O Instituto Pedro Pires para a Liderança (IPP) está a ajudar a Guiné-Bissau a criar a sua futura Academia de Liderança, para capacitar agentes de transformação e desenvolvimento, informou hoje aquela instituição liderada pelo antigo presidente cabo-verdiano.
Segundo o IPP, os trabalhos decorrem há alguns meses, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Guiné-Bissau e a Escola Nacional de Administração (ENA) da Guiné-Bissau, e a primeira formação está a decorrer esta semana, na capital guineense, para capacitar 25 dos futuros formadores da academia.
"Com um total de 30 horas e sob coordenação pedagógica do IPP, esta primeira formação tem como propósito contribuir para o fortalecimento das capacidades formativas de futuros formadores da Academia de Liderança da Guiné-Bissau, com principal enfoque em temas de liderança", descreveu o instituto cabo-verdiana em nota de imprensa.
A mesma fonte adiantou que as próximas duas formações-piloto estão agendadas para maio, uma sobre Liderança e Serviço Público e outra sobre Liderança e Desenvolvimento Pessoal, tendo como principal público-alvo servidores públicos e quadros de partidos políticos guineenses.
"Muito à semelhança do que tem sido a intervenção do IPP em Cabo Verde, a academia tem como principal objetivo capacitar agentes de transformação e desenvolvimento em habilidades e técnicas de liderança cívica, política, empresarial e de desenvolvimento pessoal", prosseguiu.
Segundo a instituição cabo-verdiana, a futura Academia de Liderança da Guiné-Bissau vai ainda capacitar homens e mulheres guineenses "para o exercício de uma liderança aberta à inovação, focada nos direitos humanos, na justiça social, na democracia, no Estado de Direito e no respeito incondicional pelas diferenças".
"A Academia irá disponibilizar ferramentas que permitam aos seus formandos liderar eficazmente, inclusivamente em contexto de crise política, social, económica, climática e/ou sanitária, capacitando jovens engajados com questões locais, nacionais e globais e cientes de que a sua contribuição individual tem implicações numa comunidade maior, que é a humanidade", perspetivou o IPP.
Depois de formados, o Instituto Pedro Pires acredita que os guineenses estarão munidos de ferramentas que lhes permitirão participar mais eficazmente no processo de desenvolvimento e de construção da paz e da estabilidade no seu país, transformando-se, assim, em verdadeiros agentes de mudança.
Antigo combatente da liberdade da pátria, o comandante Pedro Pires foi o primeiro-ministro cabo-verdiano entre 1975 e 1991, tendo sido Presidente da República de Cabo Verde entre 2001 e 2011, ano em que lhe foi atribuído o Prémio de boa governação pela Fundação Mo Ibrahim.
Atualmente com 86 anos, é também o presidente da Fundação Amílcar Cabral e do instituto com o seu nome, uma instituição que tem como objeto desenvolver atividades que promovam e implementem ações de caráter científico, técnico, educativo e sociocultural, em diversos domínios, essencialmente através da formação e capacitação de líderes.
O IPP é descrito como uma instituição para o comandante continuar "disponível em ser útil aos concidadãos e ao país", apostando na mobilização de ideias e atividades centralizadas nos problemas do pensamento estratégico, da governação e da liderança em Cabo Verde e em África.
Conosaba/Lusa
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