Maputo - O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, principal partido da oposição, estão reunidos hoje num hotel em Maputo.
Na sexta-feira, António Gaspar, conselheiro presidencial para a Área Política e Comunicação Social, garantia a realização deste encontro, para ultrapassar a crise política com a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana).
O líder da Renamo, por sua vez, suspendeu na sexta-feira a sua agenda no norte do país para regressar à noite a Maputo, tendo em perspetiva o encontro com o Presidente da República, adiantou à agência Lusa o seu porta-voz.
"O presidente Dhlakama voltou ontem [sexta-feira] a Maputo", disse António Muchanga.
O conselheiro de Nyusi observou que "o Presidente está preocupado e prova disso é que, no mês passado, o encontro tinha sido marcado para os dias 23 e 26, mas falhou".
António Gaspar lembrou que o Presidente moçambicano faltou à Cimeira da União Africana, na passada semana em Adis Abeba, justamente por causa das conversações com a Renamo e também devido às cheias que assolam o país.
"A paz é fundamental. Vocês sabem que o líder da Renamo mandatou uma equipa e estamos a trabalhar com ela", afirmou o conselheiro do Presidente.
É a primeira vez que o Governo confirma a realização destas reuniões, que apenas tinham sido divulgadas pela Renamo.
Na quarta-feira, o líder da Renamo desafiou, durante um comício na em Palma, Cabo Delgado, o Presidente moçambicano a visitá-lo no norte do país.
"Que ele [Filipe Nyusi] me ligue, eu vou responder. Ele pode vir aqui amanhã [quinta-feira], eu estou aqui, em Mocímboa da Praia, ou pode adiantar-se e esperar-me em Montepuez, ou Balama, ou então no sábado [hoje] podemos encontrar-nos em Lichinga", disse Dhlakama referindo-se aos locais na província de Cabo Delgado e Niassa, norte de Moçambique, que tencionava visitar nos próximos dias.
O Presidente moçambicano anunciara, por seu lado, na terça-feira, à margem da cerimónia do Dia dos Heróis, disponibilidade para se encontrar com o líder da Renamo para preservar a paz.
"Estou pronto", declarou Filipe Nyusi, considerando que "o povo tem de ter a certeza de que vai viver em paz" e que já deu sinais da sua disponibilidade para o diálogo, "agora mesmo", e que só assim será possível um entendimento.
"Se, de facto, ele não falou por emoção, para contentar o Comité Central da Frelimo, quero que ele concretize dentro de 24 horas. Eu estou disposto", respondeu Dhlakama na quarta-feira, durante a sua digressão para anunciar o seu desejo de criar uma região autónoma no centro e norte do país, como forma de ultrapassar o que alega ter sido uma fraude nas eleições gerais de 15 de Outubro.
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