Guiné Bissau: tráfico de madeira é mais grave que o narcotráfico
Ex-Diretor das Florestas lamenta abate crescente de árvores exóticas, perante a incúria do Governo guineense. Erário público sofre consequências a favor de pequeno grupo e futuro das populações "está em risco"
O tráfico de madeira "é pior" para a Guiné-Bissau que o tráfico de droga.
A afirmação provocatória é do engenheiro florestal Constantino Correia - ex-director das Florestas e elemento de um grupo de cidadãos guineenses que tem vindo a contabilizar e analisar o abate de árvores e a exportação de toros. Constantino correia critica a incúria do atual responsável pelas florestas guineenses, do ministro da Agricultura e do Primeiro-ministro de transição e realça, além do impacto ambiental, as consequências imediatas e futuras destes abates na sobrevivência das populações. Constantino Correia denuncia as licenças emitidas para a prática de agricultura - uma delas para exploração de 52 mil hectares só por um indivíduo - licenças que "todos sabem", servem para abate de árvores exóticas e protegidas. O engenheiro florestal sublinha também o roubo que este negócio representa para os cofres do Estado e para o povo guineense, já que as taxas ficam por cobrar ou são irrisórias.
A sociedade civil tem vindo a mobilizar-se para travar a exploração e exportação de um dos recursos mais valiosos do país, que agora acontece às claras. As organizações que trabalham diretamente com as comunidades rurais também estão a fazer-se ouvir.
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Constantino Correia tem toda a razão! E há que ficar bem claro que alguns CRIMES não poderão jamais beneficiar de perdão numa eventual iniciativa futura visando a VERDADE e a RECONCILIAÇÃO na Guiné-Bissau. E um destes crimes é esta devastação criminosa das nossas florestas. Sim porque este é um crime contra a base de todo o sistema gerador da vida e da subsistência da nossa e das futuras gerações. Aquelas florestas pertencem aos nossos descendentes. Temos a obrigação de protegê-las, assim como nossos antecedentes as protegeram e as entregaram para nós. Não podemos perdoar aqueles que, dentre nós, cometeram o crime de vender as florestas em benefício próprio. Precisamos Identificá-los, nomeá-los e traduzi-los à justiça e a duras penas.
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