Desde que a crise
politico-institucional se despoletou, em particular, a partir da demissão do
Governo do Partido vencedor das eleições, os diferentes atores e intervenientes
políticos do país têm se pautado por uma atitude que inequivocamente tem em
conta apenas os interesses pessoais ou estritamente partidários, sem mínima
atenção às prementes necessidades do país e sem qualquer demonstração de
sentido de Estado, o que apenas contribui para agravar o problema existente.
O Partido Democrático
para o Desenvolvimento continua a defender a inconstitucionalidade do Acordo de
Conacri, bem como sustenta que a única solução viável para minimizar os danos
que estão a ser causados é a realização de eleições gerais para renovação e
legitimação dos titulares de orgãos públicos através da vontade popular.
Os discursos proferidos
no âmbito da Presidência Aberta pela Sua Excelência Senhor Presidente da
Republica, em algumas regiões, de um lado, cria pânico social, e as
declarações proferidas pelo Senhor
Primeiro-Ministro, de outro lado, são uma tentativa propositada de transferir a
crise para o campo social e étnico, num claro aproveitamento político em termos
étnicos e religiosos.
O PDD repudia estas atitudes
e chama a atenção da população e da Juventude, em particular, para não se
deixarem levar por este caminho que não traz quaisquer benefícios.
Há, da parte do Senhor
Presidente um desconhecimento inaceitável das suas atribuições e competências,
imiscuindo nas questões estritas do
Governo, em violação flagrante da Constituição que supostamente devia respeitar
e velar, o que transmite a ideia de que considera que manda no Governo e ali
põe e dispõe, sobretudo se pensarmos na comitiva que o segue país adentro,
inclusive diretores, com que propósito, ninguém sabe.
O Presidente não se
concentra nos problemas do país e viaja na Presidência Aberta como se tudo no
país fosse uma perfeição e ele não fosse o principal responsável pelo estado
das coisas.
Não é sadio para o país
o discurso que foca em não ter sido preso ou morto a seu mando os maridos e
pais, o país precisa de água canalizada, de luz elétrica, de ter uma escola de
qualidade a funcionar, de ter um hospital em mínimas condições, as pessoas têm
dúvidas quanto ao futuro, querem que a bolsa de estudo seja distribuída com
base no mérito e que exista segurança para todos.
O que o Presidente tem a
dizer quanto ao que realmente importa ao povo.
O Senhor Presidente fala
no combate à corrupção em como não se deve
desviar o dinheiro do Estado para fins pessoais, no entanto, não publica o orçamento da Presidência Aberta
para que o povo saiba quanto gasta e de onde proveio o dinheiro.
Deve ser o primeiro a
dar exemplo de transparência na gestão das coisas públicas e no respeito pelos
valores da democracia.
É preciso mudar o rumo
do país, é preciso que a classe política comece a pautar por comportamentos que
dignificam o Estado e as suas instituições, que evite declarações incendiárias
que só semeiam o pânico junto à fragilizada população.
A CEDEAO e a Comunidade
Internacional devem tomar atitudes mais sérias e firmes que evitem que a
situação se repita eternamente. Não podemos continuar em banho-maria, sem atar
nem desatar.
É preciso que se chame o
boi pelo nome e apontar o pecado e o pecador e não ficar sempre nas
generalidades como se tem feito até hoje.
Continuamos a acreditar
numa solução interna, por via do diálogo e do compromisso com o país e o povo.
A Guiné-Bissau já não
tem alternativas senão a de estabilidade política e partidária, a da
moralização de exercício de funções públicas e políticas, e a do entendimento
da oposição política como meros opositores, pessoas com ideias diferentes das
nossas, mas não nossos inimigos, alvos a eliminar.
É preciso que as ameaças
e espancamentos cessem e que se criem condições para esclarecer e resolver
todas as situações que possam colocar em risco a liberdade de expressão e de
manifestação, assim como a integridade física e moral das pessoas.
A sociedade civil e aos cidadãos em particular, que se mantenham serenos
e vigilantes, não se deixando levar pelas
eventuais condutas reprováveis dos políticos ou por atitudes antidemocráticas
que possam pôr em causa a paz social e nem se intimidem face às ameaças.
O caminho é longo e
sinuoso, mas temos que o percorrer pelo bem da Nação, do Povo, das Pessoas e da
Democracia, pabia ES I DI NOS.
Feito em Bissau aos dois dias do mês de maio de dois
mil e dezassete.
A Comissão
Politica Nacional
Sem comentários:
Enviar um comentário