No final da reunião, em Ermesinde, António José Seguro pediu que o PS se concentre no essencial. E foi aplaudido. Já o autarca de Lisboa foi insultado. "Vai-te embora", "traidor", "borra-botas".
Foi um final de reunião, em Ermesinde, muito tenso. Longe do ambiente quase exclusivo da anterior Comissão Nacional do PS - que decorreu num hotel no Vimeiro (Torres Vedras), onde os socialistas se cruzaram apenas com os hóspedes desse hotel - a reunião no Fórum Cultural desta freguesia de Valongo (Porto) proporcionou a presença de muitos populares, ao longo das cerca de cinco horas do encontro.
O ambiente foi claramente hostil ao presidente da Câmara de Lisboa, com esses populares (uma dúzia) a insultarem António Costa, no meio de muitos empurrões. "Vai-te embora", "traidor", "borra-botas", "oportunista", foram alguns dos mimos que o socialista ouviu. Antes este grupo tinha aplaudido António José Seguro.
O secretário-geral do PS tinha saído um pouco antes para pedir que "o partido se deve concentrar no essencial", para sublinhar que o partido deve agora partir para "o debate de propostas diferentes" a apresentar aos portugueses, com o horizonte das eleições primárias de 28 de setembro. E Seguro deixou um apelo a que fiquem de lado as "questões estatutárias" e os "rodriguinhos".
António Costa, que apresentou na reunião os nomes de Jorge Coelho e António Vitorino para a comissão organizadora e para a comissão de fiscalização dessas primárias, confirmou que falou "com eles" antes de avançar com a sugestão dos nomes. "O processo tem de estar acima de qualquer suspeita", sublinhou.
Na reunião desta Comissão Nacional foi aprovada - com 138 votos a favor, 86 contra e 5 abstenções - a proposta do Secretariado Nacional do PS (apoiada por Seguro) para a realização de congressos federativos a 5 ou 6 de setembro, sendo rejeitada a data alternativa de 25 de outubro, que os apoiantes de Costa tinham colocado na mesa.
DN
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