Padre Augusto Mutna Tamba
A igreja católica do mundo celebra este domingo
28 de maio, na solenidade de ascensão de Jesus aos céus, o 51 DIA MUNDIAL DAS
COMUNICAÇÕES SOCIAIS. O blog Conasaba de Porto falou com Padre Augusto Mutna
Tamba, antigo coordenador da comissão interdiocesano de Comunicação Social,
atualmente na Itália fazendo uma formação em Centro de Serviços de Vídeo em
Potenza.
Primeiro padre guineense formado em comunicação social pela faculdade de
ciências de comunicação da universidade pontifícias salesiana em Roma. Querendo
saber do teor e e das motivações da jornada
de Comunicação Social pela a igreja recorremos
ao reverendo padre.
Como todos os anos o papa pela ocasião o manda uma mensagem para o efeito. Este ano não
fugiu a tradição pelo que novamente mandou a mensagem que tem como tema tirado do
livro de profeta Isaías capítulo 45, versículoe5: "Não tenhas medo, que Eu
estou contigo” para Comunicar esperança
e confiança, no nosso tempo».
Porque, "graças ao progresso
tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter
conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar.
Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas. Já os nossos
antigos pais na fé comparavam a mente humana à mó da azenha que, movida pela
água, não se pode parar. Mas o moleiro encarregado da azenha tem possibilidades
de decidir se quer moer, nela, trigo ou joio. A mente do homem está sempre em
ação e não pode parar de «moer» o que recebe, mas cabe a nós decidir o material
que lhe fornecemos (cf. Cassiano o Romano, Carta a Leôncio Igumeno).
Ainda citando a mensagem do papa para este
dia, o reverendo Augusto disse que: "esta mensagem pudesse chegar como um
encorajamento a todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja
nas rela seções pessoais, «moem» tantas informações para oferecer um pão
fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos
quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos
contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa
aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade".
Para o Mutna a preocupação da igreja é "que
haja necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do
medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas «notícias más» (guerras,
terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas).
Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o
drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo que não se deixe tocar
pelo escândalo do mal. Antes, pelo contrário, queria que todos procurássemos
ultrapassar aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se
apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser
possível pôr limites ao mal. Aliás, num sistema comunicador onde vigora a
lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é
uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são
elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair
no desespero.
Voltando a sua aplicabilidade na Guiné Bissau,
o padre salienta o facto de alguns órgão
de comunicação e agentes de comunicação social são confundidos no desempenhos no desempenho
das suas funções, sobretudo por e
escassos meios financeiros e do profissionalismo e caiem em negócios. Portanto no dia em órgãos
de comunicação guineense passarem a ter um jornalismo profissional com sérias
investigações, passarem a falar simplesmente a verdade, e expor os podres de
todos sem excepção, a Guiné Bissau vai mudar em um curto espaço de tempo.
O nosso problema é que a mentira tem
assento nos órgãos da soberania e a verdade esta presa sem voz, e condenada a
prisão maior.
Há quem defende o errado, ignoram as reclamações
do povo, para terem a oportunidade de continuar a roubar.
Assim nunca iremos para frente, com esses jornalistas que falam como se não
vivessem na Guiné Bissau.
Ser jornalista não é só pegar no gravador
ou microfone e fazer entrevistas as pessoas ou escrever e apresentar notícias
na rádio ou televisão.
Como outras profissões o jornalismo também é,
como todas as vocações o jornalismo é. Portanto no momento que o país vive as rádios
em particular os jornalistas podem ajudar a para que haja paz e tranquilidades
na Guiné Bissau e no seio do povo guineense. Infelizmente se nota que o povo está
dividido e em particular os jornalistas e rádios de costas viradas, só notar
nos encontros ou nos djumbai antes de conferências de imprensa dos partidos ou
membros de órgãos de soberania, como se estivéssemos num campo de futebol. As posições
são claras de quem é quem é quem e de quem nesse processo.
O jornalista deve ser como água pura, que não
tem cor, não tem cheiro e nem tem sabor ou
mesmo como alguém que está em cima do muro e que vê em todas as direções, tanto
de um lado como do outro.
O que acontece na Guiné Bissau é que um bom
número dos jornalista não o é pela profissão e se é falta ainda a deontologia
profissional razão pela qual os trabalhos feitos residem na cobertura de conferência
de imprensa e notas de imprensa, se é que
uma nota de imprensa é um trabalho jornalístico e enfim comunicados de
falecimentos, de tocha chouros, missas e jiaras.
O jornalista não deve ser um que termina a entrevistas dizendo tens ainda alguma coisa a dizer que além das perguntas
colocadas. Isso mostra exactamente que não explorou ou não tem domínio do
argumento da entrevista.
O jornalista antes de entrevista deve pelo menos
conhecer tudo senão 90 porcento do argumento em questão para não ser embrulhado pelo entrevistado.
Os jornalistas devem se juntar independentemente
da filosofia da casa rádio para verem em comum como podem ajudar na resolução
dos problemas guineenses, fazendo reflectir a sociedade em geral.
Na Guiné poucos são os jornalistas que lêem
e reflectem nas reais situações do país. Poucos são os órgãos de comunicação
excepto uns que conheço fazem o balanço dos trabalhos feitos nos dias anteriores
ou fazem seguimento das informações. E isso por além de desorientar os ouvintes
ou seguidores desinformação o público.
O princípio de contraditório ainda falta nos
nossos jornalistas, senão vejamos o caso de acordo de Conacri, todos os órgãos
de comunicação passar só a voz dos líderes dos grupos de intervenientes no processo.
Ninguém se preocupou com o documento resultante das negociações. O resultado é
que houve muita confusão depois na informação sobre a escolha da figura de consenso
e só mais tarde é que veio publicar nas redes sociais o documentos depois de
uma ou mais semanas. Isso é mau. Nas situações do género é muito importante as fontes.
Não se pode acontecer com o que se outros falam tomando como fidedignas de informação.
Na trajetória eclesial, a Igreja Católica
sempre a considerou o tema comunicação como um elemento importante a ser
contemplado, na sua especificidade. E os documentos da Igreja revelam a
evolução do pensamento do magistério na área da comunicação, que passou por
diversas fases de “desconfiança”, de “aceitação”, até a compreensão da
necessidade do diálogo entre fé e cultura.
Na atualidade, revela-se um grande esforço para adequar a linguagem, mas, sobretudo, a mudança de mentalidade, uma vez que na sociedade atual, entramos em um novo processo de comunicação, que exige a passagem da simples transmissão da fé, para um modelo de interatividade participativo. Um desafio para a evangelização.
Na atualidade, revela-se um grande esforço para adequar a linguagem, mas, sobretudo, a mudança de mentalidade, uma vez que na sociedade atual, entramos em um novo processo de comunicação, que exige a passagem da simples transmissão da fé, para um modelo de interatividade participativo. Um desafio para a evangelização.
A igreja celebra este sonho de Pentecostes
o quinquagésimo primeiro dia mundial de comunicação social sobre tema "Não
tenhas medo, que Eu estou contigo” para Comunicar
esperança e confiança, no nosso tempo».
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