A Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderada pelo atual primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, manifestou hoje preocupação com os ataques a cidadãos livres e exigiu uma investigação competente.
"É com estranheza e bastante preocupação que registamos casos de espancamentos, sequestros e tortura de cidadãos livres e, sobretudo, o aumento da frequência desses casos, envolvendo deputados da Nação, empresários, políticos, ativistas, assim como assaltos e vandalização das instituições públicas", refere a APU-PDGB, em comunicado.
"Todos esses casos apresentam um elemento em comum, o desconhecimento dos responsáveis morais e materiais, apesar de todos os esforços para os identificar" para os apresentar à Justiça, salienta o partido.
Sublinhando que foi com "profunda indignação" que recebeu a informação do ataque contra o bloguista Aly Silva, a APU-PDGB demarca-se de "todos e quaisquer atos desta natureza, que em nada dignificam a democracia que se vive e nem contribuem para um clima de paz e concórdia nacional".
No comunicado, o partido deixa também um apelo às instituições judiciais competentes para "assumirem as suas responsabilidades" e "evitarem quaisquer tendências que possam instrumentalizar as instituições do Estado e colocá-las ao serviço de interesses desconhecidos".
"Não precisamos que venha a ser o tempo a informar e identificar os verdadeiros responsáveis por estes atos tão insensatos política e socialmente, mas, sim, exigir uma investigação competente e célere para o esclarecimento convincente destes atos indignos e vergonhoso que ameaçam a nossa paz social", afirma o partido.
O bloguista guineense Aly Silva foi sequestrado e espancado, na terça-feira, no centro de Bissau, tendo depois sido abandonado nos arredores da cidade, um caso denunciado pela Liga Guineense dos Direitos Humanos.
Fonte do Ministério do Interior guineense contactada pela Lusa disse que soube deste incidente através daquela organização de defesa dos direitos humanos.
Em entrevista hoje à Lusa, Aly Silva denunciou que foi agredido a mando de "pessoas ligadas ao poder", associando-as diretamente ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
As organizações da sociedade civil têm denunciado diversas violações dos direitos humanos contra ativistas, políticos, deputados e jornalistas e órgãos de comunicação social.
Um dos casos mais recentes foi o de dois ativistas políticos do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15), segunda força política do país e que integra a coligação no Governo, que denunciaram publicamente terem sido espancados alegadamente por guardas da Presidência guineense, dentro do Palácio Presidencial, um caso a que o Ministério Público guineense ainda não deu seguimento, de acordo com a Liga dos Direitos Humanos.
Conosaba/Lusa
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