Numa altura em que a Guiné-Bissau mergulha na instabilidade política, a população sofre consequências de vários níveis, o que de certa forma impossibilita o tanto almejado desenvolvimento, pois as instituições do aparelho de estado são quase inexistentes.
Considerando-se a explanação acima exposta, o presidente da república na qualidade de primeiro magistrado da nação, com intuito de procurar os mecanismos que possibilitam o funcionamento das instituições e ao mesmo tempo uma instabilidade política, criou comissões de diálogo entre as partes desavindas, no momento em que os conflitos se intensificam, o país vizinho, Guiné-Conacri entrou na cena política (através de seu PR Alfa Condé) a fim de apaziguar os ânimos, numa declaração à imprensa, presidente da república mostrou-se confiante nas negociações e que as partes irão chegar num entendimento.
O fracasso de Conacri o levou a procurar novas vias possíveis para a resolução do conflito, pois as diversas interpretações não lhe permitiram compreender o desenrolar da situação, e nesse sentido foi criado à presidência aberta, o assunto que gerou muita polêmica.
Para a melhor compreensão do assunto, da dita “presidência aberta”, recorrei-me a nossa carta magna, que é a constituição da república. As minhas leituras se cingem no artigo 62° à 72° onde são abordados: das competências e atribuições do presidente da república, não obstante constatei algo que se refere a esse termo.
Segundo o presidente da república a resolução dos problemas do estado não lhe permitiu ter um encontro com a população, e nesse sentido, a presidência aberta tem como objetivo informar-lhes sobre desenrolar da crise política que assola o país há mais de dois anos.
Em minha opinião, o memento que o país atravessa, a presidência aberta não é o caminho ideal, isto se levarmos em consideração as dificuldades em todos os níveis que a população enfrenta, e nisso pergunto- quem cobriu toda a despesa dessa presidência? Se for o governo, no mínimo é falta solidariedade com o povo, além do mais pelo que eu pude observar, o propósito desse ato se transformou nas intenções obscuras, o discurso de unidade nacional que se aguardava se transfigurou na divisão nacional, agora resta nos interrogar, em que aspecto essa presidência ajudou na resolução da crise? Em, absolutamente nada (minha opinião)!
Faço das minhas palavras a colocação do jovem ativista Lesmes Monteiro, num pequeno texto exposto no facebook sobre o discurso proferido pelo presidente da república a margem da presidência aberta realizada no espaço verde, bairro ajuda onde este desafia a comunidade internacional afirmando que a Guiné-Bissau é um país soberano, “somos um país soberano que pede esmola para cobrir os défices crônicos do Orçamento Geral do Estado. Soberano com forças militares internacionais estacionada um bom tempo no país. País soberano cujo o PR solicita uma mediação sub-regional da crise política interna, soberano em que o PR viaja num avião emprestado, soberano em que uma equipa da televisão do país vizinho faz a cobertura da presidência aberta, soberano com uma rede telefônica privada com central no país vizinho, soberano com um poder político que não consegue controlar o seu território. Somos soberanos até demais”.
Uma vez que o senhor presidente aceita que o problema seja discutido na Guiné-Conacri e por mais que o acordo não lhe favoreça, o cumprimento deve ser feito.
Gostaria de ressaltar o seguinte, a Guiné-Bissau é um estado soberano constitucionalmente, mas não economicamente, portanto faço relembrar que, a eleição cujo o senhor saiu como vencedor foi financiada pela comunidade internacional, e essa comunidade internacional por mais que tenham interesses obscuras na Guiné-Bissau, mas sempre ajudou na resolução dos problemas internos.
Para finalizar deixo a palavra de apreço que se direciona ao último discurso ofensivo do presidente na presidência aberta, a palavra nos liberta ao mesmo tempo nos crucifica.
Tedse Silva Soares da Gama
Estudante de Ciências Humanas
Unilab/Brasil-Ceará-2017
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