O setor bancário tem um papel importante
na economia guineense. No entanto, o peso dos seus ativos no Produto Interno
Bruto nacional situa-se abaixo da média da União Económica e Monetária Oeste
Africana (UEMOA). A taxa de financiamento à economia nacional permanece fraca, abaixo
dos 15% em 2019, em contraponto com a média da UEMOA que é de 30%.
Isso leva-nos a crer que o sistema
bancário guineense ainda não cumpre completamente a sua função de suporte ao
desenvolvimento económico do país e que deveria rever os seus critérios de
análise de risco que estarão porventura desajustados da realidade da
sub-região.l
Os cinco bancos que estão a operar no
nosso sistema bancário ainda têm alguns desafios pela frente.
O sistema bancário guineense esta sob a
regulação de duas entidades: Banco Central dos Estados da África Ocidental
(BCEAO) e a comissão Bancária da UEMOA.
Com relação aos grandes desafios da
banca guineense continuará a ser a busca
de soluções inovadoras capazes de atenuar os efeitos dos resultados do
estreitamento das margens de intermediações financeiras. Um estudo recente
sobre a banca no espaço UEMOA alguns desafios foram apontados para a banca
guineense
Riscos tecnologicos e de segurança, estrutura
organizacional rigida, reduzidas competências digitais, modelo de digitalização
desadequado e inexistência de estratégias de parcerias.
A completar esta lista, sugeria que
alguns desafios sejam tomados em conta que são:
ü Os bancos têm de
redireccionar as suas politicas de financiamento para o retalho com excessão do
Orabank e do BAO que previlegiam este segmento
ü Conviniência- um
dos desafios da banca dos tempos modernos será a conviniência. Num mundo mais
próximo,com mais dados partilhados,com maior transparência,com uma concorrência
menos clara, a banca tem de provar diariamente o valor da sua conviniência, isto
é, a utilidade de ajudar clientes na sua actividade de poupança,pagamentos e
crédito,com um preço justo e uma qualidade adequada.E isso impõe um conjunto de
prioridades claras.
ü Crédito
malparado- Os bancos comerciais são empresas que têm como objecto principal a
maximização do lucro. Os bancos não são empresas que fazem doações, pelo que
sua gestão deve obedecer ou deve estar centrada em práticas que não sejam
lesivas dos interesses do Estados e dos seus clientes. Actualmente o total do
crédito malparado na banca guineense situa-se nos 243 milhões de euros. Mas
quando há demasiado crédito malparado, os bancos têm dificuldade de financiar a
economia.
ü Risco do
Crédito- As dificuldades no financiamneto á economia real não estão ligadas á
falta de liquidez da banca (a banca guineense tem tido liquidez) mas sim ao
problema do risco do crédito.
ü Sigilo bancário-
Tem se verificado na Guiné-Bissau a falta do segredo tanto da parte dos
clientes como da parte dos funcionarios bancários o que podera condicionar
varios contenciosos judiciais.
ü Expansão da rede
bancária para as zonas rurais- isto iria aumentar a taxa de bancarização e a
taxa da inclusão financeira que ainda esta muito longe de convergir com os
países da UEMOA
ü Integração das
Agências de microfinanças no sistema bancário- As microfinanças podem ser um
instrumento para tirar as pessoas da pobreza, ao mesmo tempo que pode estar
acessivel a pessoa com mais elevada capacidade financeira.
Numa altura em que se fala da economia
digital, a transformação digital é um processo no qual as empresas fazem uso da
tecnologia para melhorar o desempenho,alcançar sustentabilidade nos negocios e
melhorar os resultados,portanto,deve resultar em mudança estrutural nas
organizações tendo como pedra angular a tecnologia. A era digital e a
tecnologia estão a mudar a forma como os clientes se relacionam com os bancos.
O modelo de negocio tradicional está obseleto, e só as instituições que forem
capazes de se adaptar conseguirão sobriviver.
O sector bancário guineense está,há
vários anos a sofrer um choque tecnologico.O ritmo de
transformação que temos vindo a testemunhar não tem precedentes e tem
contribuido para alterar,de forma indelével,o paradigma de negócio deste
sector.
Os bancos tradicionais vão ter de mudar.
Agora,mais do que nunca,importa aos cincos bancos da nossa praça redifinirem os
seus modelos de negócios,para se adptarem tempestivamente á mudança,sob pena de
perderem relevância num mundo cada vez mais digital.
Nos últimos anos , os cinco bancos que
estão operar no país têm concentrados os
seus esforços na disponibilização de novos produtos e serviços e no acesso a
canais de distribuição alternativos,direccionando as suas estrategias de gestão
para os clientes.
O esforço e o trabalho realizado pelos
bancos ao longo destes anos tão duros e exigentes devem ser revelados. A banca
está hoje melhor. Os progressos registados são bem visiveis.
Conclusão:
Os cincos bancos
(ORABANK,BAO,BDU,ECOBANK,BANCO ATLANTICO) continuarão a trabalhar duramente
para,impulsionados pelo clima de mudança e inovação que os clientes pretendem,
e decisiva relevância para a sociedade assim contribuindo para a prospriedade
do país.
Queremos sim uma banca mais
participativa no processo de desenvolvimento economico, mas com sistema de
governação e controlo interno,convinientemente,adequados para que os erros do
passado não se repitam.
Não se pense que a reputação da banca se
alterará de um dia para outro.Mas o investimento em transparência é um
investimento de longo prazo.
‘’Fecho
este artigo com sabias palavras do Victor Constancio antigo governador do Banco
de Portugal, e ex Vice Governador do Banco Central Europeu numa Palestra tida
em Sintra arredores de Lisboa.’’ O Comportamneto da banca surge demasiadas
vezes como sendo extravagante, o seu silêncio é
confundido com subranceria e a sua
reputação alvo das maiores dúvidas.Tudo isto é um facto.
Mestre: Aliu
Soares Cassamá
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