A
segurança alimentar pode ser garantida na Guiné-Bissau só quando o nosso Estado
reconhece o papel que os pequenos produtores desempenham na dieta alimentar dos
Guineenses. Com a tecnologia que temos hoje em dia não há motivos para dizermos
a maçã, uva, café, cacau a sua plantação não é compatível ao nosso clima, não
há motivos de aceitarmos as empresas estrangeiras arrendarem as terras dos
pequenos agricultores.
Portanto, se tem gente que falta a comida na
mesa, ainda há problemas de insegurança alimentar, no entanto os países
desenvolvidos produzem as sementes que adequam a quaisquer tipos de condições climáticas
nomeadamente o Israel é grande produtor destes tipos de sementes melhoradas.
Os
pequenos agricultores devem ser protegidos nos campos, pois eles que irão
produzir alimentos aos nossos mercados nacionais ao invés de prejudicá-los ao
favor das empresas que produzem mais para exportação aos países desenvolvidos,
porém não negamos a existência dessas empresas multinacionais desde que não
prejudiquem o sustento das famílias que depende da agricultura.
Se
precisarmos destas sementes podemos criar as parcerias entre o nosso Estado e
outros Estados de maneira com que essas sementes sejam transferidas aos nossos
agricultores o que aumentaria a produtividade agrícola, a renda das pessoas ligadas
diretamente ou indiretamente da produção agrícola.
É
com muita pena que assistimos alguns agricultores que vinham produzindo nos
campos desde o tempo dos seus antepassados perdem a posse da terra por empresas
estrangeiras que instalaram no país, mas pergunta-se por que as autoridades
competentes não protegem os nossos agricultores que contribuem significativamente
na estabilização de economia nacional.
Na Europa tem politica que a União Europeia
criou após o fim da segunda guerra Mundial que vigora até hoje para proteger os
seus pequenos produtores que é (PAC) Politica Agrícola Comum, essa politica
assenta em proteger os pequenos produtores de importação de produtos
estrangeiros os quais se não forem controlados podem diminuir a venda dos
produtos do continente e os agricultores continuarão pobres nos campos comprometendo
a segurança alimentar de sua população.
Se
alguém quiser importar o produto para Europa eles põem as tarifas de importação
muito caras, colocam quantos quilos deve importar para ir vender e todas essas
condições contribuem vigorosamente com que os produtos estrangeiros estejam
mais carros em vantagem dos produtos europeus facilitando mais compra dos seus
produtos locais.
É neste mesmo âmbito que o governo guineense
deve criar todas as condições que protegem os pequenos agricultores dos
excedentes dos produtos estrangeiros por que se eles abandonarem o campo a
situação ainda poderá ser ainda mais alarmante, aumentado o numero de famintos,
de pessoas desempregadas, problemas sociais no país.
É
muito complicado dizer ao Mundo que o nosso país com todas essas grandes
potencialidades que tem em termos da agricultura não tem nenhuma universidade
que leciona os cursos de ciências agrarias, nem um instituto de agronômico
disponibiliza para formação dos quadros que irão atuar nas diferentes vertentes
das ciências agrarias e resolver os problemas dos camponeses de maneira mais
eficiente.
É
muito claro que não iremos alcançar às metas ligadas a redução de insegurança
alimentar, subnutrição, combate a fome se não tivéssemos escolas agrarias que
formem as pessoas qualificadas para irem dar as dividas assistências técnicas
aos camponeses só assim, que a extensão rural terá alcançado o seu objetivo de mudar
a realidade de todos aqueles que vivem nas zonas rurais.
Deste
modo, a ausência das escolas de ciências agrarias no nosso país terá grande
impacto negativo no desenvolvimento da nossa agricultura e o nosso irmão Cabo
Verde com poucas condições vinculadas a agricultura já tem faculdade de
agronomia que forma os profissionais que darão o contributo no que diz respeito
à qualidade de vida de todos os agentes agrários como das cidades.
Porém,
nós que temos boas condições climáticas nem se quer uma escola profissional da
agricultura temos para formação dos técnicos que poderão contribuir na extensão
rural, desenvolvimento rural sustentável.
Nós
que estamos a fazer o curso de agronomia na UNILAB (Brasil), temos aulas de
praticas agrícolas durante o desenrolar do curso, aprendemos a realidade dos
agricultores brasileiros que é totalmente distinta dos nossos agricultores,
porém quando retornamos ao país teremos muitas dificuldades de conciliar as
experiências da agricultura do Brasil à nossa realidade.
Era muito bom se tivéssemos a oportunidade de
formar no nosso país através das aulas praticas que teremos das escolas
agrarias nacionais durante o decorrer da formação a partir daí estaremos mais
preparados a resolver os problemas, os anseios atrelados aos pequenos
produtores nacionais.
Um
dia nós estávamos jantar com um dos meus professores Francisco Nildo que leciona a disciplina do solo, do curso de
agronomia da UNILAB (Brasil), ele nos diz assim ‘a maior riqueza que um país
pode ter é quando faz a plantação dos vegetais e elas crescem muito bem sem
problemas, ou seja, ter as terras com boa fertilidade’, pois por sorte temos um
país de agricultura que poderá ser grande exportador de produtos agrícolas na
sub-região CEDEAO.
Isso será realizado só quando entendermos que
os pequenos produtores estão a trabalhar no sentido de todos nós termos a
comida na mesa de qualidade e com quantidade suficiente dando suporte à nossa
segurança alimentar, boa alimentação também para que possam desenvolver os
projetos sólidos, credíveis a médio e longo prazo e não da maneira como eles fizeram
ao longo tempo criaram projetos de curta duração aumentando a fome em toda
parte do país.
O
índice de subnutrição, a insegurança alimentar poderá ser reduzida se os
agricultores tiverem acesso ao credito, projetos, assistência técnica, água
para irrigação, sementes melhoradas, fertilizantes, mecanização, acesso ao
mercado, depósitos metálicos para armazenamento dos cereais entre outras
politicas que promovem o desenvolvimento rural sustentável.
A
realidade dos nossos agricultores, das zonas rurais nos permite a criar os
sistemas agroecológicos os quais não usam os agrotóxicos, os adubos químicos e
todas as formas de produzir nocivas ao meio ambiente evitando que os pequenos
camponeses os consumidores desenvolvam doenças de câncer, inclusive evitar a
contaminação do lençol freático, os insetos polinizadores são muito sensíveis
ao produto químico.
A Guiné-Bissau tem a maior parcela da sua população
que vive nas zonas rurais, é por este motivo que o modelo convencional não
trará grandes vantagens ao país tendo em vista, este modelo mais mecanizado
rouba a mão de obra de muita gente e essas pessoas serão obrigadas a deslocarem
para as grandes cidades a procura do trabalho, pois como não temos a indústria,
serviço bem avançados para absorver as pessoas que a agricultura não consegue
empregar.
Assim sendo, este é grande motivo de não
pormos o modelo do país desenvolvidos os quais têm a indústria, o serviço bem
desenvolvidos a relação aos países em vias do desenvolvimento como China, a Índia
têm condições de pôr as maquinas agrícolas de grandes portes, mas como bem
sabem que a maior parte das suas populações encontra nas zonas rurais não
aceitaram programar os modelos convencionais que reduzem números de pessoas
empregadas no campo.
Segundo Francisco de Sousa o professor
aposentado da UFC Universidade Federal do Ceará (Brasil) um centro de ciências
agrarias pode formar os profissionais em três finalidades distintas: (a) para
trabalhar no serviço publico; (b) para ser contratado por um estabelecimento
privado; (c) para ser um empreendedor, seja adquirindo uma propriedade para
explorá-la com agricultura de sequeiro (da agua da chuva) ou irrigada, seja
para implantar uma consultoria, portanto essas são as alternativas que um
profissional das ciências agrarias pode ter à sua disponibilidade e mostrando
as ideias claras que o Governo não pode empregar todos os agentes ligados à
agricultura, mas pode propiciar um bom ambiente de negocio.
Se
nós não tivermos as técnicas de ração animal, de manejo correto dos animais
baseando nas novas tendências que o Mundo moderno nos oferece não iremos ter a
carne suficiente para suprir o mercado nacional e nem sequer para exportação
aos países parceiros.
Assim
sendo, plantar o grão de soja, milho por empresas multinacionais com objetivo
de alimentar os animais em cativeiro seria uma forma mais ideal de todos
nacionais terem acesso à proteína animal, não obstante algumas medidas de
sanidade devem ser tomadas para que o meio ambiente não seja contaminado por
dejetos dos animais através de inspeção frequente dos currais e dos locais onde
são colocados os fluidos.
É
sabido por todos guineenses que a agricultura é uma grande locomotiva da nossa
economia tendo em vista, os papeis desempenhados por esta área na circulação de
bens e serviços. Se não criarmos as boas infraestruturas para armazenamentos
dos produtos agrícolas nos momentos em que os países importadores tiverem
problemas, não conseguirmos exportar, os produtos poderão estragar em nossas
mãos por más condições dos nossos armazéns e estradas.
Nós
iremos garantir a nossa segurança alimentar apenas quando tivermos
agroindústrias em todos os cantos do país, pois não é admissível que as frutas
estraguem nos campos de produção só por não termos tido as indústrias
processadoras de polpas e por consequência temos essas frutas nas mesas no
tempo muito curto.
Um consumidor não beneficia de manga, caju,
laranja, goiaba, ananás, maracujá na época que não são produtivas por faltar às
condições de processamento de tais frutas que poderiam ser criadas através dos
programas que estimulem mais investidores a instalar as agroindustriais tanto
nacionais como estrangeiros.
Nós
temos muitas condições agrícolas para sermos autossuficientes na produção dos
alimentos desde que o estado assuma a sua responsabilidade de coordenar as
transações feitas na agricultura, às vezes alguns investidores vêm ao país para
investir e criar empregos aos que são pequenos camponeses se Estado não souber
fazer o seu papel fiscalizador pode haver as explorações dos trabalhadores
rurais contribuindo mais no aumento de fome, subnutrição.
Uma
forma mais eficaz de garantir a segurança alimentar é criar projetos agrícolas
aos agricultores para que possam ter mais produtividade através das inovações
postas pelos técnicos agrícolas, o que irá definir esse proposito é o mercado
pelo qual os produtores irão escoar os seus produtos.
Assim,
as escolas, algumas organizações de caridade, os hospitais, centros de
abastecimentos em diversos cantos do país poderão adquirir os produtos de
qualidades nas mãos dos pequenos agricultores com a mediação do Estado.
Um
aluno que não alimenta bem a sua intelectualidade não vai ser desenvolvida, o
motor físico vai ser frágil, portanto será um profissional com poucas condições
de dar respostas aos desafios da sociedade em geral, isto é será um profissional
menos qualificado contribuindo diretamente no decréscimo da nossa economia.
Não
é admissível continuamos a produzir somente a castanha de caju em detrimento de
outros cultivos que têm grande importância na dieta alimentar dos guineenses
como um caso notável poucas pessoas hoje em dia interessam em produzir frutas,
verduras, cereais por falta de estimulo aos que produzem tais alimentos, todavia
os pequenos camponeses precisam ter um bom preço de modo que a segurança
alimentar, boa nutrição sejam garantidas por todos.
Atualmente
ninguém produz cereais no país porque, acreditamos que vamos vender a castanha
de caju para depois virmos a comprar o arroz, mas se por acaso esses países
cancelarem a venda deste produto como iriamos alimentar a nossa população como
exemplo em 2008 com a crise Mundial que teve naquela altura muitos países que
mais exportam os alimentos no mercado internacional resolveram cancelar a
exportação e os países que mais sofreram com esta crise a maioria deles são
Africanos.
Devemos
produzir alimentos para satisfação das gerações atuais sem prejudicar a
satisfação das futuras gerações, sem que haja grande degradação dos recursos
naturais sedo agricultura é uma das áreas que mais degradam o meio ambiente.
Por
fim, a agricultura sempre teve o papel importante na economia guineense e será
única maneira que podemos reduzir o índice da pobreza, da fome em todos cantos
do país quando fizermos aposta nessa área e para que todos guineenses possam
viver em harmonia e reconciliação.
Que
bem haja a nação Guineense!
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