O Economista guineense e igualmente comentador dos assuntos económico da Rádio Sol Mansi (RSM), José Nico Djú, disse que a continuidade da greve na função pública significa que a Guiné-Bissau está a adiar a sua perspectiva económica ao longo prazo.
Desde o início do ano, o país vive constante a greve na Função Pública convocada pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné- Central Sindical (UNTG-CS), após a aprovação do Orçamento Geral do Estado (OGE) com a introdução de cinco (5) novos impostos.
Em análise, esta quarta-feira (14 de Abril de 2021), à Rádio Sol Mansi, José Nico Djú disse que, em situação normal da produção, o país já estava na situação deficitária em termo do seu balanço financeiro, porque não consegue suportar a sua despesa pública através do OGE “que fará estamos num momento em que as actividades laborais estão totalmente paralisadas”.
“Cada dia laboral parado é um dia menos em perspectiva das recolhas das receitas, sabemos que o Estado não opera exactamente como outros operadores económicos”, adverte o economista.
Esta semana em entrevista a Lusa, o Ministro das Finanças lamentou "profundamente" a greve na Função Pública e diz ser injusto que os grevistas continuem a receber os salários na íntegra, sobre esta alegação.
No entanto, José Nico Dju alerta que o Estado está a fazer a emissão dos títulos públicos pondo em causa os recursos nacionais para pagar os salários, uma vez que o sistema laboral interno não está a funcionar devido a greve na administração pública.
“Cada vez que o governo emite títulos aos credores é preciso que cada guineense saiba da taxa do juro aplicado em termos do pagamento”, sustenta.
Em relação ao aumento salario mínimo para cem mil (100.000) francos cfa, um dos pontos em revindicações da UNTG, o analista económico da RSM assegurou que o executivo não devia aceitar a paralisação da função pública devido as essas exigências uma vez que o país tem que depender da sua produção interna para perspectivar futuro económico.
“O governo deve saber que está em situação de desvantagem sabendo que precisa dos recursos humanos para chegar aos seus objectivos, e não deve permitir nem um dia a paralisação da administração pública. Isso tem que ser das principais prioridades sabendo que a Guiné-Bissau precisa da sua produção interna para perspectivar o seu futuro”, aconselha Nico Djú.
A União Nacional de Trabalhadores da Guiné (UNTG) iniciou em Janeiro deste ano uma série de greves para reivindicar o cumprimento das contratações na função pública, mas também as melhores condições de trabalho e o aumento do salário mínimo para 100.000 francos cfa.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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