O Presidente eleito da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, realiza hoje uma visita ao Senegal, informou a sua candidatura numa nota.
"O Presidente da República eleito da Guiné-Bissau realiza esta sexta-feira (hoje) a sua primeira deslocação ao exterior depois da sua eleição na segunda volta das eleições presidenciais realizada no domingo", refere-se na nota.
Durante a sua estada em Dacar, Umaro Sissoco Embaló tem previsto encontros com as autoridades daquele país vizinho da Guiné-Bissau.
O major-general tem uma relação de proximidade com o Presidente senegalês, Macky Sall, que por sua vez terá alegadamente dado apoio ao Presidente eleito.
Em entrevista à Lusa, em dezembro, durante a campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais, Umaro Sissoco Embaló disse que a relação com aquele país é "mais benéfica" para a Guiné-Bissau do que para o Senegal.
"O Senegal é um país emergente. A minha relação com o Presidente Macky Sall vai contribuir de muitas formas para elevar a voz da Guiné-Bissau. É uma pessoa que sempre tratou bem a Guiné-Bissau. Sempre apoiou a Guiné-Bissau e não é de hoje", disse Umaro Sissoco Embaló.
"O alcance diplomático, a credibilidade do Senegal é uma coisa estrondosa e nós temos de aproveitar isso, a formação, o apoio. O Senegal será um parceiro estratégico, tal como a Guiné-Conacri", salientou.
Os dois países criaram uma comissão negocial para um novo acordo sobre a exploração da zona económica conjunta, que inclui recursos haliêuticos e hidrocarbonetos, depois de em 2014 o Presidente cessante, José Mário Vaz, o ter denunciado.
Sobre o acordo de exploração da zona económica conjunta com o Senegal, Umaro Sissoco Embaló disse que pretende que seja revisto, e recordou que quando era primeiro-ministro o Presidente senegalês lhe disse que o objetivo era dividir igualmente as receitas.
O anterior acordo, denunciado pelo Presidente cessante, José Mário Vaz, previa que a exploração dos recursos haliêuticos fosse dividida em 50% por cada um dos Estados e que os hidrocarbonetos (petróleo e gás), ainda em fase de prospeção, seriam divididos em 15% para a Guiné-Bissau e 85% para o Senegal.
O candidato derrotado nas presidenciais, Domingos Simões Pereira, afirmou, em entrevista à Lusa em dezembro, durante a segunda volta das presidenciais, que "provavelmente o chefe de Estado senegalês e o próprio Senegal" ficariam "bastante mais tranquilos" se o seu adversário fosse eleito.
Domingos Simões Pereira afirmou que é preciso perceber se a "delimitação da fronteira marítima entre o Senegal e a Guiné-Bissau está abrangida pelo acordo que foi assinado antes da proclamação da independência dos dois países" ou se é "algo posterior a essa proclamação".
"O Senegal descobriu petróleo, descobriu gás, mas descobriu petróleo onde? Descobriu gás onde?" - questionou, referindo-se ao traçado que delimita a fronteira marítima entre os dois países e a zona conjunta, bem como os azimutes que levaram à definição desse traçado.
A Zona Económica Conjunta tem cerca de 25 mil quilómetros quadrados da plataforma continental e é gerida por uma agência de gestão e cooperação, baseada em Dacar, atualmente presidida pelo antigo primeiro-ministro guineense Artur Silva.
Segundo os resultados provisórios da Comissão Nacional de Eleições guineense, Umaro Sissoco Embaló venceu as presidenciais com 53,55% dos votos, enquanto Domingos Simões Pereira obteve 46,45%.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário