O candidato às presidenciais de 24 de novembro na Guiné-Bissau Domingos Simões Pereira defendeu que os guineenses devem votar com quem está comprometido com o povo e com o país, porque só assim os problemas podem ser ultrapassados.
"É importante que o povo compreenda que não é o nosso cansaço, não é nem a nossa razão, que vai resolver o nosso problema. O que vai resolver o problema é a determinação dos guineenses de lutar, de aferir quem tem ou não razão e quem está comprometido com o povo", afirmou Domingos Simões Pereira em entrevista à Lusa.
Para o candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), é preciso que os guineenses compreendam que no dia 24 de novembro "não é a vida dos candidatos que está em causa", mas a vida dos guineenses, do país e da sua sobrevivência enquanto Nação.
"Se o povo guineense sente a importância destas eleições, é importante mobilizarmo-nos todos para ir votar", afirmou o antigo primeiro-ministro.
"Mesmo aquele cidadão guineense que não pensa votar em mim está a dar um contributo à Nação indo votar, não fique em casa, vá votar, vote no seu candidato, naquele em quem acredita que representa melhor as aspirações do povo guineense", disse Domingos Simões Pereira, salientando que quem não vai votar está a permitir que se criem condições para que o caos continue a tomar conta do país.
Questionado sobre os ataques de que tem sido alvo por vários candidatos às presidenciais, Domingos Simões Pereira disse que não vai responder e que apenas pede que se juntem a si no "debate de substância".
"Eu não estou preocupado com os outros, estou preocupado com o povo guineense e preocupado que o povo guineense compreenda que é a sua vida que está em questão e não a dos candidatos. Se o eleitorado, o povo guineense, compreender isso, vai centrar-se a ouvir quem tem algo de substância para partilhar, quem quer falar da vida dos guineenses e não da vida dos outros candidatos", salientou.
Domingos Simões Pereira disse também que pretende ganhar à primeira volta porque a Guiné-Bissau não pode "desperdiçar tempo".
"Somos um país que ainda precisa muito da cooperação internacional. Nós fazemos eleições em novembro, vamos imaginar que teremos a segunda volta, em dezembro, significa que vamos ter um Presidente da República em efetividade de funções só em janeiro numa altura em que o ano fiscal para os outros países já começou e portanto a nossa capacidade de interação com os parceiros de cooperação estará comprometido", afirmou.
O candidato explicou que essa é uma das suas preocupações porque os guineenses já escolheram um partido para governar, que já fez aprovar o seu programa de Governo, referindo que, se for eleito, será o chefe de Estado que vai fazer aquele programa funcionar.
"Os outros candidatos se ganharem eleições vão começar por derrubar o Governo, vão começar por acomodar as alianças que os apoiam neste momento. Há alguns candidatos que não o escondem e dizem-no claramente. Derrubado o Governo, vamos entrar num novo ciclo, porque há uma coisa que já ninguém pode alterar o facto de o PAIGC ter 47 deputados na Assembleia Nacional Popular", disse.
O PAIGC venceu as eleições legislativas de 10 de março, elegendo 47 deputados.
Se vencer as eleições presidenciais, Domingos Simões Pereira afirmou que a primeira coisa que vai fazer é falar aos guineenses para lhes recordar que todos juntos são poucos para o objetivo de construção do país.
"Eu quero ser aquele Presidente da República que convoca a Nação a reencontrar os valores, daquilo que resulta do ser guineense, do orgulho de ser guineense e de participar numa construção coletiva e no final do dia ter realmente esta mensagem. De dizer que se a Nação perder não pode haver vencedores individuais. Nós temos de ganhar como um coletivo para que cada um possa ter um bocado do bolo da vitória", afirmou.
A Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais em 24 de novembro, estando a segunda volta, caso seja necessária, marcada para 29 de dezembro.
Conoaba/Lusa
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