade Djuf Djaló / Diana Vaz/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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