quarta-feira, 21 de abril de 2021

PRESIDENTE DO CENTIF DEFENDE DEMISSÃO DO MINISTRO DE SAÚDE PÚBLICA

Ministro da Saúde Pública da Guiné-Bissau

O presidente da Célula de Tratamento de Informação Financeira (CENTIF) defendeu a demissão do ministro da Saúde Pública por alegado desafio de procedimento no levantamento de 100 milhões de francos cfa na região sanitária de Bafatá.

“Tem que haver uma responsabilização para desencorajar este tipo de acção. Se não há consequência jurídica, imediatamente tem de haver consequências políticas (…). O ministro de Saúde não tem condições políticas de manter no poder como ministro, tendo em conta o que aconteceu, que ele mesmo assumiu claramente que houve desvio do procedimento e quando é assim já não tem condições de continuar porque a imagem do país é que está em jogo, e para que o sucedido não tenha impacto a nível de doadores, ele [ministro de Saúde] tem que demitir”, defendeu Justino Sá, presidente do CENTIF em entrevista à Rádio Sol Mansi, a propósito da alegada falha de procedimento no levantamento de 100 milhões de franco cfa pelo Ministério da Saúde e que suscitou as ameaças de paralisação de todos os serviços sanitários da região de Bafatá até que o valor seja devolvido.

Na mesma entrevista, Justino Sá diz que “este tipo de comportamento trás as consequências negativas para o país e prejudica imediatamente a população beneficiária, porque o dinheiro não está a ser canalisado para o seu fim e isso faz com que o país perde a credibilidade com os doadores”.

Nos últimos anos, tem aumentado o fenómeno de desvio de procedimento ou de fundo nas instituições públicas do país.

Para o economista e comentador da Rádio Sol Mansi, José Nico Djú, “comportamento deste género coloca em causa a dinâmica e a perspectiva do crescimento económica do país, por isso é importante que a lei seja aplicada para desmoralizar este tipo de acto, caso contrário vai desencorajar o investimento dos parceiros na Guiné-Bissau.

A Rádio Sol Mansi contentou o Tribunal de Contas sobre o mesmo assunto, mas este prefere não pronunciar ainda sobre a matéria uma vez que estão a criar uma equipa técnica para averiguação do sucedido.

No princípio da tarde, desta segunda-feira, a Polícia Judiciária deteve três funcionários do Ministério da Saúde Pública por alegado envolvimento no desvio de fundo em vários centros de saúde da região sanitária de Bafatá

Os três detidos são o director-geral de administração do sistema de saúde, o administrador regional de saúde de Bafatá e o director administrativo e financeiro do Ministério da Saúde.

Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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