A falta de bagre no mercado alimentar nacional, sobretudo na capital Bissau, tem provocado algumas inquietações junto dos consumidores. A carência do produto deve-se, segundo profissionais da pesca artesanal, à descarga elétrica atmosférica registada nos últimos meses, assim como o aumento do nível da água da chuva no mar e, também, por coincidir com o período de desova da espécie.
A propósito, o Nô Pintcha falou com o presidente da Associação Nacional dos Profissionais de Pesca Artesanal, Abulai Leni, que lembrou que o bagre é visto nos mercados de janeiro a abril. De maio a setembro, período de chuva, este espécie começa, como é natural, a desaparecer, porque é o período de reprodução em águas menos salinas, onde os filhotes se desenvolvem e só retornam ao mar quando são maduros.
Segundo Abulai, a desova deste peixe ocorre entre o final de abril e início de junho. Os machos adultos apresentam incubação oral dos ovos, durante um período de três meses. De acordo com aquele profissional de pesca, a espécie cresce lentamente. “Esta estratégia reprodutiva permite a sobrevivência de um número elevado de filhos”.
Delfina José da Silva, vendedora de peixe no Mercado de Bandim, lamentou a falta de bagre e, neste momento, as espécies que estão no alcance dos consumidores nos mercados são serreia, cachoreta, tainha, Djafal e outros menos atraentes.
Justificou que o bagre neste período está fora do alcance dos pescados, por causa da abundância da água doce no mar, além de muitos pescadores diminuírem a pesca por causa das tempestades.
“Não sou pescador, mas pelo que sei, a captura de bagre é retomada a partir de finais de Novembro, altura que termina o período de desova rumo ao mar.
Nutriente
De acordo com especialistas na área de culinária, o peixe bagre é uma rica fonte de proteína, fósforo, vitamina B12, potássio, sódio e ômega 3.
Todos esses nutrientes beneficiam o organismo como um todo, prevenindo doenças, além de fortalecer o sistema cardiovascular, ossos, dentes, cérebro e muito mais.
O consumo regular deste peixe ajuda na manutenção da regularidade da pressão arterial, uma doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo e que tem relação direta com o estio de vida. Muita ansiedade, poucas horas de sono, alimentação inadequada com pouca ingestão de frutas, verduras e peixe.
Que não precisa necessariamente ser o peixe bagre, embora seja uma opção interessante pela qualidade do valor nutritivo.
Esse peixe quer fresco, quer fumado é bastante saboroso ao paladar dos consumidores nacionais e é uma das preferências na mesa dos guineenses. Nessa altura do ano, os preços são inflacionados de mil e quinhentos para oito mil franco cfa, por um bagre médio ou grande, devido a sua falta na avenida Macky Sall, antiga subida de cabana, mediações do mercado de Bandim.
Fulgêncio Mendes Borges
Conosaba/jornalnopintcha
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