O Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera lamentável que, ainda antes de “tirar a fotografia” à empresa pública de rádio e televisão, o novo Conselho de Administração da RTP admita, desde já, uma nova redução de pessoal em áreas designadas “de baixo valor acrescentado”.
Ainda que tenha afastado a hipótese de um despedimento colectivo, ontem, perante os deputados da Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, o indigitado Presidente do Conselho de Administração (PCA) da RTP, Gonçalo Reis, admitiu uma redução de efectivos em áreas “de baixo valor acrescentado”.
Sublinhou até que é possível conciliar uma redução com a contratação de pessoal de “qualidade” em áreas com falta de recursos humanos. "Por vezes, é preciso deixar sair alguma quantidade para que entre alguma qualidade", admitiu.
O SJ assinala que, nos últimos anos, a RTP sofreu um doloroso processo com a saída de centenas de profissionais, nomeadamente jornalistas, o que enfraqueceu o serviço público de rádio e de televisão.
Isso foi reconhecido hoje pelo novo PCA, ao afirmar que determinadas áreas – Conteúdos, Programação e Produção – ficaram privadas de "gente com muita qualidade".
Este reconhecimento é revelador da leviandade com que, administração após administração, os trabalhadores da RTP têm sido dispensados, resultando em perdas de qualidade impossíveis de recuperar.
A nova administração da RTP admitiu recorrer a serviços externos, ainda que não em áreas consideradas estratégicas.
O SJ sublinha que, em quaisquer funções, estão em causa pessoas, que, independentemente do trabalho que desempenham, merecem todo o respeito e igual tratamento.
O SJ recorda que a informação na RTP deve ser um garante de independência, isenção e pluralismo, mas também de memória, maturidade e sabedoria.
O SJ compromete-se a zelar pelo cumprimento do contrato de concessão de serviço público de rádio e televisão, que deve ser assegurado pela RTP.
Lisboa, 4 de Fevereiro de 2015
A Direcção
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