Um grupo de sete partidos da Guiné-Bissau acusou hoje o Presidente do país, José Mário Vaz, de ter dado um golpe de Estado por ter, alegadamente, rejeitado, um acordo internacional para acabar com a crise política.
A posição foi assumida pelos partidos PAIGC, PCD, UM, PND (com assento parlamentar) e PST, PNU e MP, extraparlamentar, através de um comunicado a que agência Lusa teve acesso.
Agrupados no chamado Espaço de Concertação Política dos Partidos Democráticos (ECPPD), as sete formações políticas consideraram que José Mário Vaz rejeitou cumprir com o Acordo de Conacri que, no essencial, exigia-lhe que demitisse o Governo de Umaro Sissoco Embaló e nomeasse um novo primeiro-ministro de consenso de todos.
O acordo é um instrumento patrocinado pela Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) e apoiado pela comunidade internacional, inclusive, o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Ao discursar num comício popular, em Bissau, na quinta-feira, o Presidente guineense afirmou que não pretende demitir o Governo de Umaro Embaló enquanto o Parlamento não apreciasse o seu plano de ação para que se saiba se o chumba ou não.
"O Presidente da República ao rejeitar o Acordo de Conacri e a confirmar o seu Governo de Iniciativa Presidencial, assumiu de forma clara a consumação efetiva de um golpe de Estado, ao subverter a ordem constitucional", defendem os sete partidos.
Segundo dizem, José Mário Vaz, está a "instaurar na Guiné-Bissau um regime ditatorial" e ainda a "colocar o país em confronto direto com a comunidade internacional", facto que agravará sobremaneira a crise política, económica e social, sublinham.
Apelam por isso às forças vivas do país a se juntarem ao ECPPD para criarem uma Frente Republicana para Reposição da Ordem Constitucional para fazer frente aos "intentos ditatoriais" do Presidente.
Exortam ainda a CEDEAO a ser célere na aplicação de sanções contra políticos que, segundo dizem, constituem-se em obstáculos à aplicação e o cumprimento do Acordo de Conacri.
A organização sub-regional deu aos atores políticos guineenses até o próximo dia 25 de maio para aplicarem o Acordo de Conacri, caso contrário, avançaria com sanções, que não identificou.
Conosaba/Lusa
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