O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, condenou hoje as agressões a dois jornalistas guineenses, ocorridas na semana passada, garantindo que as autoridades daquele país não têm nada a ver com o caso.
"Nós condenamos [este ato] e achamos que a imprensa tem de ser livre, as pessoas têm de se expressar livremente. Portanto, não compactuamos com este tipo de atitudes", disse o chefe do Governo, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao concelho de Águeda, no distrito de Aveiro.
Em causa estão as agressões ao jornalista Adão Ramalho, da rádio Capital, e ao jornalista e bloguista Aly Silva.
Apesar de não dispor de "informações profundas" sobre estes dois casos, o primeiro-ministro guineense garantiu que "não é o Governo, não são as autoridades oficiais da Guiné-Bissau, que estão por detrás disso".
"Foi manifestado pelo Governo e foi manifestado pela Presidência da República de que se deve fazer investigações para apurar as responsabilidades das pessoas que estão a praticar este tipo de atos", referiu.
Nuno Nabiam reafirmou ainda que o Governo "está a trabalhar no sentido de criar condições para que haja um exercício total de liberdade do jornalismo".
Na sexta-feira, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) denunciou uma "agressão brutal" alegadamente feita por agentes das forças de segurança ao jornalista Adão Ramalho, da rádio Capital, em "pleno exercício de funções".
"Segundo informações recolhidas pelos monitores da LGDH, a vítima estava a ser seguida por um grupo de agentes de segurança desde o aeroporto Internacional Osvaldo Vieira até à sede nacional do PAIGC, onde foi agredida", refere, em comunicado divulgado à imprensa.
Esta agressão ocorreu três dias depois de o jornalista e bloguista guineense Aly Silva ter sido sequestrado e espancado, no centro de Bissau, tendo depois sido abandonado nos arredores da cidade, um caso também denunciado pela LGDH.
Em entrevista na quarta-feira à Lusa, Aly Silva denunciou que foi agredido a mando de "pessoas ligadas ao poder", associando-as diretamente ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que já recusou qualquer responsabilidade.
Conosaba/Lusa
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