sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

«OPINIÃO» "COMO GARANTIR A SEGURANÇA ALIMENTAR NA GUINÉ-BISSAU" - ABUDU FATI

A segurança alimentar pode ser garantida na Guiné-Bissau só quando o nosso Estado reconhece o papel que os pequenos produtores desempenham na dieta alimentar dos Guineenses. Com a tecnologia que temos hoje em dia não há motivos para dizermos a maçã, uva, café, cacau a sua plantação não é compatível ao nosso clima, não há motivos de aceitarmos as empresas estrangeiras arrendarem as terras dos pequenos agricultores.

 Portanto, se tem gente que falta a comida na mesa, ainda há problemas de insegurança alimentar, no entanto os países desenvolvidos produzem as sementes que adequam a quaisquer tipos de condições climáticas nomeadamente o Israel é grande produtor destes tipos de sementes melhoradas.

Os pequenos agricultores devem ser protegidos nos campos, pois eles que irão produzir alimentos aos nossos mercados nacionais ao invés de prejudicá-los ao favor das empresas que produzem mais para exportação aos países desenvolvidos, porém não negamos a existência dessas empresas multinacionais desde que não prejudiquem o sustento das famílias que depende da agricultura.

Se precisarmos destas sementes podemos criar as parcerias entre o nosso Estado e outros Estados de maneira com que essas sementes sejam transferidas aos nossos agricultores o que aumentaria a produtividade agrícola, a renda das pessoas ligadas diretamente ou indiretamente da produção agrícola.

É com muita pena que assistimos alguns agricultores que vinham produzindo nos campos desde o tempo dos seus antepassados perdem a posse da terra por empresas estrangeiras que instalaram no país, mas pergunta-se por que as autoridades competentes não protegem os nossos agricultores que contribuem significativamente na estabilização de economia nacional.

 Na Europa tem politica que a União Europeia criou após o fim da segunda guerra Mundial que vigora até hoje para proteger os seus pequenos produtores que é (PAC) Politica Agrícola Comum, essa politica assenta em proteger os pequenos produtores de importação de produtos estrangeiros os quais se não forem controlados podem diminuir a venda dos produtos do continente e os agricultores continuarão pobres nos campos comprometendo a segurança alimentar de sua população.

Se alguém quiser importar o produto para Europa eles põem as tarifas de importação muito caras, colocam quantos quilos deve importar para ir vender e todas essas condições contribuem vigorosamente com que os produtos estrangeiros estejam mais carros em vantagem dos produtos europeus facilitando mais compra dos seus produtos locais.

 É neste mesmo âmbito que o governo guineense deve criar todas as condições que protegem os pequenos agricultores dos excedentes dos produtos estrangeiros por que se eles abandonarem o campo a situação ainda poderá ser ainda mais alarmante, aumentado o numero de famintos, de pessoas desempregadas, problemas sociais no país.

É muito complicado dizer ao Mundo que o nosso país com todas essas grandes potencialidades que tem em termos da agricultura não tem nenhuma universidade que leciona os cursos de ciências agrarias, nem um instituto de agronômico disponibiliza para formação dos quadros que irão atuar nas diferentes vertentes das ciências agrarias e resolver os problemas dos camponeses de maneira mais eficiente.

É muito claro que não iremos alcançar às metas ligadas a redução de insegurança alimentar, subnutrição, combate a fome se não tivéssemos escolas agrarias que formem as pessoas qualificadas para irem dar as dividas assistências técnicas aos camponeses só assim, que a extensão rural terá alcançado o seu objetivo de mudar a realidade de todos aqueles que vivem nas zonas rurais.
Deste modo, a ausência das escolas de ciências agrarias no nosso país terá grande impacto negativo no desenvolvimento da nossa agricultura e o nosso irmão Cabo Verde com poucas condições vinculadas a agricultura já tem faculdade de agronomia que forma os profissionais que darão o contributo no que diz respeito à qualidade de vida de todos os agentes agrários como das cidades.
Porém, nós que temos boas condições climáticas nem se quer uma escola profissional da agricultura temos para formação dos técnicos que poderão contribuir na extensão rural, desenvolvimento rural sustentável.
Nós que estamos a fazer o curso de agronomia na UNILAB (Brasil), temos aulas de praticas agrícolas durante o desenrolar do curso, aprendemos a realidade dos agricultores brasileiros que é totalmente distinta dos nossos agricultores, porém quando retornamos ao país teremos muitas dificuldades de conciliar as experiências da agricultura do Brasil à nossa realidade.
 Era muito bom se tivéssemos a oportunidade de formar no nosso país através das aulas praticas que teremos das escolas agrarias nacionais durante o decorrer da formação a partir daí estaremos mais preparados a resolver os problemas, os anseios atrelados aos pequenos produtores nacionais.
Um dia nós estávamos jantar com um dos meus professores Francisco Nildo que leciona a disciplina do solo, do curso de agronomia da UNILAB (Brasil), ele nos diz assim ‘a maior riqueza que um país pode ter é quando faz a plantação dos vegetais e elas crescem muito bem sem problemas, ou seja, ter as terras com boa fertilidade’, pois por sorte temos um país de agricultura que poderá ser grande exportador de produtos agrícolas na sub-região CEDEAO.
  Isso será realizado só quando entendermos que os pequenos produtores estão a trabalhar no sentido de todos nós termos a comida na mesa de qualidade e com quantidade suficiente dando suporte à nossa segurança alimentar, boa alimentação também para que possam desenvolver os projetos sólidos, credíveis a médio e longo prazo e não da maneira como eles fizeram ao longo tempo criaram projetos de curta duração aumentando a fome em toda parte do país.
O índice de subnutrição, a insegurança alimentar poderá ser reduzida se os agricultores tiverem acesso ao credito, projetos, assistência técnica, água para irrigação, sementes melhoradas, fertilizantes, mecanização, acesso ao mercado, depósitos metálicos para armazenamento dos cereais entre outras politicas que promovem o desenvolvimento rural sustentável.
  A realidade dos nossos agricultores, das zonas rurais nos permite a criar os sistemas agroecológicos os quais não usam os agrotóxicos, os adubos químicos e todas as formas de produzir nocivas ao meio ambiente evitando que os pequenos camponeses os consumidores desenvolvam doenças de câncer, inclusive evitar a contaminação do lençol freático, os insetos polinizadores são muito sensíveis ao produto químico.

 A Guiné-Bissau tem a maior parcela da sua população que vive nas zonas rurais, é por este motivo que o modelo convencional não trará grandes vantagens ao país tendo em vista, este modelo mais mecanizado rouba a mão de obra de muita gente e essas pessoas serão obrigadas a deslocarem para as grandes cidades a procura do trabalho, pois como não temos a indústria, serviço bem avançados para absorver as pessoas que a agricultura não consegue empregar.

 Assim sendo, este é grande motivo de não pormos o modelo do país desenvolvidos os quais têm a indústria, o serviço bem desenvolvidos a relação aos países em vias do desenvolvimento como China, a Índia têm condições de pôr as maquinas agrícolas de grandes portes, mas como bem sabem que a maior parte das suas populações encontra nas zonas rurais não aceitaram programar os modelos convencionais que reduzem números de pessoas empregadas no campo.

 Segundo Francisco de Sousa o professor aposentado da UFC Universidade Federal do Ceará (Brasil) um centro de ciências agrarias pode formar os profissionais em três finalidades distintas: (a) para trabalhar no serviço publico; (b) para ser contratado por um estabelecimento privado; (c) para ser um empreendedor, seja adquirindo uma propriedade para explorá-la com agricultura de sequeiro (da agua da chuva) ou irrigada, seja para implantar uma consultoria, portanto essas são as alternativas que um profissional das ciências agrarias pode ter à sua disponibilidade e mostrando as ideias claras que o Governo não pode empregar todos os agentes ligados à agricultura, mas pode propiciar um bom ambiente de negocio.

Se nós não tivermos as técnicas de ração animal, de manejo correto dos animais baseando nas novas tendências que o Mundo moderno nos oferece não iremos ter a carne suficiente para suprir o mercado nacional e nem sequer para exportação aos países parceiros.

Assim sendo, plantar o grão de soja, milho por empresas multinacionais com objetivo de alimentar os animais em cativeiro seria uma forma mais ideal de todos nacionais terem acesso à proteína animal, não obstante algumas medidas de sanidade devem ser tomadas para que o meio ambiente não seja contaminado por dejetos dos animais através de inspeção frequente dos currais e dos locais onde são colocados os fluidos.

É sabido por todos guineenses que a agricultura é uma grande locomotiva da nossa economia tendo em vista, os papeis desempenhados por esta área na circulação de bens e serviços. Se não criarmos as boas infraestruturas para armazenamentos dos produtos agrícolas nos momentos em que os países importadores tiverem problemas, não conseguirmos exportar, os produtos poderão estragar em nossas mãos por más condições dos nossos armazéns e estradas.

Nós iremos garantir a nossa segurança alimentar apenas quando tivermos agroindústrias em todos os cantos do país, pois não é admissível que as frutas estraguem nos campos de produção só por não termos tido as indústrias processadoras de polpas e por consequência temos essas frutas nas mesas no tempo muito curto.

 Um consumidor não beneficia de manga, caju, laranja, goiaba, ananás, maracujá na época que não são produtivas por faltar às condições de processamento de tais frutas que poderiam ser criadas através dos programas que estimulem mais investidores a instalar as agroindustriais tanto nacionais como estrangeiros.

Nós temos muitas condições agrícolas para sermos autossuficientes na produção dos alimentos desde que o estado assuma a sua responsabilidade de coordenar as transações feitas na agricultura, às vezes alguns investidores vêm ao país para investir e criar empregos aos que são pequenos camponeses se Estado não souber fazer o seu papel fiscalizador pode haver as explorações dos trabalhadores rurais contribuindo mais no aumento de fome, subnutrição.

Uma forma mais eficaz de garantir a segurança alimentar é criar projetos agrícolas aos agricultores para que possam ter mais produtividade através das inovações postas pelos técnicos agrícolas, o que irá definir esse proposito é o mercado pelo qual os produtores irão escoar os seus produtos.

Assim, as escolas, algumas organizações de caridade, os hospitais, centros de abastecimentos em diversos cantos do país poderão adquirir os produtos de qualidades nas mãos dos pequenos agricultores com a mediação do Estado.

Um aluno que não alimenta bem a sua intelectualidade não vai ser desenvolvida, o motor físico vai ser frágil, portanto será um profissional com poucas condições de dar respostas aos desafios da sociedade em geral, isto é será um profissional menos qualificado contribuindo diretamente no decréscimo da nossa economia.

Não é admissível continuamos a produzir somente a castanha de caju em detrimento de outros cultivos que têm grande importância na dieta alimentar dos guineenses como um caso notável poucas pessoas hoje em dia interessam em produzir frutas, verduras, cereais por falta de estimulo aos que produzem tais alimentos, todavia os pequenos camponeses precisam ter um bom preço de modo que a segurança alimentar, boa nutrição sejam garantidas por todos.
Atualmente ninguém produz cereais no país porque, acreditamos que vamos vender a castanha de caju para depois virmos a comprar o arroz, mas se por acaso esses países cancelarem a venda deste produto como iriamos alimentar a nossa população como exemplo em 2008 com a crise Mundial que teve naquela altura muitos países que mais exportam os alimentos no mercado internacional resolveram cancelar a exportação e os países que mais sofreram com esta crise a maioria deles são Africanos.

Devemos produzir alimentos para satisfação das gerações atuais sem prejudicar a satisfação das futuras gerações, sem que haja grande degradação dos recursos naturais sedo agricultura é uma das áreas que mais degradam o meio ambiente.

Por fim, a agricultura sempre teve o papel importante na economia guineense e será única maneira que podemos reduzir o índice da pobreza, da fome em todos cantos do país quando fizermos aposta nessa área e para que todos guineenses possam viver em harmonia e reconciliação.


Que bem haja a nação Guineense!

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