quinta-feira, 18 de março de 2021

“ESTADO É RESPONSÁVEL PELA DEGRADAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO PAÍS” – Ministro do Comércio e Indústria

 

O ministro do Comércio e Indústria, Artur Sanhá, afirmou que o Estado guineense é responsável pela atual situação de degradação de empresas industriais da Guiné-Bissau, sobretudo a empresa GUINAVE EP (Estaleiros Navais) que, de acordo com a informação, foi vendida à Arezki. O governante fez esta afirmação esta quarta-feira, 17 de março de 2021, durante a sua declaração aos jornalistas, após ter efetuado visitas a algumas empresas na capital Bissau.

Artur Sanhá disse que as visitas de controlo às unidades industriais deviam ter acontecido após ter assumido a função de ministro, mas “só foram possíveis agora”. Lamentou a situação em que se encontram os Estaleiros Navais e que considera de muito preocupante, porque “é o local onde se concertavam barcos e se fabricavam diferentes peças metalomecânicas, bobinagem de dínamos parafusos e entre outras”. 

“Informaram-nos que alguns materiais foram levados por pessoas que procuravam ferro velho. Os funcionários confirmaram que todos materiais estavam operacionais na altura em que os Estaleiros navais foram privatizados e vendidos à Arezki, portanto vamos pedir o resto de informação por escrito, através de técnicos da indústria, documentos de avaliação da situação no momento da privatização no sentido de podermos fazer uma comparação com o atual momento, para saber qual era o nível de degradação e a reabilitação feita pela Arezki, mas não restam dúvidas que o estaleiro naval foi mal gerido”, criticou.

Assegurou que dentro das instalações do estaleiro naval, existia uma fábrica de gelo que não funciona há muito tempo. Enfatizou que o mais grave de tudo é a fábrica de oxigénio com a capacidade de produzir 40 botijas por dia que deixou de trabalhar por falta de um gerador e, criticou que “isso é inaceitável num país em que as pessoas choram e morrem no hospital por falta de oxigénio”.

“Não podemos falar ainda de forma exaustiva sobre o estado de degradação dos estaleiros navais. Na empresa Santy Comercial, visitamos unidade de processamento, tratamento e engarrafamento da água, as futuras unidades para fabrico de sumo e vinho, mas também podemos falar mais alto sobre essa matéria depois de recebermos o necessário relatório técnico”, sublinhou.

Por seu lado, o administrador da Empresa Arezki, Adnan Osman, informou que a empresa que representa adquiriu do Estado da Guiné-Bissau as instalações do GUINAVE EP, mediante concurso público em 2002.

“No caderno de encargos a Arezki, vencedora do concurso público, celebrou o contrato de compra e venda no qual pagou uma soma de 550 mil dólares norte-americano em 26 de agosto de 2002, sob a condição de o Estado guineense entregar os prédios devolutos, pertenças da GUINAVE EP, onde funciona a Capitania dos Portos da Guiné Bissau e o Instituto Marítimo Portuário e levar a cabo a dragagem do Porto de Bissau, o que não aconteceu até hoje”, contou.

Advertiu que não podem fazer a reabilitação do Estaleiro Naval porque o estado da Guiné-Bissau não cumpriu as suas obrigações de entregar os imóveis ocupados pelo Instituto Marítimo Portuário e pelo Estado-maior da marinha Nacional como também a dragagem do Porto de Bissau.


Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A           

Conosaba/odemocratagb

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